Um incêndio de grandes proporções
atingiu um prédio de 26 andares e causou o desabamento do edifício, localizado
no Largo do Paissandu, na região central do município de São Paulo.
Ocupado por integrantes do
movimento Luta por Moradia Digna (LMD), o prédio era habitado por 150 famílias
com 400 pessoas. Tutelados pelos moradores, animais também viviam no local.
Eles não sobreviveram.
Os animais foram deixados
para trás pelos tutores, que não os resgataram. Com o fogo, a fumaça e o
desabamento da estrutura do edifício, eles morreram. Não há, até o momento,
registro de sobrevivência de nenhum deles.
A idealizadora da ONG
Proteção Animal de Taboão e Região (PATRE), Cynthia Gonçalves, lamentou a
atitude dos tutores dos animais. “As famílias simplesmente abandonaram os
animais. Estamos falando de animais que ficaram ali vivendo o terror que os
humanos fugiram para não viver. E que pagaram pela consequência de uma guarda
irresponsável. Imagine o horror que eles passaram. Eu estou desolada, estou
muito triste”, disse.
A entidade atende
protetores de animais do município de Taboão da Serra, no estado de São Paulo,
e outras cidades da região, doando ração, vacinas, cestas básicas e realizando
mutirões de castração e feiras de adoção. De acordo com Cynthia, ela agiria de
forma totalmente oposta aos tutores que não resgataram os animais durante o
incêndio. “Por mais que estejamos acostumadas a lidar com histórias de
maus-tratos, de irresponsabilidade, eu morreria para salvar os meus animais, eu
daria um jeito”, afirmou.
Cynthia criticou ainda a
forma como o caso foi noticiado. “Acordei com essa notícia e o que me chamou
muita atenção foi uma matéria da Folha de S. Paulo, na qual o jornalista define
que as famílias deixaram documentos, eletrodomésticos e animais para trás, como
se os animais estivessem no mesmo grupo de objetos. A gente está falando de
vidas, que ficaram lá, passaram pânico, o desespero de viver aquela situação,
de se encontrar em meio a fogo e fumaça e serem soterrados”, reiterou.
Ao comentar o episódio,
Cynthia comparou a forma como os tutores dos animais mantidos no prédio lidaram
com a situação com a atitude da protetora Fernanda Belin, que
morreu enquanto tentava retirar um cachorro idoso e com deficiência de um
incêndio que tomou conta da casa dela, em São Paulo. “Dá para fazer um
paralelo com aquela protetora que a casa dela pegou fogo e ela morreu tentando
salvar a vida de um cachorro com deficiência que ela tinha”, disse a fundadora
da ONG que afirmou ainda que a morte dos animais no prédio em São Paulo revela
a “irresponsabilidade do ser que se diz humano e que é desumano na verdade”.
Exploração de animais
As buscas por desaparecidos
nos escombros do edifício estão sendo feitas pelo Corpo de Bombeiros, que levou
duas cadelas ao local para procurar pelas vítimas. Uma delas foi treinada para
encontrar pessoas vivas e outra para localizar mortos.
A prática de integrar cachorros à equipe dos
bombeiros é exploratória. Isso porque os cachorros são submetidos a
treinamentos que os forçam a aprender comandos anti-naturais, que em nada se
assemelham ao comportamento normal e aos instintos próprios dos animais.
A exploração é caracterizada também
pelo impedimento dos cães viverem de acordo com as necessidades e desejos
deles. Afinal, para realizar as tarefas as quais são obrigados a fazer, eles
precisam agir segundo o que é esperado pelos militares e não conforme agiriam
normalmente, mantendo-se atentos por todo o tempo.
As atividades as quais são obrigados
a realizar não trazem benefício algum para eles, tampouco os recompensam de
alguma forma, o que é extremamente anti-ético do ponto de vista dos direitos
animais, já que cachorros existem por propósitos próprios e não devem, em
hipótese alguma, ser explorados para atender a interesses humanos.
Fonte: anda.jor.br ( fotos: Globonews )
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