Quantas pessoas passam pelo mundo despertas de sua
missão? O que leva uma pessoa a colocar causas ambientais e sociais antes do
seu próprio bem-estar?
É difícil saber como nasce a empatia, ainda mais num
mundo tão competitivo e materialista. Mas, algumas vezes, nascem inspirações
para mostrar que, nós, seres humanos, podemos ser grandiosos em nossas
atitudes; como é o caso do jovem chamado Eduardo, que parece não conhecer os
limites para ajudar quem quer que seja.
Morador de uma
cidade chamada Anápolis, em Goiás, com 361.991 habitantes, o garoto que, com
apenas dois anos de idade foi diagnosticado com leucemia meduloide e passou
anos de sua vida dentro de um hospital tratando-se com quimioterapia para que a
doença regredisse, hoje, adolescente, parece ter encontrando um objetivo maior
para enfrentar a dura manutenção para que a doença não volte, através de um
único objetivo: ajudar os animais abandonados por onde passa.
Ele e seu irmão caçula, Miguel, de apenas 10 anos,
percorrem todos os dias pelas ruas da chuvosa e fria cidade Anápolis em busca
de animais abandonados com pratos de comida que eles mesmo preparam, ração,
água e remédios. Uma rotina que deveria estar sendo executada pelo poder
público; mas que curiosamente é feita por crianças com ajuda das pessoas
através de suas redes sociais.
Em seu stories, na conta do Instagram, é fácil chorar
de alegria, tristeza e sentir diversas emoções com ninhadas inteiras
abandonadas, alguns morrendo de hipotermia, sendo recolhidas nos braços do
jovem Edu e seu pequenino e também altruísta irmão Miguel, que lhes acolhem com
casinhas feitas de bacia de lavar roupa e cobertinhas sempre limpinhas.
Alguns casos cortam o coração, pois
mesmo em campanha para castrar os animais para que parem de se reproduzir, dia
após dia, mais um filhote esquálido com doenças neurológicas, do carrapato,
sarna e outras enfermidades são encontrados.
Na última semana, enquanto fazia seu tratamento
semestral para evitar o aumento de leucócitos devido à doença autoimune, Edu só
demonstrava uma única preocupação, os animais abandonados. No hospital, ele
revelou o seu maior sonho: construir o Instituto Edu Paçoca para cuidar não só
de cães e gatos, mas de animais de todas as espécies, já, que, desde que viu a
cruel e triste realidade dos bezerros sendo separados das vacas para o abate,
aprendeu que não se deve comer nenhum tipo de animal.
Além dos animais, o jovem também
ajuda refugiados venezuelanos e já foi reconhecido pela ONU como um dos 50
jovens mais inspiradores do mundo. Uma bondade rara, simples, abnegada e
despretensiosa de qualquer outro objetivo, senão a ânsia de fazer o bem e
ajudar o próximo; seja lá qual for sua nacionalidade, raça ou espécie.
Instagram: @megaedu1
Por Luciane Pires
Fonte e fotos :
olharanimal.org
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