Foto: Anoir Chafik/Unsplash
Desde a última semana, as ONGs e
protetores independentes de Maringá poderão chamar o Serviço de Emergência
Animal para resgatar animais abandonados que estiverem feridos. Criado pela
Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (Sema) da cidade, o serviço vai
funcionar em uma ambulância adaptada.
O veículo foi doado à Secretaria de
Serviços Públicos de Maringá pelo Corpo de Bombeiros. Repassado à Sema, recebeu
todas as modificações necessárias para prestar atendimento de emergência a
animais abandonados.
Ederlei Alkamin, secretário do Meio
Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá, explica que o projeto foi “feito por
várias mãos. Como tudo nessa política do bem-estar animal, tivemos a
participação de pessoas da sociedade que fizeram um projeto, uma arquiteta que
desenvolveu o design interno, algumas doações, uma parceria com o Corpo de
Bombeiros, que disponibilizou uma ambulância e a prefeitura, que recuperou a
parte mecânica e de lataria e a adequou para servir a essa causa”.
Parcerias para atendimento
Depois de resgatados pelo serviço de
emergência animal, esses animais abandonados serão encaminhados para a Uningá e
a Unicesumar, universidades parceiras que farão os tratamentos necessários. As
instituições estão aptas inclusive para realizar procedimentos cirúrgicos.
Depois de tratados, os animais seguirão para lares temporários até que sejam
adotados em definitivo.
Com acompanhamento veterinário
constante, o serviço vai funcionar de segunda a sexta, das 8h às 17h. Para
solicitar o atendimento de emergência a Sema disponibilizou o telefone (44)
3901-1885, de sua Diretoria de Bem-Estar Animal. Mas atenção, apenas animais
abandonados serão socorridos. “No caso de animais domésticos, o tutor é
responsável por eles, então esses não serão atendidos por nós”, detalha
Alkamin.
Ajuda aos protetores
Atualmente, a Prefeitura de Maringá
trabalha com parcerias para viabilizar sua política de bem-estar animal. De
acordo com o secretário, o poder público não tem abrigos próprios para receber
animais resgatados. Todos são encaminhados para locais mantidos por ONGs da
cidade, que sobrevivem graças a voluntários e a doações espontâneas. Por isso,
o anúncio do serviço de emergência animal está sendo recebido com entusiasmo.
Foto: Pixabay
“Estamos com grandes expectativas
porque um dos serviços que será prestado é o resgate de animais atropelados,
que é uma constante solicitação da comunidade. Muitas vezes as ONGs não
conseguem ajudar nesses casos. É de grande valia, essa ajuda da prefeitura. Ela
está auxiliando e reconhecendo o trabalho das ONGs”, opina Ariane Louise Rodrigues,
da Associação Maringaense de Ajuda à Animais Resgatados (Amaar).
Empresária e estudante de medicina
veterinária, ela trabalha com a causa animal desde 2013. Ariane explica que a
parceria entre a ONG e o governo municipal já existia em outras frentes. “Eles
têm nos ajudado com alguns atendimentos nas clínicas, alguns transportes de
animais que estão em tratamento e, principalmente, com as castrações.” Para
ela, a castração é fundamental para o controle populacional e também para
facilitar a adoção dos animais.
Regularização
Procurado para comentar o anúncio do
serviço, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) não
quis se manifestar. Isso porque, de acordo com o conselho, a disponibilização
do atendimento de emergência deveria ser regularizada junto ao órgão. A
exigência atende à resolução 1015/2012, do Conselho Federal de Medicina
Veterinária (CFMV).
O artigo 11 do documento diz que “o
estabelecimento médico veterinário deve comunicar, por escrito, ao respectivo
Conselho a implantação da Unidade de Transporte e Remoção ou da Ambulância
Veterinária, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias do início dos
serviços, contendo em tal documento: marca, modelo cor, ano, placa,
especificação completa dos equipamentos e gravações constantes do §2º do artigo
10”.
Ederlei Alkamin afirma que essa
regularização ainda não foi feita, mas a Sema já está verificando a questão.
“Temos uma veterinária e as clínicas para onde esses animais serão levados têm
sua legalização, assim como as instituições de ensino. Então não vejo problema,
mas se tiver que alinhar algo com o Conselho, nós vamos fazer.”
Fonte: Gazeta do Povo
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