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quinta-feira, 9 de março de 2017

Justiça determina que ONG desocupe área que abriga cerca de 200 animais em Caxias do Sul (RS)

Por Sophia Portes / Redação ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais)

Cerca de 200 cães e gatos estão sob os cuidados da Associação Caxiense de Proteção aos Animais São Francisco (Apas), em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em uma situação deplorável. A instituição está passando por um processo de reintegração de posse e o responsável pela Apas diz que não há mais verba para custear os gastos com água, comida e remédios.
“Eu não tenho um real. Os animais estão sofrendo e eu não sei mais o que fazer. Alguns estão sangrando com machucados de pulgas. Eles precisam de ajuda, e logo”, afirma o ex-vereador Flávio Soares Dias, responsável pela entidade, ao jornal Pioneiro.
O animais estão enfrentando uma situação precária, pois além da falta de alimentos, eles ainda precisam sobreviver em um ambiente úmido, sem sol e cercado de entulhos.
“O local parece um pântano. Não existe possibilidade alguma de os animais ficarem lá. Entendemos a situação, mas é preciso providências rápidas”, afirma a promotora Janaína de Carli dos Santos, responsável por relatar o problema ao Poder Judiciário.
Como a organização está passando por um processo de reintegração de posse, existe uma grande chance dos animais dos animais serem despejados e a ONG não possui um lugar adequado pra mantê-los. Por isso, o Ministério Público e a Prefeitura de Caxias fizeram um acordo para retirar alguns animais aos poucos. No fim de semana passado, cerca de 20 cães e gatos foram transferidos para o canil da cidade pelos funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), com o auxílio de voluntários da causa animal.
Contudo, a decisão é paliativa, uma vez que nem todos os animais conseguirão a transferência. Segundo a diretora do Departamento de Proteção e Bem-estar Animal da Semma, Marcelly Felippi, o canil de Caxias do Sul não tem espaço para receber todos os animais. “Neste momento, o que conseguimos fazer é dar auxílio aos animais que permanecem no terreno. Infelizmente, não temos como levar todos para o canil, principalmente, por questão de espaço. Fora isso, temos de ter todo o cuidado com essa transferência, porque muitos animais da Apas não estão acostumados a viver em canil e por isso estamos fazendo uma seleção”, explicou Marcelly ao jornal Pioneiro.
Todos estão reunindo esforços para salvar os animais. A prefeitura, por exemplo, se comprometeu a destinar atendimento veterinário para acompanhar os animais que continuam no terreno. “A ideia principal é fazer com que todos sejam adotados e ganhem um lar. Mas, também precisamos do apoio da comunidade para conseguirmos encaminhar todos os animais e evitar que eles continuem sofrendo”, conta a diretora.
Enquanto os animais aguardam a transferência ou adoção, eles têm conseguido sobreviver no terreno invadido graças a ajuda de voluntários de outras ONGs, que, aos fins de semana, levam comida e oferecem carinho e atenção.
A Justiça determinou nesta semana que desocupem o terreno invadido. “Não preciso que me julguem, preciso que me ajudem. Eu sempre fui um defensor da causa animal, recolhia os abandonados e feridos da rua, mas fiquei sem dinheiro e sem ter como mantê-los. É triste ver o estado que muitos estão e eu não poder fazer nada”, desabafa Flávio Dias, responsável pela Apas.
Se não houver o cumprimento da ordem judicial, o juiz determinou que haja o pagamento de multa no valor de R$ 2 mil por mês. Segundo a promotora Janaína dos Santos, o responsável pela ONG ainda devem responder a um inquérito criminal, por conta de uma denúncia de maus-tratos.
Foto: Marcelo Casagrande / Agência RBS


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