Por
David Arioch
-
Pixabay
Uma vacina experimental contra o coronavírus está
sendo desenvolvida nos Estados Unidos sem a realização de testes em animais, de
acordo com informações divulgadas esta semana pelo site norte-americano de
notícias de saúde Statnews, que pertence ao grupo Boston Globe.
“Eu não acho que testá-la em um animal seja um
caminho relevante para levar isso a um ensaio clínico”, argumentou o cientista
Tal Zaks, diretor-médico da Moderna, uma empresa de biotecnologia, sediada em
Cambridge, Massachusetts, encarregada de selecionar 19 candidatos humanos para
receber a vacina.
Enquanto a Moderna realiza esse trabalho, os
Institutos Nacionais de Saúde dos EUA trabalham em pesquisas não clínicas. Os
primeiros voluntários que receberão a vacina começaram a ser recrutados na
primeira semana de março.
Segundo cientistas, a iniciativa de realizar testes
em humanos na fase experimental também é justificada pela urgência da
disseminação da doença, que já foi classificada internacionalmente como uma
pandemia, considerando o seu impacto global.
Elsevier, testes em animais podem ser ineficazes
Um estudo divulgado em 2018 por um grupo de análise
formado pela Elsevier, maior editora de literatura médica e científica do
mundo, e pela Bayer, gigante do ramo farmacêutico, reconheceu que testes em
animais podem ser ineficazes. O trabalho, intitulado “A big data approach to
the concordance of the toxicity of pharmaceuticals in animals and humans”, que
avaliou 1,6 milhão de reações adversas reportadas aos reguladores da União
Europeia e dos Estados Unidos, foi publicado no Journal of Regulatory
Toxicology and Pharmacology.
Os pesquisadores descobriram que testes em animais
podem não garantir reações únicas relatadas em animais e em humanos. O estudo
revelou que algumas das reações em animais após os testes nunca haviam sido
observadas em um ser humano, e vice-versa.
“Todas as empresas de ciências da vida desejam
diminuir os testes em animais, e com a pressão contínua dos governos,
sociedades e grupos de bem-estar animal, as organizações farmacêuticas estão explorando
maneiras de fazer isso”, disse o diretor de serviços científicos da Elsevier,
Matthew Clark a PharmaTimes.
No mundo todo, organizações, estados e países estão
adotando medidas para reduzir os testes em animais. Alguns estão indo além,
lutando pelo banimento da prática, que já tem sido substituída por novas
tecnologias que envolvem triagem de alta produtividade, modelos computacionais
e chips baseados em cultura de células e tecido humano.
Fonte: anda.jor.br
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