Hoje (4) comemora-se o Dia dos Animais.
A data é vista por muitos como um momento para celebrar a importância que
cachorros e gatos têm na vida dos tutores. No entanto, o significado deste dia
não é só amor, mas também luta. Isso porque a data, que vai além do afeto entre
animais domésticos e quem os tutela, também simboliza o enfrentamento aos
maus-tratos, à negligência e às práticas cruéis que causam dor e sofrimento a
todas as espécies, inclusive as que são vítimas do tráfico e do agronegócio.
Os animais sempre foram maltratados,
explorados e mortos pelos seres humanos. Isso ser um fato, no entanto, não
indica que a sociedade deve aceitar a realidade como ela é, já que o Brasil
matar um boi, um porco e 180 frangos por segundo – de acordo com dados do IBGE
– não é algo a ser naturalizado e banalizado, mas sim combatido. E, para
combater, é necessário não só conscientizar o outro, mas também dar o
exemplo. A mudança de hábitos para a adoção do veganismo é a forma mais
eficaz de não só lutar pelos direitos animais, como também harmonizar o
discurso de amor aos animais com a prática.
Neste Dia dos Animais, os humanos
devem muitos pedidos de perdão a todos aqueles seres vivos que são diariamente
massacrados. Devem, ainda, mais empenho para lutar pela construção de um mundo
em que pessoas e animais possam conviver de forma pacífica, sem que a
exploração e a morte sejam práticas naturalizadas quando promovidas contra
bois, vacas, porcos e galinhas, entre tantos outros. No que se refere aos
animais domésticos, há muito a que ser feito também. Isso porque, apesar deles
serem, no geral, tratados com mais respeito que as demais espécies, casos de
abandono, maus-tratos e negligência são comuns. Assim como ocorre com os
silvestres, que são abruptamente tirados da convivência com seus iguais para
serem transportados, ainda filhotes, em condições degradantes e, depois, serem
comercializados para atender à ganância humana, mesmo que isso custe afastá-lo
do habitat, privá-los da liberdade e, em muitos casos, levá-los à morte.
A prática de se comercializar animais, sejam
domésticos ou silvestres, é mais uma das questões que devem ser fortemente
combatidas. É necessário que a ideia de que as pessoas podem comprar animais,
após escolhê-los pela raça que mais lhes agradam, dê lugar à premissa de que
seres vivos não são mercadorias e, portanto, não devem ser comercializados.
O comércio de vidas, entretanto, não
é problemático apenas por precificar e objetificar animais, mas também por
estar repleto de casos de maus-tratos. Mantidos em locais inadequados, em meio
à sujeira, sem receber alimentação e cuidados necessários e aprisionados em
gaiolas: assim vivem muitos animais explorados para reprodução e venda. As
fêmeas, frequentemente forçadas a se reproduzir em todo cio, sem descanso, são
as que mais sofrem. A única forma eficaz de por fim a esse horror é extinguir o
comércio de animais.
Para que essa extinção seja possível
no futuro, é necessário que a sociedade realize mudanças individuais, por meio
do boicote ao comércio de animais, e promova a conscientização sobre a
necessidade de acabar com esse comércio. O que, aliás, não beneficia apenas os
animais explorados pela venda, mas também colabora para a promoção da adoção,
favorecendo, assim, animais que poderiam morrer nas ruas, sofrendo as terríveis
consequências do abandono, e que passam a ter uma nova chance ao serem
adotados.
Reconhecimento dos direitos animais
Embora já tenhamos avançado bastante,
é preciso, cada vez mais, focar a luta no reconhecimento dos direitos animais.
A ideia equivocada de que as pessoas são superiores aos animais e, por isso,
podem explorá-los, maltratá-los e condená-los à morte deve ser rejeitada, dando
espaço ao conceito de que animais são sujeitos de direito que existem por
propósitos próprios e não para servir aos seres humanos.
A sociedade não evolui através da
exploração, do sofrimento e da morte, mas sim por meio da ética. Portanto,
reconhecer os direitos animais é um dever do ser humano, que deve prezar por
proteger e respeitar todas as formas de vida ao invés de destruí-las, o que,
inclusive, é uma questão essencial no que se refere à construção de um mundo
melhor, já que não é possível viver em uma sociedade pautada pela ética, pela
paz e pelo respeito se o que é praticado e incentivado pelos humanos é a
crueldade.
(Fotos: Haroldo Castro)
Fonte: anda.jor.br
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