A
proibição de caça a animais silvestres foi um fator que inibiu a possibilidade
de mutação do vírus que passa de animais para seres humanos, causando infecção.
Em entrevista ao Jornal do Piauí na terça-feira (28), o infectologista Kelson
Veras falou sobre o vírus e deu dicas de como se prevenir de doenças cujo o
contágio se dá pelo contato.
Segundo o
infectologista, há espécies comuns de coronavírus que causam resfriados e até
pneumonias em humanos. A epidemia que atualmente afeta a China é causada por
uma mutação de uma espécie de coronavírus que infectava animais e ganhou forma
de se alastrar entre humanos.
“Nossas
leis de combate à caça de animais silvestres devem ter evitado muitos casos
semelhantes acontecerem aqui. Na China é porque muitos comércios, os mercados,
são realmente infestados de toda espécie de animal que se possa imaginar. O
coronavírus, normalmente o que passou para o ser humano veio de morcego, mas
ele passou antes por um animal que é consumido nesses mercados”, explicou
Kelson Veras.
Coronavírus
não é novo
De acordo
com o infectologista, esta é a terceira vez que o coronavírus passa por mutação
para afetar seres humanos. Casos foram registrados em 2002 com a Síndrome
respiratória aguda grave (geralmente abreviada para SARS, do inglês Severe
Acute Respiratory Syndrome), quando o Hospital Natan Portela ganhou uma sala de
pressão negativa para cuidar de possíveis casos.
Em 2009,
outros casos surgiram na Arábia Saudita, quando o coronavírus passou a infectar
humanos a partir de camelos. “Agora em 2019 estamos com outra mutação do
coronavírus justamente porque lá na China você tem muito contato em mercado com
animais silvestres. É muito fácil esse coronavírus que infectava um animal
infectar um homem. A gente diz que é uma zoonose, quer dizer, uma doença que a
partir de um animal pode passar para um homem”, reafirmou Veras.
Transmissão
se dá por pessoas
Não é
através de produtos chineses que a infecção se dá. “È através de pessoas,
pessoas com o vírus. Essas pessoas podem se deslocar de avião ou de navio sem
sintomas, sadios e só ao chegar, demonstrar que estão doentes”, explica o
infectologista.
Prevenção
A higiene
é o fator preponderante para se livrar de doenças cuja transmissão se dá por
contato.
“Ter
máscara no seu veículo. Ao menor sinal de alguém espirrando ou tossindo, usar
essa máscara, pois a gotícula que essa tosse elimina é uma das formas de
transmissão. Tocou na bagagem do passageiro, apertou a mão do passageiro,
limpar as mãos com álcool e gel, que tem em qualquer farmácia, antes de tocar
seus olhos, seu nariz e sua boca”, aconselha.
Ainda de
acordo com o infectologista, é desaconselhado viajar para regiões como a China
em que há uma epidemia em andamento.
Por
Valmir Macêdo
Fonte e
foto: Cidade Verde
Nota do Olhar Animal: Mais uma vez a notícia que
impacta é a dos efeitos que a caça têm para os humanos. Ainda são poucos o que
se importam com o sofrimento e injustiça impostos aos animais caçados. Os
humanos, em sua maioria, só se sensibiliza quando o problema lhes afeta.
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