Uma escultura
construída na região do trapiche, na Avenida Beira-Mar Norte, vai simbolizar
animais abandonados de Florianópolis que esperam por adoção.
O monumento
consiste em um banco com uma estátua do cão Harry, acompanhado por uma bolinha.
Uma placa instalada ao lado da escultura explica a história: Harry era um
vira-lata que viveu nas ruas de Florianópolis até ser adotado. Ele gostava de
passear na região do trapiche e era conhecido como o “cachorro da bolinha”.
A obra foi
encomendada como uma forma de homenagem pela tutora do cãozinho. Ele morreu no
ano passado, com 19 anos de vida. O monumento foi doado ao município e
autorizado pelo Instituto de Pesquisa e Patrimônio Urbano de Florianópolis
(Ipuf).
A história foi
divulgada esta semana no Twitter do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro,
que elogiou a iniciativa e escreveu:
“A escultura de
Harry permanecerá por muito tempo em um dos principais pontos da cidade para
nos lembrar todos os dias da importância da adoção”.
Cãozinho
famoso na Beira-Mar
Harry passeava
todos os dias na Beira-Mar, tinha um espaço favorito no trapiche e até conta na
barraquinha de água de côco. A professora Cristiane Neder adotou o cão em 2000,
quando veio de São Paulo para Florianópolis. Primeiro morava na Vargem do Bom
Jesus, e depois na Rua Desembargador Arno Hoeschl, perto da Beira-Mar.
– O Harry sempre
amou a Beira-Mar, eu levava ele para passear lá três vezes por dia. Ele amava o
trapiche porque tinha os pescadores, e eles jogavam a tarrafa e ele ficava de
um lado para o outro correndo vendo os peixes pulando. Ele tinha uma grande
simpatia pelo mar, sentava nos degrauzinhos do trapiche e ficava olhando o mar
como se fosse uma pessoa – lembra Cristiane.
Nos últimos anos os
dois estavam morando em Minas Gerais, mas a professora mantém os imóveis em
Florianópolis e voltava para a ilha com Harry sempre que possível. A ideia da
estátua não foi apenas para homenagear o cão que fez tantos amigos no Centro de
Florianópolis, mas também destacar a importância da adoção.
– Eu choro toda vez
que eu vou no trapiche, porque eu lembro dele correndo lá. Deitadinho no degrau
preferido dele, é como se o latido dele ainda estivesse vivo. Ele não era só o
meu cachorro, era o meu filhinho – conta a professora, que pretende transformar
a história de Harry em livro e filme.
Por Jean Laurindo e Por Lucas Paraizo
Fonte e foto : NSC
Total
Nota
do Olhar Animal: O prefeito Gean
Loureiro poderia render homenagens aos cães não permitindo que sejam mortos por
terem contraído leishmaniose. Várias prefeituras, inclusive a de Florianópolis
gerida por Gean, fazem exames e, se diagnosticada a leishmaniose no animal,
oferecem ao tutor a “opção” dele próprio fazer o dispendioso tratamento ou
então seu animal deve ser deixado e exterminado. Grande parte dos tutores não
pode arcar financeiramente com o tratamento. Seria razoável que as prefeituras
exterminassem crianças humanas de famílias de baixa renda por estas não poderem
custear tratamentos? Óbvio que não, e não há porque pensar diferente em relação
aos animais não humanos. Com a transferência da responsabilidade da “decisão”
para o tutor, as prefeituras procuram se eximir da responsabilidade pela morte
dos bichos, oferecendo uma “escolha” impossível de ser feita por muitos
tutores, carentes de recursos financeiros. Isto acaba, na prática,
representando uma velada, odiosa e elitista política de extermínio contra os
cães de tutores de baixa renda. Cabe às prefeituras oferecerem alternativa
acessível para o tratamento e, caso isto não ocorra, resta aos tutores
acionarem judicialmente todas as prefeituras que oferecem esta “escolha”
impossível (como a ação ajuizada pelo GAEDA, grupo de proteção animal de
Caruaru, PE: https://olharanimal.org/gaeda-pleiteia-na-justica-medicamento-para-cao-com-leishmaniose-em-pernambuco/).
Lembrando que os fortes laços dos tutores com os animais os fazem temer que
seus bichos sejam abatidos pelas prefeituras e, por isto, estes acabam deixando
de submeter os animais aos necessários exames, agravando a questão de saúde
pública, além da condição de saúde do próprio animal e de todos em seu entorno.
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