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segunda-feira, 8 de julho de 2024

Só quem abre mão do luxo para viver com 400 animais sabe o que passa


 (Foto: Paulo Francis)

Lúcia Rocha, de 61 anos, e Roberto Rayd, de 60 anos, decidiram dedicar suas vidas ao resgate de gatos e cachorros em situação de maus-tratos e abandono. Totalmente entregues à “missão” de ajudar os animais, o casal decidiu abdicar do próprio conforto e estabilidade para cuidar de cerca de 400 animais, abrigados em três locais diferentes. Juntos, eles sonham com um futuro em que não haja mais animais maltratados e abandonados. “A nossa parte, estamos tentando fazer. É um sonho muito utópico, mas estamos totalmente envolvidos nessa missão”.

Reservados, o casal conta que trabalharam no anonimato por vários anos e até preferiam manter-se assim, mas com o aumento da demanda por resgates, não tiveram outra escolha senão buscar o registro e regularização da ONG (Organização Não Governamental) Divinos Guerreiros, além de criar um perfil nas redes sociais para divulgar as histórias dos animais resgatados.

Roberto relata que ao optarem por seguir essa “missão”, tiveram que abdicar de uma vida confortável e adotar um estilo de vida mais modesto. As dificuldades são muitas, já que as despesas para manter todos os animais chegam a R$ 30 mil por mês.

Como a aposentadoria dos dois não cobre as despesas, ele continua trabalhando mesmo após a aposentadoria, enquanto Lúcia fica responsável por cuidar, limpar e abastecer os dois abrigos que eles administram na cidade e uma chácara, onde também estão alguns animais resgatados.

“A gente dedica todos os recursos que a gente tem. A nossa vida é muito modesta. A gente come quando dá, se der a gente almoça, se não der a gente não almoça, se der a gente janta, se não der a gente não janta. E a gente não reclama disso, é uma escolha”, pontua Roberto. “Eu nasci com isso, é uma missão. Você renuncia, praticamente, a sua vida em prol de uma causa, de uma missão. E ela não é fácil”, completa Lúcia.

A história de Lúcia com o resgate de animais começou quando ela ainda era criança. Apaixonada por gatos, tinha apenas nove anos quando começou a resgatá-los da rua para levá-los para a casa dos pais. Conheceu o marido, Roberto, aos 24 anos, e ele até brinca que na época Lúcia tinha “uns 300 quadros de gatos no quarto”. Igualmente apaixonado por animais, ele abraçou a causa e passou a resgatá-los junto com a esposa.

Após o falecimento da mãe de Lúcia, cerca de 11 anos atrás, seu pai decidiu doar a casa para ela e o marido, para que o imóvel fosse revertido em abrigo. Lá, todos os cômodos foram transformados em “alas” para abrigar os quase 200 gatos resgatados, que vivem confortavelmente em gatis adaptados.

A casa possui uma ala para gatos doentes, outra para os saudáveis, uma para filhotes, uma para os gatos resgatados de colônias que precisam de adaptação, e uma para os gatos que testaram positivo para as doenças FeLV e FIV e precisam ficar isolados, devido à alta contagiosidade dessas doenças.

A casa também abriga cachorros, em uma área separada dos gatos. O local também serve de depósito para as rações, areia sanitária e demais itens. O restante dos animais estão distribuídos no abrigo do Aero Rancho e na chácara que o casal aluga.

A chácara ainda está passando por reformas e adaptações, mas já existem cerca de 120 animais vivendo lá. O casal explica que a intenção é se mudar com todos os animais resgatados para a propriedade, e utilizar o imóvel na cidade como um depósito para os mantimentos e doações. Além do gatil, também serão feitas casas para os cachorros e Roberto pretende utilizar uma parte do terreno para cultivo de alimentos, e tornar a chácara auto sustentável.

Dificuldades

Lúcia relata que os maiores gastos são com ração, areia sanitária para os gatos e clínica veterinária. Outra questão pontuada pela protetora, foi em relação a limpeza. Ela precisa dar conta dos três locais sozinha, pois não encontra quem ajude com isso.

“Nós queremos contratar um funcionário, mas não importa que a gente ofereça mais de um salário mínimo, ninguém quer trabalhar com limpeza envolvendo animais”, relata.

