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sábado, 10 de outubro de 2020

Após sanção da nova Lei Federal Alagoas tem a primeira prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e dá exemplo de punição exemplar

 


Foto: Comissão OAB-AL Adriana Alves, Marcelo Teixeira, Cristina Melo e Rosana Jambo

O juiz de direito Josemir Pereira de Souza, neste último 07 de outubro de 2020 expediu o mandado de prisão com prazo de validade de 12 anos, convertendo o auto de prisão em flagrante à prisão preventiva de um cidadão que espancou seu próprio animal – um cão doméstico, tendo como indiciante a polícia Civil do estado de Alagoas.

A notícia sobre essa decisão judicial em Alagoas, já está sendo comemorada pela Frente parlamentar brasileira de proteção e defesa animal; publicaram depoimentos em suas redes sociais, o presidente da frente Parlamentar Dep. Federal por Alagoas, Marx Beltrão e os deputados federais por Minas Gerais Noraldino Junior e Deputado Fred Costa, autor da Lei que aumentou punição para quem comete crime de maus tratos à cães e gatos recentemente sancionada (LEI Nº 14.064, DE 29 DE SETEMBRO DE 2020).

A decisão judicial destacou, que em depoimento, houve crueldade e frieza da conduta do criminoso (dono do cão doméstico espancado) sendo aptas a demostrarem suficientemente o perigo gerado pelo estado de liberdade e o abalo a ordem pública, tendo indícios suficientes de autoria delitiva, pela prisão em flagrante, e também a demonstração de materialidade delitiva, com os depoimentos e imagens das agressões feitas ao animal que já estava sob sua guarda há 4 anos. Sem qualquer sinal de arrependimento à motivação delituosa, alegou que com um pedaço de madeira desferiu várias pauladas ao animal vivo com o objetivo de adiantar a morte o cão já machucado após tê-lo atropelado com seu próprio carro em manobra de marcha ré acidentalmente.

De acordo com a Presidente da Comissão de bem-estar animal da OAB-AL, Dra. Rosana Jambo, “até o momento, Alagoas é o primeiro estado do Brasil a ter uma decisão neste sentido. Alagoas saiu na frente na esfera punitiva através de um magistrado que se utilizou de todos os rigores legais para aplicar a pena. É um orgulho para os Alagoanos, somos a primeira decisão que converte flagrante em prisão preventiva dando o exemplo de que quem comete crime contra cão e gato está sendo exemplarmente punido”.

Para a médica veterinária Evelynne Marques de Melo, “Alagoas está fazendo parte de um momento histórico no Brasil, fruto de uma sinergia evoluída entre novas mentalidades de parlamentares que se uniram para mudar a realidade da impunidade neste assunto; além de termos como presidente da Frente parlamentar de direito e defesa animal nacional um deputado de Alagoas, nosso estado segue em destaque com essa decisão judicial que tem um peso para o cidadão brasileiro que ainda desconfia da aplicabilidade da lei”.



Evelynne Marques que é cirurgiã de cães e gatos ainda complementa que “quem dera, no Brasil, o trabalho do cirurgião veterinário com o trauma físico fosse restrito aos acidentes; na verdade temos que lidar com casos clínico-cirúrgicos acompanhados de históricos de libertinagem humana como chutes, pedradas, cortes, facadas, tiros, fraturas por explosivos nas épocas de festa junina e até a fome proposital em domicílios fechados sem a presença dos seus responsáveis por longos períodos”.

É nos ambientes de ONGs e grupos de proteção animal que se sente o maior peso dos casos de maus tratos. Para além dos traumas físicos, “ainda lidamos com a falta de condições financeiras das pessoas que sequer conseguem fazer a manutenção mínima que os bichos precisam e com isso temos doenças difíceis de serem tratadas sempre presente. E a certeza da impunidade para os traumas propositais, estava sendo humilhante e torna o trabalho do médico veterinário desgastante emocionalmente”, complementa a médica veterinária.

No Brasil é livre a criação de cães e gatos por todas as classes sociais. Agora o legislativo dele se dedicar a instrumentos legislativos educativos como forma de fazer o cidadão conhecer a nova lei e também receber instruções básicas sobre os modos de criação destes animais.

Texto: Mylena Leite (Jornalista TEM/664)

Foto: Divulgação

 

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