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terça-feira, 1 de maio de 2018

Animais deixados para trás durante incêndio em prédio morrem em SP


Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio de 26 andares e causou o desabamento do edifício, localizado no Largo do Paissandu, na região central do município de São Paulo.

Ocupado por integrantes do movimento Luta por Moradia Digna (LMD), o prédio era habitado por 150 famílias com 400 pessoas. Tutelados pelos moradores, animais também viviam no local. Eles não sobreviveram.
Os animais foram deixados para trás pelos tutores, que não os resgataram. Com o fogo, a fumaça e o desabamento da estrutura do edifício, eles morreram. Não há, até o momento, registro de sobrevivência de nenhum deles.
A idealizadora da ONG Proteção Animal de Taboão e Região (PATRE), Cynthia Gonçalves, lamentou a atitude dos tutores dos animais. “As famílias simplesmente abandonaram os animais. Estamos falando de animais que ficaram ali vivendo o terror que os humanos fugiram para não viver. E que pagaram pela consequência de uma guarda irresponsável. Imagine o horror que eles passaram. Eu estou desolada, estou muito triste”, disse.
A entidade atende protetores de animais do município de Taboão da Serra, no estado de São Paulo, e outras cidades da região, doando ração, vacinas, cestas básicas e realizando mutirões de castração e feiras de adoção. De acordo com Cynthia, ela agiria de forma totalmente oposta aos tutores que não resgataram os animais durante o incêndio. “Por mais que estejamos acostumadas a lidar com histórias de maus-tratos, de irresponsabilidade, eu morreria para salvar os meus animais, eu daria um jeito”, afirmou.

Cynthia criticou ainda a forma como o caso foi noticiado. “Acordei com essa notícia e o que me chamou muita atenção foi uma matéria da Folha de S. Paulo, na qual o jornalista define que as famílias deixaram documentos, eletrodomésticos e animais para trás, como se os animais estivessem no mesmo grupo de objetos. A gente está falando de vidas, que ficaram lá, passaram pânico, o desespero de viver aquela situação, de se encontrar em meio a fogo e fumaça e serem soterrados”, reiterou.
Ao comentar o episódio, Cynthia comparou a forma como os tutores dos animais mantidos no prédio lidaram com a situação com a atitude da protetora Fernanda Belin, que morreu enquanto tentava retirar um cachorro idoso e com deficiência de um incêndio que tomou conta da casa dela, em São Paulo. “Dá para fazer um paralelo com aquela protetora que a casa dela pegou fogo e ela morreu tentando salvar a vida de um cachorro com deficiência que ela tinha”, disse a fundadora da ONG que afirmou ainda que a morte dos animais no prédio em São Paulo revela a “irresponsabilidade do ser que se diz humano e que é desumano na verdade”.
Exploração de animais
As buscas por desaparecidos nos escombros do edifício estão sendo feitas pelo Corpo de Bombeiros, que levou duas cadelas ao local para procurar pelas vítimas. Uma delas foi treinada para encontrar pessoas vivas e outra para localizar mortos.
A  prática de integrar cachorros à equipe dos bombeiros é exploratória. Isso porque os cachorros são submetidos a treinamentos que os forçam a aprender comandos anti-naturais, que em nada se assemelham ao comportamento normal e aos instintos próprios dos animais.
A exploração é caracterizada também pelo impedimento dos cães viverem de acordo com as necessidades e desejos deles. Afinal, para realizar as tarefas as quais são obrigados a fazer, eles precisam agir segundo o que é esperado pelos militares e não conforme agiriam normalmente, mantendo-se atentos por todo o tempo.
As atividades as quais são obrigados a realizar não trazem benefício algum para eles, tampouco os recompensam de alguma forma, o que é extremamente anti-ético do ponto de vista dos direitos animais, já que cachorros existem por propósitos próprios e não devem, em hipótese alguma, ser explorados para atender a interesses humanos.
Fonte: anda.jor.br ( fotos: Globonews )

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