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Hoje, 14 de março,
celebra-se o Dia Nacional dos Animais. A data, criada com o objetivo de
conscientizar as pessoas sobre os cuidados que devem ser dados aos animais,
deve ser vista como um momento de reflexão sobre a necessidade de respeitar
todas as espécies, inclusive aquelas historicamente exploradas, maltratadas e
mortas para beneficiar os seres humanos e alimentá-los.
No Brasil, os animais
não são tratados dignamente. São 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães
abandonados, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nas ruas, esses animais,
que amavam suas famílias e eram leais a elas, vivenciam todo tipo de sofrimento:
passam frio, suportam calor excessivo e chuvas fortes, sentem fome, são
agredidos, atropelados, adoecem e, após conhecer o preço do descaso e da dor,
morrem. Poucos têm a chance de ser resgatados e recomeçar a vida com amor,
respeito e cuidados. Casos de maus-tratos, não só contra os animais
abandonados, mas muitos deles promovidos pelos próprios tutores, também são
comuns. Ainda em relação aos animais domésticos, o comércio de venda de
filhotes condena inúmeros animais a uma vida miserável pautada na exploração
promovida por pessoas que os tratam como máquinas reprodutoras e mercadorias.
Foto: internet
O sofrimento, no
entanto, não atinge apenas os cachorros e gatos. Animais silvestres são
rotineiramente vítimas do tráfico. Retirados da família, privados da liberdade,
transportados de forma cruel e inadequada, muitas vezes sem receber alimentação
correta, eles se tornam vítimas dos traficantes e, depois, de quem os compra e
se considera no direito de mantê-los aprisionados no cativeiro. Além deles,
animais como ratos, cães e coelhos são submetidos a experimentos extremamente
cruéis e dolorosos para a fabricação de cosméticos, alimentos, medicamentos e
outros itens, como cigarros.
Para fabricar produtos,
produzir roupas e outros objetos e alimentar a população, milhares de animais
também vivenciam um sofrimento inimaginável. No Brasil, um boi, um porco e 180
frangos são mortos para consumo por segundo, de acordo com dados do IBGE. Por
trás da estatística, esconde-se a dor que os pecuaristas se esforçam para que
não seja conhecida pela sociedade. Esses animais são explorados dia após dia e
vivem uma rotina de maus-tratos, torturas e morte. Pintinhos machos são
triturados vivos, galinhas têm seus bicos cortados sem anestesia e vivem presas
em granjas superlotadas ou gaiolas minúsculas durante toda a vida, tratadas
como máquinas de botar ovos, porcas são condenadas a uma existência dentro de
pequenas celas gestacionais e os machos são castrados sem direito a anestésico,
bezerros vivem aprisionados em locais pequenos, privados de alimentação
adequada e luz solar para que se movimentem pouco e gerem, após a morte, uma
carne macia, conhecida como vitela. E todo esse horror é apenas uma parte do
que é vivido pelos animais na indústria.
A urgência de se
garantir que os direitos animais sejam respeitados e que eles sejam tratados
como os seres sencientes que são – capazes de sentir e de sofrer – faz do Dia
Nacional dos Animais uma data de extrema necessidade para a promoção de
reflexões a respeito da forma como a sociedade enxerga os animais atualmente e
a desconstrução que deve ser feita para que eles passem a ser vistos como
sujeitos de direito.
É preciso extinguir a
hierarquia cruelmente estabelecida pelos humanos, na qual eles se colocam acima
de quaisquer espécies, explorando-os, maltratando-os e tirando suas vidas. Os
animais existem por propósitos próprios e não estão no mundo para servir às
pessoas. O que falta, porém, é que os humanos entendam e aceitem essa
realidade, passando a garantir aos animais a mesma paz que pedem para si.
Fonte: anda.jor.br
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