Morte de elefante com lança de ferro em chamas na Índia é um fracasso sistêmico, dizem especialistas

 

O horrível assassinato de uma elefanta em Jhargram, causada pelo arremesso de uma lança de ferro pontiaguda e em chamas que perfurou suas costas, causando ferimentos graves e fatais, é condenável e aponta para o fracasso total tanto da intenção quanto dos sistemas para mitigar o conflito entre humanos e elefantes no sul de Bengala, afirmou a Federação de Organizações de Proteção Animal da Índia (FIAPO – Federation of Indian Animal Protection Organisations).

O órgão exige que o governo faça uma investigação sobre esse incidente e recomenda as medidas necessárias para o ministério/departamento florestal do estado.

“O conflito entre humanos e elefantes, causado inteiramente por políticas ruins que ignoram tanto os interesses humanos quanto os dos animais, transformou as incursões de elefantes em cenários de guerra. Parece que agora elefantes e humanos estão em guerra entre si, e o recente assassinato brutal da elefanta selvagem é mais um exemplo disso”, disse Alok Hisarwala, advogado e fundador do Centro de Pesquisa em Direitos dos Animais.

No dia 15 de agosto, uma equipe “hulla” perseguiu um grupo de elefantes que havia invadido a cidade de Jhargram. Um homem havia morrido anteriormente em um encontro com um elefante do mesmo grupo.

As equipes de “hulla”, que são controladas pelos departamentos florestais estaduais, deveriam usar tambores e outros meios não violentos para afastar os elefantes. Mas, neste caso, a multidão atirou lanças de ferro em chamas nos elefantes, uma das quais perfurou as costas do elefante. Um vídeo que está sendo amplamente divulgado mostra o elefante com a lança em chamas presa nas costas, em agonia.

O sul de Bengala é propenso a conflitos extensos entre humanos e elefantes, o que é preocupante. A ordem da Suprema Corte de 2018 reconheceu a dificuldade de gerenciar a situação de conflito, dada a topografia do sul de Bengala, com seus campos de arroz e outras culturas que atraem os elefantes. A Suprema Corte determinou que cerca de 60% dos cargos vagos no departamento florestal estadual fossem preenchidos para que as equipes de “hulla” pudessem ser gerenciadas por pessoal treinado.

Tradução Ana Carolina Figueiredo

Fonte e foto: Asia News Network

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