Foto: Reprodução/TV
Anhanguera
A médica
veterinária Karolina Vitorino, que participa do tratamento das onças-pintadas
que sofreram queimaduras nas patas durante um incêndio no Pantanal, conta que a
equipe se emocionou com a recuperação de Ousado,
como foi batizado o felino que passou por tratamento com ozônio e laser,
em Corumbá de Goiás. Ele já anda sem curativos e recebeu alta para voltar
para o Cerrado.
“Na última vez que a
gente fez a aplicação, todo mundo se emocionou por saber que a gente está
devolvendo para a natureza um animal que nunca deveria ter saído de lá”, disse.
O macho foi transferido no
dia 11 de setembro de Mato Grosso para o Instituto de
Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de
Extinção (Nex). Desde então, recebeu um tratamento usado pela primeira vez em
onças, com ozônio e laser, além de pomadas homeopáticas nas queimaduras, que
ajudaram na recuperação.
“Ele
está bem, ganhou 9kg de peso, está pronto para voltar para casa. Já comunicamos
os órgãos responsáveis e aguardamos para que seja definido quando isso
acontecerá”, disse o veterinário Thiago Luczinski.
Depois
de o animal receber alta, quem é responsável pela reintrodução do bicho na
natureza é o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Segundo a
presidente do Instituto NEX, Cristina Gianni, por lei, o animal tem que voltar
para o local de origem, mas a mata onde a onça vivia foi destruída pelo fogo.
“Os
órgãos competentes estão analisando a área para onde ele voltaria. Tem que ser
uma área com caça e de preferência na região em que ele foi pego”, afimou.
Em nota
enviada à TV Anhanguera, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Mamíferos Carnívoros, que faz parte do ICMBio, informou que estão organizando o
retorno da onça ao Pantanal, mas ainda não há uma data definida.
Fêmea talvez não
volte à natureza
A outra onça que recebe tratamento no instituto, uma fêmea batizada de
Amanancy, teve queimaduras de terceiro grau nas patas e teve exposição óssea e
de tendões. Ela foi transferida para Corumbá de Goiás no dia 20 de agosto e
está recebendo aplicação
de células-tronco.
Mas uma
situação preocupa os veterinários. Como as garras ficaram comprometidas, a onça
pode ter que viver em cativeiro para sempre.
“Ela
teve lesões de terceiro grau nas queimaduras e perdeu algumas falanges, não tem
mais a retração da garra. Então dificilmente, tomara que aconteça um milagre,
mas dificilmente ela consegue voltar [para a natureza]. Porque ela não tem como
caçar, não tem como escalar, seria difícil a adaptação”, explica a veterinária
Cristina Gianni.
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Por Millena Barbosa
e Fábio Castro
Fonte: G1
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