Por Sophia Portes / Redação ANDA (Agência de Notícias de
Direitos Animais)
Cerca de 200 cães e
gatos estão sob os cuidados da Associação Caxiense de Proteção aos Animais São
Francisco (Apas), em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em uma situação
deplorável. A instituição está passando por um processo de reintegração de
posse e o responsável pela Apas diz que não há mais verba para custear os
gastos com água, comida e remédios.
“Eu não tenho um
real. Os animais estão sofrendo e eu não sei mais o que fazer. Alguns estão
sangrando com machucados de pulgas. Eles precisam de ajuda, e logo”, afirma o
ex-vereador Flávio Soares Dias, responsável pela entidade, ao jornal Pioneiro.
O animais estão
enfrentando uma situação precária, pois além da falta de alimentos,
eles ainda precisam sobreviver em um ambiente úmido, sem sol e cercado de
entulhos.
“O local parece um
pântano. Não existe possibilidade alguma de os animais ficarem lá. Entendemos a
situação, mas é preciso providências rápidas”, afirma a promotora Janaína de
Carli dos Santos, responsável por relatar o problema ao Poder Judiciário.
Como a organização
está passando por um processo de reintegração de posse, existe uma grande
chance dos animais dos animais serem despejados e a ONG não possui um lugar
adequado pra mantê-los. Por isso, o Ministério Público e a Prefeitura de Caxias
fizeram um acordo para retirar alguns animais aos poucos. No fim de semana
passado, cerca de 20 cães e gatos foram transferidos para o canil da cidade
pelos funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), com o
auxílio de voluntários da causa animal.
Contudo, a decisão
é paliativa, uma vez que nem todos os animais conseguirão a transferência.
Segundo a diretora do Departamento de Proteção e Bem-estar Animal da Semma,
Marcelly Felippi, o canil de Caxias do Sul não tem espaço para receber todos os
animais. “Neste momento, o que conseguimos fazer é dar auxílio aos animais que
permanecem no terreno. Infelizmente, não temos como levar todos para o canil,
principalmente, por questão de espaço. Fora isso, temos de ter todo o cuidado
com essa transferência, porque muitos animais da Apas não estão acostumados a
viver em canil e por isso estamos fazendo uma seleção”, explicou Marcelly ao
jornal Pioneiro.
Todos estão
reunindo esforços para salvar os animais. A prefeitura, por exemplo, se
comprometeu a destinar atendimento veterinário para acompanhar os animais que
continuam no terreno. “A ideia principal é fazer com que todos sejam adotados e
ganhem um lar. Mas, também precisamos do apoio da comunidade para conseguirmos
encaminhar todos os animais e evitar que eles continuem sofrendo”, conta a
diretora.
Enquanto os animais
aguardam a transferência ou adoção, eles têm conseguido sobreviver no terreno
invadido graças a ajuda de voluntários de outras ONGs, que, aos fins de semana,
levam comida e oferecem carinho e atenção.
A Justiça
determinou nesta semana que desocupem o terreno invadido. “Não preciso que me
julguem, preciso que me ajudem. Eu sempre fui um defensor da causa animal,
recolhia os abandonados e feridos da rua, mas fiquei sem dinheiro e sem ter
como mantê-los. É triste ver o estado que muitos estão e eu não poder fazer
nada”, desabafa Flávio Dias, responsável pela Apas.
Se não houver o
cumprimento da ordem judicial, o juiz determinou que haja o pagamento de multa
no valor de R$ 2 mil por mês. Segundo a promotora Janaína dos Santos, o
responsável pela ONG ainda devem responder a um inquérito criminal, por conta
de uma denúncia de maus-tratos.
Foto: Marcelo
Casagrande / Agência RBS
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