Durante décadas, a
vida de Nam Phon foi repleta de dificuldades, mas ela terminou no melhor lugar
possível.
Recentemente, a
elefanta asiática com mais de 55 anos faleceu na Wildlife Friends Foundation
Tailândia (WFFT), o santuário onde finalmente encontrou paz após ser resgatada
de uma vida de trabalhos árduos.
Desde que chegou à
WFFT na primavera passada, Nam Phon se tornou uma referência para a manada de
elefantes resgatados.
“A natureza
confiável e a calma de Nam Phon iluminaram a vida de muitos. Ela experimentou
mais liberdade nos últimos meses de sua vida do que nunca. Vagou livremente
pelas florestas ao redor do Refúgio de Elefantes WFFT, fazendo o que queria”,
disse o WFFT em um comunicado.
Porém,
infelizmente, a idade e a vida dura de Nam Phon tiveram seus efeitos e ela
faleceu tranquilamente. Entretanto, o WFFT não iria deixá-la ir sem uma boa
despedida.
O santuário
realizou um funeral para ela, deitando seu corpo e cobrindo-o com flores, além
de ter deixado frutas perto de sua cabeça. Com vários monges liderando o
serviço, a equipe se reuniu para dizer um último adeus.
Se Nam Phon
terminou sua vida em paz, sua existência simboliza as lutas que muitos
elefantes asiáticos prisioneiros enfrentam. Ela nasceu na natureza na década de
1950, mas foi sequestrada de sua família para ser explorada pela indústria
madeireira quando era apenas um filhote.
Provavelmente,
sofreu o infame processo de “esmagamento” do treinamento, que quebra os
espíritos de elefantes selvagens jovens para que eles sejam mais fáceis de
adestrar e manusear antes de serem enviados para o trabalho.
“Ela passou décadas
sendo forçada a destruir seu próprio habitat. Durante este tempo é provável que
tenha dado à luz seus próprios filhotes que foram arrancados dela”, disse
o WFFT.
Quando a indústria
madeireira foi proibida de usar elefantes no final dos anos 80, muitos animais
foram forçados a vagar pelas ruas pedindo comida. Mas, à medida que a indústria
do turismo cresceu, muitos deles, como Nam Phon, foram obrigados a dar passeios
e realizar truques.
“Durante 30 anos
ela foi forçada a servir turistas “, transferida de acampamento para
acampamento, passear com turistas até que não pudesse mais”, escreveu a WFFT.
Em um momento, o
responsável por Nam Phon concordou em deixá-la ir para o refúgio da WFFT e ela
conseguiu uma pausa de seis anos dos duros passeios. Mas, em 2010, ele decidiu
levá-la para longe do santuário e forçá-la a voltar ao trabalho.
Finalmente, em
março de 2016, Nam Phon voltou de vez ao santuário após longas negociações com
o explorador – e foi cumprimentada por dois de seus amigos de sua estadia
anterior no local, que se lembraram dela todos esses anos mais tarde. Ela
também se tornou amiga de outro elefante, Jele, de quem adorava “segurar as
mãos” com sua tromba.
A WFFT disse que
Nam Phon deixou um legado duradouro: não só no santuário, mas para elefantes em
todo o mundo.
“Ela nos inspirou e
também muitas pessoas que a conheceram a lutar por um futuro melhor para mais
de três mil elefantes que ainda definham em ambientes cativos em toda a
Tailândia. Ela nos deu esperança de continuar lutando por sua liberdade, os
anos de abuso que suportou nunca apagaram sua luz”, disse o grupo de resgate.
Os ativistas
deixaram a amada elefanta com a mais doce mensagem.
“Depois de anos de
abuso nas mãos dos humanos, agora você está livre, garota idosa. Você será
lembrada tanto como uma vítima da indústria de elefantes em cativeiro, como um
farol brilhante de esperança para os muitos outros elefantes ainda precisam de
ajuda. Ela deixou este mundo e se mudou para outro – seu espírito está livre
agora”, escreveu a WFFT.
Fonte: anda.jor.br ( Foto:
Wildlife Friends Foundation Thailand)
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