O
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu um procedimento para apurar o
desaparecimento de um cão sem raça definida que vivia no Campus Umuarama da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
De acordo
com o promotor, Breno Lintz, o cachorro que atendia pelo nome de “Orelha”
morava próximo ao prédio da biblioteca da universidade e era alimentado por
estudantes e funcionários.
“Um grupo
de alunos nos procurou no MP relatando o desaparecimento e, desde então,
começamos a apurar a questão. Fomos atrás de quem presta serviço para a UFU e
também da universidade. Estamos diante de um crime de meio ambiente. Uberlândia
não tem para onde levar o animal, não tem um canil municipal, e enquanto isso
não existir os animais têm o direito de estar na rua e viver bem. O MP tem a
tutela para protegê-los e vamos fazer isso em último nível se for necessário”,
explicou.
O
vigilante de uma empresa terceirizada, que presta serviço para a UFU, confessou
que deixou o cão no Bairro Seringueira e que foi pago por outra pessoa para
realizar o serviço. O promotor Breno Lintz disse que notificou o funcionário e
que dará um prazo de sete dias para ele localizar o animal.
“Isso é
uma prática de maus tratos e ele tem que dar uma satisfação de onde se encontra
o Orelha e devolvê-lo. Caso for comprovado o crime, ele pode pagar uma multa
que vai de um salário mínimo até R$ 100 mil. Um animal não pode ser tratado
como um objeto, isso é um absurdo. Isso gera uma consequência muito grave”,
desabafou Lintz.
O MGTV
entrou em contato com o trabalhador por telefone que disse que está procurando
o animal e que não teve intenção de fazer mal a ele.
“Algumas
pessoas reclamavam que ele latia muito e que, algumas vezes, atrapalhava. Não
fiz por mal e não quero mais envolver ninguém nisso. Eu deixei o cão no Bairro
Seringueira e agora estou atrás dele 24 horas por dia. Estou assustado e com
medo de perder o emprego”, relatou o homem, que preferiu não se identificar.
Cão vivia
próximo a Biblioteca no Campus Umuarama da UFU (Foto: Reprodução/MGTV)
A advogada da empresa de segurança em que o vigilante trabalha, Valéria Luiza Santos, informou ao MGTV que tomou conhecimento do caso na quinta-feira (11) por meio do MPMG e que vai apurar o caso e tomar as providências cabíveis.
A advogada da empresa de segurança em que o vigilante trabalha, Valéria Luiza Santos, informou ao MGTV que tomou conhecimento do caso na quinta-feira (11) por meio do MPMG e que vai apurar o caso e tomar as providências cabíveis.
Em nota, a
UFU informou na sexta-feira (12) que confirmou que o suspeito de ter levado o
cachorro Orelha do Campus Umuarama é vigilante de uma empresa terceirizada e
atua na Fazenda do Glória. No momento em que o animal foi levado do campus, o
vigilante estava fora do local e horário de trabalho. A UFU disse que continua
acompanhando a apuração do caso.
Estudantes
da UFU mobilizaram na sexta-feira (12), em frente a Biblioteca Universitária
para protestar contra o desaparecimento do cão. Além disso, os alunos se uniram
e estão oferecendo uma recompensa de R$ 1 mil em dinheiro para quem localizar o
animal.
“Fizemos
publicações na internet e estamos mobilizando para localizar o Orelha. Também
estamos procurando locais onde ele possa estar, mas até então não conseguimos
achar nosso amigo”, lamentou a estudante de medicina, Ana Clara de Souza.
Fonte: G1( fotos: MGTV )
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