Por
David Arioch
-
Não dá pra negar que nenhum governo no Brasil
realmente foi bom para os animais. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro, com
suas pautas que apregoam a defesa de “uma economia acima de tudo”, conseguiu
piorar o que já era ruim. Bolsonaro já endossou uma crescente lista de práticas
que vão contra o bem-estar animal.
Brasil tem hoje um governo que vê vantagem no
fortalecimento da caça, que reconhece todos os tipos de rodeios como
manifestações culturais (inclusive Bolsonaro sancionou em tom comemorativo a
Lei da Vaquejada e o Dia Nacional do Rodeio), incluindo prova de laço, que
consiste em perseguir e ferir um bezerro com 40 dias de idade (que sobrevive
com traumas e vez ou outra morre na arena).
Determinadas práticas regionalistas jamais poderiam
ser assimiladas como patrimônio nacional, já que além de entrarem em conflito
com a Lei de Crimes Ambientais são modalidades que fazem parte da realidade de
pequena parcela da população se considerada abrangência.
Se fizéssemos um referendo no país, a maior parte
da população diria que rodeios não acrescentam nada em suas vidas, e que
bani-lo não faria falta. É muito estranho termos um governo com defensores da
caça.
Não explorar animais como “ditadura do
politicamente correto”
Até mesmo um dos ministros, Onyx Lorenzoni, é autor de um PL que fortalece ainda mais a prática, enquanto pesquisas já apontaram que a maior parte da população brasileira é contrária à caça – que hoje é permitida até com o uso de cães e armas brancas.
Até mesmo um dos ministros, Onyx Lorenzoni, é autor de um PL que fortalece ainda mais a prática, enquanto pesquisas já apontaram que a maior parte da população brasileira é contrária à caça – que hoje é permitida até com o uso de cães e armas brancas.
Jair Bolsonaro também já disse em várias ocasiões
que ser contra o uso de animais como entretenimento é “ditadura do
politicamente correto”. Ademais, até hoje não demonstrou preocupação com o
aumento do número de espécies ameaçadas no país. Na realidade, o atual governo
pediu para ocultar a lista de animais aquáticos ameaçados para não prejudicar o
setor da pesca.
Bolsonaro não leva a sério mudanças climáticas nem
mesmo impacto ambiental. Ele é da opinião de que tanto animais silvestres
quanto indígenas podem se adaptar “muito bem” ao agronegócio. Posição também já
defendida por Xico Graziano.
Desde 2019, o governo assumiu a “missão” de
exportar mais animais vivos para fora do país com fins de consumo – incluindo
novos destinos como Cazaquistão, Vietnã e Laos. Também está se esforçando para
despachar muito mais gado em pé para Turquia, Egito, Jordânia, Iraque, Líbano e
Irã. Já foi comprovado que exportação de gado vivo é crueldade.
Governo considera lucro mais importante que o
bem-estar animal
Submeter um animal a viagens com duração média de 21 dias passando pelos mais diferentes tipos de privação para morrer em outro país; isto sem considerar o impacto ambiental do descarte de resíduos na água.
Submeter um animal a viagens com duração média de 21 dias passando pelos mais diferentes tipos de privação para morrer em outro país; isto sem considerar o impacto ambiental do descarte de resíduos na água.
Jair Bolsonaro também já afirmou que o melhor
caminho para baixar o preço da carne é “criar mais boi”, ignorando a devastação
causada pela agropecuária em relação ao desflorestamento, degradação e
subutilização do solo.
Com essa consciência, fez lobby para o Banco do
Brasil reduzir juros para o setor e liberar um novo crédito bilionário. Como
não reconhecer que este é um péssimo governo para os animais?
O número de habilitação de frigoríficos no país
cresce, assim como a liberação da pesca esportiva em áreas de conservação
ambiental. Falando em contradição, e a Secretaria dos Animais que defensores
dos animais que o apoiam tanto comemoraram?
Simplesmente não existe nem vai existir. O governo
já confirmou que não será mais criada. Além disso, nunca se fala em
sustentabilidade, mas também, como falar em sustentabilidade defendendo tudo
que foi citado?
Fonte: anda.jor.br( foto: internet )
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