Foto: Ilustração | Freepik
Uma das doenças mais preocupantes para veterinários e tutores de animais é a esporotricose. Esta uma zoonose causada por fungos do complexo Sporothrix schenckii, que possui sete espécies, sendo S. brasiliensis a principal no Brasil, uma espécie emergente, mais virulenta e patogênica.
“A transmissão clássica ocorre pelo contato com espinhos, lascas de madeira, terra ou matéria orgânica contaminados pelo fungo”, explicou a médica veterinária Vivian Lindmayer Cisi, em entrevista ao Cães&Gatos.
Nos gatos, a doença se manifesta por meio de lesões que, geralmente, aparecem na cabeça, extremidades dos membros e cauda, com feridas profundas na pele, presença de pus, nódulos e úlceras de rápida evolução, além de espirros frequentes. Os machucados podem formar crostas ou expor o tecido osteomuscular.
Não se sabe porque os gatos têm são mais suscetíveis a esporotricose, mas Vivian alerta que a infecção neles, frequentemente, evolui para uma doença grave e/ou sistêmica.
Para prevenir a esporotricose e outras doenças, a veterinária destaca a importância de observar o comportamento dos gatos, especialmente dos machos que não são castrados. “O veterinário desempenha um papel crucial na conscientização dos tutores sobre a importância da castração e da restrição de acesso à rua para reduzir comportamentos de disputa e risco de infecção. Além disso, o veterinário é o único profissional capacitado para diagnosticar e tratar a doença em felinos”, acrescentou.
É muito importante que cadáveres de animais positivos ou suspeitos de esporotricose tenham o destino adequando para evitar que o fungo se espalhe. O o tutor deve seguir a orientação do veterinário, que normalmente é encaminhar o animalzinho morto para incineração.
Mas caso o seu gato seja diagnosticado com a doença, a boa notícia é que ela tem cura a partir de um tratamento normalmente feito com itraconazol e deve ser feito com acompanhamento médico. “A duração do tratamento é prolongada, devendo ser mantida por, pelo menos, um mês após a cicatrização completa das lesões. Em casos refratários, outros antifúngicos podem ser associados. Além do tratamento medicamentoso, é fundamental o acompanhamento do estado geral do paciente, suporte nutricional, avaliação de infecções bacterianas secundárias e monitoramento da função hepática devido à metabolização do fármaco”, explicou Vivian.
“Animais suspeitos de esporotricose não devem ser abandonados, maltratados ou sacrificados. Com o tratamento adequado e informações corretas, é possível promover a cura do animal. Portanto, a conscientização e o apoio dos médicos-veterinários são essenciais para o controle da doença”, finalizou.
Fonte: Júlia Zanluchi com anda.jor.br
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