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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Veterinária conta que equipe se emocionou com a recuperação de onça ferida em incêndio no Pantanal: ‘Devolvendo à natureza’

 


Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A médica veterinária Karolina Vitorino, que participa do tratamento das onças-pintadas que sofreram queimaduras nas patas durante um incêndio no Pantanal, conta que a equipe se emocionou com a recuperação de Ousado, como foi batizado o felino que passou por tratamento com ozônio e laser, em Corumbá de Goiás. Ele já anda sem curativos e recebeu alta para voltar para o Cerrado.

“Na última vez que a gente fez a aplicação, todo mundo se emocionou por saber que a gente está devolvendo para a natureza um animal que nunca deveria ter saído de lá”, disse. 

O macho foi transferido no dia 11 de setembro de Mato Grosso para o Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (Nex). Desde então, recebeu um tratamento usado pela primeira vez em onças, com ozônio e laser, além de pomadas homeopáticas nas queimaduras, que ajudaram na recuperação.

“Ele está bem, ganhou 9kg de peso, está pronto para voltar para casa. Já comunicamos os órgãos responsáveis e aguardamos para que seja definido quando isso acontecerá”, disse o veterinário Thiago Luczinski.

Depois de o animal receber alta, quem é responsável pela reintrodução do bicho na natureza é o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Segundo a presidente do Instituto NEX, Cristina Gianni, por lei, o animal tem que voltar para o local de origem, mas a mata onde a onça vivia foi destruída pelo fogo.

“Os órgãos competentes estão analisando a área para onde ele voltaria. Tem que ser uma área com caça e de preferência na região em que ele foi pego”, afimou.

Em nota enviada à TV Anhanguera, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros, que faz parte do ICMBio, informou que estão organizando o retorno da onça ao Pantanal, mas ainda não há uma data definida. 

Fêmea talvez não volte à natureza
 
A outra onça que recebe tratamento no instituto, uma fêmea batizada de Amanancy, teve queimaduras de terceiro grau nas patas e teve exposição óssea e de tendões. Ela foi transferida para Corumbá de Goiás no dia 20 de agosto e está recebendo aplicação de células-tronco.

Mas uma situação preocupa os veterinários. Como as garras ficaram comprometidas, a onça pode ter que viver em cativeiro para sempre.

“Ela teve lesões de terceiro grau nas queimaduras e perdeu algumas falanges, não tem mais a retração da garra. Então dificilmente, tomara que aconteça um milagre, mas dificilmente ela consegue voltar [para a natureza]. Porque ela não tem como caçar, não tem como escalar, seria difícil a adaptação”, explica a veterinária Cristina Gianni.


 Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Por Millena Barbosa e Fábio Castro

Fonte: G1

 

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