A palavra
mãe causa uma infinidade de associações que geralmente são relacionadas a
cuidado, carinho, atenção, criação e amor. Atualmente, trabalham no Instituto
do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), trinta e duas mães que integram, cada uma
de sua forma, estes adjetivos tanto no ambiente domiciliar, quanto nos seus
trabalhos com o meio ambiente.
Ana
Cecília Pires, veterinária do IMA, compreende bem como a figura materna é
essencial para o bom crescimento não só do ser humano, mas também da fauna
silvestre. Seu trabalho direto com os animais começou em 2009, quando era
estagiária do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), e iniciava um longo processo de estudo sobre as
necessidades individuais das espécies, em especial as preguiças.
Segundo a
veterinária, notava-se no momento uma grande taxa de óbito para preguiças que
chegavam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Ibama. “Percebi
que as preguiças eram alimentadas dentro das gaiolas, permanecendo sem o
contato materno, e com uma alimentação que não era adequada para a espécie”,
afirmou.
Ela
explica que, ao contrário do que é indicado aos demais animais silvestres,
estas espécies precisam sentir o calor e o batimento do coração. “Assim que
conseguimos realizar esse contato maior, foi notável o sucesso para que elas
chegassem à fase adulta. Eles adotam o cuidador como mãe”.
Em 2015 a
veterinária passou a fazer parte da força de trabalho do IMA-AL, retornando ao
CETAS, por meio de parceria entre os Institutos, como veterinária dos
animais resgatados que chegam ao local.
Outros
filhotes de preguiça foram apreendidos e receberam de forma imediata os
cuidados da profissional que se tornou uma espécie de mãe para os animais.
Hoje, com um filho de 6 anos, a veterinária cuida de seis filhotes, que são
levados à sua casa nos finais de semana para o acompanhamento continuo.
Segundo
Ana, criar seu filho com uma relação tão próxima com o meio ambiente, e em especial
a fauna, têm apresentado resultados positivos.
“A relação
do meu filho com as preguiças não poderia ser melhor. Costuma chamar os
filhotes de irmãozinhos e auxilia bastante quando estou com elas nos finais de
semana. Ele cresceu nesse meio e respeita muito os animais, não permitindo que
sequer matem uma formiga” afirmou.
A jornada
como mãe de um menino em pleno crescimento e de seis pequenas preguiças lutando
para sobreviver tem seus desdobramentos. A veterinária relata que há horário
para sair e para voltar, pois existe um manejo a ser feito com os animais.
Assim como
a mãe prepara o filho para seguir o ciclo da vida independente, ao chegar à
fase adulta os animais são preparados para a reintrodução na natureza, para que
possam viver o ciclo natural da espécie em liberdade.
Fonte e
foto : Ascom / IMA-AL / Alagoas 24 Horas
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