Após a morte da cadela Manchinha,
brutalmente agredida por um segurança do Carrefour de Osasco (SP), a rede de
supermercados decidiu criar uma política interna sobre animais como uma
tentativa de reparação do crime. As ações propostas, no entanto, pretendem
apenas incluir na programação do local feiras de adoção e um “pet day”, por
meio do qual a empresa “apoiará com recursos entidades de acolhimento e defesa
animal” em todo dia 28 de novembro, data da morte de Manchinha. Diante do
tamanho da empresa, presente em várias cidades brasileiras e também em outros
países, e da quantidade de recursos que dispõe, as propostas apresentadas pelo
Carrefour são irrisórias.
A empresa afirma que decidiu criar
uma política interna sobre animais seguindo recomendações dadas por ativistas.
No entanto, várias sugestões, que o supermercado tem plena condição de
executar, não foram acatadas. Dentre elas, doar materiais e equipamentos para
entidades de proteção animal, entregar um aparelho de raio-x para o Centro de
Controle de Zoonoses de Osasco, pagar os custos de 100 mil castrações para
animais da cidade, treinar os funcionários de todas as unidades do Carrefour
para que aprendam sobre cuidados a serem tomados com animais que possam
aparecer nas lojas – para que casos como o de Manchinha não se repitam – e
realizar doações frequentes de recursos para ONGs – não apenas em um único dia,
como o decidido pela empresa ao optar pelo “pet day”.
Outros casos
Manchinha não foi a única a ser
vítima da crueldade de funcionários do Carrefour. Em Vila Velha, no Espírito
Santo, gatos foram
submetidos a maus-tratos nas dependências de uma unidade do
Atacadão, supermercado de propriedade da rede Carrefour. Um vídeo mostra um
grupo de funcionários do local ferindo um gato com um pedaço de madeira. A
denúncia foi feita à Sociedade Protetora dos Animais do Espírito Santo
(Sopaes). O crime ocorreu em 2015. Na época, a assessoria da Rede Carrefour
emitiu nota repudiando o caso e afirmando que abriu sindicância interna para
apurar a denúncia e tomar as providências cabíveis. Não há, no entanto,
informações sobre ações efetivamente tomadas pela empresa.
Em 2011, outro caso foi noticiado, desta
vez no estacionamento do Carrefour de Santo André (SP). Um
cachorro foi vítima de maus-tratos no local, segundo denúncia. O animal foi
agredido por clientes e funcionários com chutes. Os agressores também usaram
carrinhos de compras para bater no cão.
Relembre a história da Manchinha
Uma cadela morreu, após ser
brutalmente agredida no Carrefour de Osasco (SP), no dia 29 de
novembro. Relatos de que um funcionário da empresa, da área de segurança,
agrediu o animal foram confirmados por imagens de uma câmera de monitoramento.
Há, também, a suspeita de que o animal tenha sido envenenado. O acusado pelo
crime prestou depoimento à polícia e confessou a agressão.
Havia uma expectativa de que um laudo
determinasse a causa da morte do animal. No entanto, o
corpo do cachorro foi cremado, o que prejudicou as investigações.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, o responsável por cremar o cachorro
foi o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município, que alega ter tomado
tal providência por não ter, no momento do resgate do animal, informações sobre
os maus-tratos, mas apenas a versão de que o cão havia sido atropelado.
Relatórios sobre o atendimento do
animal apontam sinais de envenenamento, segundo o delegado Bruno Lima, eleito
deputado estadual pelo PSL, e que está acompanhando a investigação sobre o
caso. Testemunhas relatam que o envenenamento, de fato, ocorreu e que foi
dada mortadela com veneno para a cadela. O fato do animal ter apresentado
vômito sustenta a suspeita. “Foi dada mortadela envenenada e ele vomitou essa
mortadela que ele comeu”, disse o jurista Fernando Capez.
A causa da morte da cadela, segundo a
veterinária que socorreu o animal, foi hemorragia. “O
animal deu entrada consciente no departamento em decúbito lateral (deitado de
lado), mucosas anêmicas, hipotensão severa (pressão baixa), hipotermia intensa,
hematêmese (vômito com sangue) e escoriações múltiplas”, informa trecho de uma
nota emitida pela prefeitura sobre o caso. “Apesar do tratamento instituído, o
animal veio a óbito”, completa.
No boletim de ocorrência registrado
na Delegacia de Meio Ambiente, consta que o animal chegou “desfalecido e
agonizando” à unidade da prefeitura, sendo “diagnosticado” com “hemorragia
digestiva alta”. Ainda segundo o documento, “após manobras de reanimação”, a
cadela “apresentou parada respiratória” e veio “a óbito” quase três horas após
o resgate.
Foto: internet
Fonte: anda.jor.br

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