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domingo, 23 de agosto de 2020

Estátua na Beira-Mar de Florianópolis (SC) homenageia e simboliza animais abandonados

 

Uma escultura construída na região do trapiche, na Avenida Beira-Mar Norte, vai simbolizar animais abandonados de Florianópolis que esperam por adoção.

O monumento consiste em um banco com uma estátua do cão Harry, acompanhado por uma bolinha. Uma placa instalada ao lado da escultura explica a história: Harry era um vira-lata que viveu nas ruas de Florianópolis até ser adotado. Ele gostava de passear na região do trapiche e era conhecido como o “cachorro da bolinha”.

A obra foi encomendada como uma forma de homenagem pela tutora do cãozinho. Ele morreu no ano passado, com 19 anos de vida. O monumento foi doado ao município e autorizado pelo Instituto de Pesquisa e Patrimônio Urbano de Florianópolis (Ipuf).

A história foi divulgada esta semana no Twitter do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que elogiou a iniciativa e escreveu:

“A escultura de Harry permanecerá por muito tempo em um dos principais pontos da cidade para nos lembrar todos os dias da importância da adoção”.

Cãozinho famoso na Beira-Mar

Harry passeava todos os dias na Beira-Mar, tinha um espaço favorito no trapiche e até conta na barraquinha de água de côco. A professora Cristiane Neder adotou o cão em 2000, quando veio de São Paulo para Florianópolis. Primeiro morava na Vargem do Bom Jesus, e depois na Rua Desembargador Arno Hoeschl, perto da Beira-Mar.

– O Harry sempre amou a Beira-Mar, eu levava ele para passear lá três vezes por dia. Ele amava o trapiche porque tinha os pescadores, e eles jogavam a tarrafa e ele ficava de um lado para o outro correndo vendo os peixes pulando. Ele tinha uma grande simpatia pelo mar, sentava nos degrauzinhos do trapiche e ficava olhando o mar como se fosse uma pessoa – lembra Cristiane.

Nos últimos anos os dois estavam morando em Minas Gerais, mas a professora mantém os imóveis em Florianópolis e voltava para a ilha com Harry sempre que possível. A ideia da estátua não foi apenas para homenagear o cão que fez tantos amigos no Centro de Florianópolis, mas também destacar a importância da adoção.

– Eu choro toda vez que eu vou no trapiche, porque eu lembro dele correndo lá. Deitadinho no degrau preferido dele, é como se o latido dele ainda estivesse vivo. Ele não era só o meu cachorro, era o meu filhinho – conta a professora, que pretende transformar a história de Harry em livro e filme.

Por Jean Laurindo e Por Lucas Paraizo

Fonte e foto : NSC Total


Nota do Olhar Animal: O prefeito Gean Loureiro poderia render homenagens aos cães não permitindo que sejam mortos por terem contraído leishmaniose. Várias prefeituras, inclusive a de Florianópolis gerida por Gean, fazem exames e, se diagnosticada a leishmaniose no animal, oferecem ao tutor a “opção” dele próprio fazer o dispendioso tratamento ou então seu animal deve ser deixado e exterminado. Grande parte dos tutores não pode arcar financeiramente com o tratamento. Seria razoável que as prefeituras exterminassem crianças humanas de famílias de baixa renda por estas não poderem custear tratamentos? Óbvio que não, e não há porque pensar diferente em relação aos animais não humanos. Com a transferência da responsabilidade da “decisão” para o tutor, as prefeituras procuram se eximir da responsabilidade pela morte dos bichos, oferecendo uma “escolha” impossível de ser feita por muitos tutores, carentes de recursos financeiros. Isto acaba, na prática, representando uma velada, odiosa e elitista política de extermínio contra os cães de tutores de baixa renda. Cabe às prefeituras oferecerem alternativa acessível para o tratamento e, caso isto não ocorra, resta aos tutores acionarem judicialmente todas as prefeituras que oferecem esta “escolha” impossível (como a ação ajuizada pelo GAEDA, grupo de proteção animal de Caruaru, PE: https://olharanimal.org/gaeda-pleiteia-na-justica-medicamento-para-cao-com-leishmaniose-em-pernambuco/). Lembrando que os fortes laços dos tutores com os animais os fazem temer que seus bichos sejam abatidos pelas prefeituras e, por isto, estes acabam deixando de submeter os animais aos necessários exames, agravando a questão de saúde pública, além da condição de saúde do próprio animal e de todos em seu entorno.

 

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