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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Conheça Bebê, o cão que mora no cemitério de Maringá (PR)

Por Sophia Portes, ANDA

Há seis meses atrás, o cão Bebê acompanhou o enterro do seu tutor e foi abandonado pelos familiares no cemitério. Hoje, ele faz companhia a dupla de coveiros e ao motorista que conduz o carrinho de golfe, levando o caixão e um punhado de coroas de flores.
“Ele é a nossa alegria. Nos enterros, todo mundo gosta dele. Quando tem aplausos na hora do sepultamento, ele até late!”, conta o coveiro Damião de Souza, um dos tutores de Bebê.

Os funcionários afirmam que é impossível medir quantos enterros o cãozinho espirituoso já presenciou. O Cemitério Municipal de Maringá faz de 2 a 14 enterros por dia, com uma multidão de parentes emocionados. É por isso que também é difícil descobrir quem era o antigo tutor do cão.

Bebê é um cão cheio de personalidade, que não gosta de ter sua rotina atarefada sendo interrompida por afagos de estranhos. Ele gosta mesmo é de liberdade para poder correr atrás de gatos, caçar baratas e outros insetos. Foge dos colos e carinhos muito pegajosos para deitar no gramado admirando os pássaros que voam pelas árvores.

“Ele anda por todo o cemitério. Conhece isso mais que um monte de funcionário, viu?”, revela um dos coveiros. “A gente fica triste se não vê ele”, afirma Fátima Rodrigues, responsável pelo controle dos sepultamentos. Ela trabalha no local há quatro anos e conta que Bebê já é o terceiro cão abandonado ali.
Mas quando Bebê se cansa das suas aventuras pelo cemitério, ele corre para o estacionamento dos funcionários, onde dentro da sua casinha já construída, existe sempre uma refeição saborosa a sua espera. O coveiro Damião se responsabiliza todo mês a bancar a alimentação de Bebê.
Após seis meses de convivência com os funcionários do cemitério, Bebê fez com que todos se unissem contra a morte. Um dia, durante um enterro, o cão se distraiu do seu trajeto e começou a perseguir uma borboleta. Durante sua busca, ele atravessou o caminho de uma maquina de escavar terra e acabou sendo atropelado.
“Pensei que fosse o fim”, lembra o coveiro Elenildo Marques, que fez os primeiros socorros e, imediatamente, levou o cão ao veterinário. “Ele quebrou a bacia, o fêmur e teve a bexiga pressionada”. O coveiro conta que os gastos ficaram no valor de R$ 620. Um vereador marigaense doou a quantia de R$ 250, além de remédios, o resto foi custeado pelos coveiros.
“Fui eu que salvei ele, mas olha como ele me trata”, lamenta Elenildo enquanto Bebê rosna para ele. “Acho que ele ficou com trauma, ne? Deve olhar para mim e lembrar da dor… Ei, mas pera aí: se você colocar o Bebê no jornal, com fotos e tudo, ninguém vai querer levar ele embora daqui não, né?”, confessa com preocupação.

Fonte: anda.jor.br ( fotos: João Paulo Santos )  

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