A atriz Karina Bacchi comemorou o Dia
dos Pais ao lado do noivo, o empresário Amaury Nunes, e do filho de um ano,
Enrico, no Jungle Island, um parque temático com zoológico interativo,
localizado em Miami, nos Estados Unidos.
Nas redes sociais, Karina publicou um
vídeo por meio do qual é possível ver Enrico sendo levado por Amaury para
alimentar um canguru e uma tartaruga gigante. Desde pequeno, o menino tem sido
ensinado a naturalizar o aprisionamento e a exploração de animais para
entretenimento humano.
Não é, entretanto, a primeira vez que
Enrico é levado pela mãe em um zoológico. Em março, Karina publicou um vídeo no
YouTube intitulado “Enrico quer saber: como é um zoológico de verdade”. Nas
imagens, gravadas no Zoológico de Miami, nos Estados Unidos, Karina aparece
contando que aquela era a primeira visita de Enrico a um zoológico. O vídeo,
lamentavelmente, romantiza a exploração animal ao colocar o passeio feito pela
família como algo bom, sem levar em consideração a crueldade que é manter
animais aprisionados para entreter seres humanos.
Em um momento do vídeo, Karina afirma
que irá levar o filho para alimentar os rinocerontes. “Ela não quis saber de
vir até a gente, tá comendo de boa lá no cantinho dela. A gente vai para outra
atração”, diz a atriz ao se referir a uma rinoceronte fêmea.
Ao chamar os animais de “atração”,
Karina reforça o que já se sabe: em zoológicos, animais são reduzidos a meros
objetos e, por isso, mantê-los nesses locais como forma de entreter pessoas e
gerar lucro para os proprietários desses estabelecimentos é uma prática
exploratória que atenta contra a dignidade animal por tratar seres vivos como
itens em exposição e não como sujeitos de direito.
A ida de Karina a zoológicos, no
entanto, não é prejudicial apenas por passar para o filho a ideia de que
animais devem ser mantidos aprisionados para entreter a população, mas também
pelo fato de que Karina, assim como o noivo dela, Amaury, são influenciadores
digitais. Amaury tem, no Instagram, 265 mil seguidores, enquanto Karina acumula
4,8 milhões de pessoas que a seguem no Instagram e 77 mil inscritos no YouTube.
Com isso, o casal, que é formador de opinião, influencia internautas.
Ao divulgar imagens de passeios em
zoológicos, Amaury e Karina passam para os seguidores a ideia de que locais que
aprisionam animais devem ser frequentados, podendo, assim, aumentar o público
desses estabelecimentos. Inclusive, no vídeo divulgado por Karina no YouTube
sobre a visita ao Zoo de Miami, a atriz faz propaganda do zoológico, divulgando
informações como site oficial do estabelecimento e horários de funcionamento.
Além das fotos e vídeos divulgados,
que por si só já influenciam pessoas a visitarem os locais frequentados pelo
casal, Amaury escreveu que ir ao Jungle Island é “um programa imperdível
para quem vem pra Miami com a família”. A declaração do empresário é mais um
incentivo aos seguidores dele nas redes sociais que serve para perpetuar a
exploração animal e o aprisionamento de espécies, práticas extremamente cruéis
que tratam animais como objetos, retirando deles a condição de sujeitos de
direito, e que os impedem de viver em liberdade, na natureza, junto da família.
Alternativas éticas
O público que tem condições de
frequentar locais como o Jungle Island, em Miami, tem como ir até
o Ocean Odyssey, em Nova Iorque, também nos Estados Unidos. Basta optar
pelo segundo ao invés do primeiro e, assim, fazer uma escolha ética. Isso
porque o Ocean Odyssey é um aquário virtual que permite que o visitante
seja transportado para o fundo do mar, observando de perto várias espécies de
animais marinhos sem mantê-los aprisionados.
Além de atrair o público com imagens
que, segundo o site oficial do empreendimento, são produzidas a partir de uma
“tecnologia digital imersiva e de última geração”, o aquário virtual é
educativo para as crianças, já que serve para conscientizá-las sobre a
necessidade de não frequentar locais que aprisionem animais e ensiná-las que o
desejo de estar perto de um animal silvestre nunca pode sobressair ao direito
daquele animal de não ser mantido preso para ser explorado para entretenimento
humano.
O aquário virtual não conta com água
nem com animais reais, mas tem imagens “em tamanhos realistas e com detalhes
científicos exatos”, segundo o site. Fundado pelo
príncipe Khaled bin Alwaleed, da Arábia Saudita, o Ocean Odyssey faz
parte das ações de ativismo do príncipe pela erradicação dos zoológicos no
Oriente Médio. Segundo Khaled, que é vegano, “um zoológico já é demais”.
Apesar de ser um local incrível, o
aquário virtual não é a única alternativa ética aos zoológicos. Para quem vive
no Brasil e não tem condições de viajar até Nova Iorque para ir até o Ocean
Odyssey, é possível fazer uso de fotos e vídeos e pesquisar informações sobre
animais silvestres para conhecê-los melhor.
Ver um leão, por exemplo,
pessoalmente e através de uma fotografia é bastante diferente. Mas a principal
diferença não é aquela relacionada aos humanos, mas sim a que tem relação com
os animais. Isso porque para que um leão seja visto de perto pelos visitantes
de um zoológico, ele é impedido de viver em liberdade, é mantido em um ambiente
pequeno e inadequado, sofre com estresse devido à aglomeração de pessoas e é
tratado como objeto para entreter o público, o que é razão suficiente para se
contentar com uma imagem e, assim, ensinar aos filhos que animais não são
atrações e boicotar qualquer estabelecimento que lucre com o aprisionamento de
vidas.
Fonte: anda.jor.br ( fotos: internet )
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