Por enquanto, as doações de ração para os cachorros estão suprindo a demanda, mas as doações de ração para os gatos são quase nulas. Ela explica que, por serem mais caras, acabam sendo doadas em menor quantidade. “E quando começa a acabar, aí você fica em desespero, porque você tem que alimentar, ele não tem”.

Para ajudar a bancar as despesas, Roberto viaja para fora, para prestar serviço em obras e com instalações. Lúcia relata que o marido chega a passar de dez dias a duas semanas fora, enquanto ela fica sozinha para cuidar dos animais.

“Aí é a hora que eu enlouqueço, porque eu atravesso a noite trabalhando, aí eu durmo no máximo quatro horas por dia, pra dar conta, porque eu tenho que cuidar chácara, tenho que cuidar aqui, aí você tem que ir em distribuidora, você tem clínica, você tem um monte de animal internado”, relata Lúcia.

Enquanto isso, as despesas só aumentam. Apenas em clínica veterinária, o casal deve mais de R$ 70 mil. Só com a alimentação dos animais, o casal gasta R$ 20 mil por mês. “De vez em quando eles fazem os parcelamentos, a gente vai acertando. Mas quando começamos a acertar, daqui a pouco eu tô com um monte de animal internado. Toda hora surge alguma coisa”.

A última compra que eles fizeram de areia para os gatos, deu R$ 19 mil, valor parcelado em seis parcelas. O casal ainda está na segunda parcela, e relata que não está dando conta de pagar, e o desespero só aumenta, porque estimam que o estoque vá durar apenas mais um mês.

Resgates

Os três resgates mais recentes acabaram pesando bastante nas despesas, porque foram todos resgatados em condições graves de saúde. Ao falar da situação em que foram encontrados, Lúcia chega até a se emocionar, principalmente ao falar sobre a gatinha Anahy, que foi baleada e jogada dentro de um bueiro.

A princípio, o casal acreditou que ele havia sido atropelada, mas após passar por raio-X, a equipe da clínica veterinária identificou uma bala alojada na coluna do animal. Anahy passou pela cirurgia, mas perdeu os movimentos das patinhas, e segue internada.

“Chorou os veterinários, chorou o operador que estava fazendo o raio-X, eu chorei. Como alguém dá um tiro num bichinho tão indefeso, e pega aquele bichinho e joga dentro de um bueiro pra ele morrer agonizando lá?”, questiona Lúcia.

O cachorro Canguru – que recebeu esse nome por ter sido resgatado no Bairro Jardim Canguru – foi encontrado em situação de abandono, esquelético, com muitas doenças e com a boca cheia de larvas. “Esse animal estava perambulando no bairro já fazia quase 30 dias. O pessoal estava tentando alimentar, mas ninguém assumia ele, porque ele é um animal caro”.

Outro resgate recente, foi a gatinha Chanel, que passou três dias gritando de dor e agonizando em um canteiro, após ser atropelada. “Ela veio gritando por causa da dor. Eu já cheguei na clínica, já medicaram e tudo. Só a cirurgia custou quase R$ 4 mil, e teve que fazer um monte de tratamento”.

Apesar de tanta dificuldade enfrentada, Lúcia relata que a pior parte é quando não consegue salvar um animal, pois após o resgate, acaba se apegando muito a eles. Ela jura que sabe de cor o nome de gato e cachorro resgatado, mesmo que às vezes confunda alguns na hora de levá-los ao veterinário.

“A gente fez tudo que pôde, recolheu, levou para a clínica ou trouxe para cá e cuidamos, mas a doença venceu e a gente perdeu. A gente não consegue ainda administrar isso ainda. Eu fico destruída”, confessa a protetora.

O casal precisa de ajuda com doação de ração para os animais, areia para os gatos, e as despesas com a clínica veterinária, além dos gastos com a adaptação da chácara para receber, futuramente, todos os animais.

Quem puder e quiser contribuir, eles aceitam doações pelo PIX 466.241.801-10. Para conhecer o trabalho deles e a história dos animais resgatados, bata acessar o perfil no Instagram @divinosguerreiros.

Por Idaicy Solano

Fonte: Campo Grande News

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