Mariana Dandara | Redação ANDA
Uma operação emergencial realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em parceria com ONGs de proteção animal tenta dar uma nova chance de sobrevivência para 200 jacarés que sofriam com a fome e a sede nos arredores da Transpantaneira (MT-060), no Pantanal. Vítimas da seca, os animais foram retirados dos locais onde estavam e transportados para áreas com água e alimento.
Servidor do Ibama, Bruno Campos relatou que os jacarés são
colocados em um veículo e transportados para locais com até 30 quilômetros de
distância. Segundo ele, a seca deste ano tem sido mas rigorosa do que de
costume.
“A gente entende que
este animal passa por esta situação de seca todos os anos, mas não nesse nível
tão dramático. E isso vem em uma sequência de dois anos. É necessário a gente
ponderar a necessidade de manejá-los. Lógico que quando você pensa num contexto
de população não faz diferença nenhuma. Agora, quando você pensa no indivíduo,
na qualidade de vida deste animal, você começa a ponderar que é pertinente
tirá-lo daqui e levá-lo para outro lugar”, afirmou o servidor ao jornal El
País.
“Devido a quantidade de animais que estão ali, a escassez de
água aqui e em outros locais no entorno, a gente resolveu fazer a translocação
destes animais e realocá-los em lugares com disponibilidade de água e alimentos
para ver se melhora a chance deles de sobrevivência”, completou.
Ilhados, muitos jacarés
se amontoam num mesmo local por não terem condições de suportar a migração para
áreas com água e alimento. “Essa seca vem do ano passado e possivelmente
vai perdurar pelos próximos dois, três anos. Quando você analisa a situação
destes animais tem uma somatização de situações: desmatamento, supressão de
água do lençol freático, as queimadas que acaba reduzindo o alimento que ele
precisa. No ano passado o rio não entrou aqui por uma série de fatores. Por ele
não ter entrado, não teve a disponibilidade de alimento que é normal ano a
ano”, explicou o servidor.
Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD),
a médica veterinária Carla Sássi relatou que foi necessário translocar os
jacarés após serem registradas mortes diárias de animais na região.
“Foi feita a análise da água. O resultado foi que este lugar
está totalmente impróprio para a sobrevivência destes animais, mesmo eles sendo
muito resistentes”, disse Sássi.
De acordo com a veterinária, as mortes registradas foram
consequências das condições do bioma. “Todos os dias chegamos aqui e há
cinco, seis deles mortos com características de desnutrição e desidratação”,
afirmou.
Além do GRAD, as entidades Brigada Norte SOS Pantanal e
Ecotrópica também se uniram ao Ibama na operação de resgate aos jacarés.
Colocados em uma van climatizada, cerca de 15 jacarés são transportados a cada
viagem.
Foto: Fernando Faciole
Fonte: anda.jor.br





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