Talvez uma lição do coronavírus que possa ser
acrescentada às várias listas que já foram feitas sobre isso é fiar-se no
jornalismo e nos conteúdos de qualidade.
As fake news estão se propagando tanto quanto – ou
mais – a Covid-19. O jornalista Mário Prata, em recente artigo publicado na
Folha de S. Paulo, alertou sobre os perigos das fake news em um momento em que
o mundo inteiro está isolado socialmente e, por isso mesmo, refugiou-se nas
redes sociais.
O GreenMe fez uma matéria sobre como as águas dos
canais de Veneza ficaram cristalinas durante os dias de quarentena e isolamento
social. Menos gente e menos veículos transitando fizeram a natureza respirar um
pouco, embora as águas não estejam propriamente limpas.
Foi só os veículos de comunicação divulgarem essa
notícia que uma fake news começou a circular pela internet: a de que golfinhos
e cisnes foram vistos nadando nos canais da cidade italiana. Uma outra, também,
já havia circulado antes: a de um grupo de elefantes que passou por uma vila em
Yunnan, na China, e teria se embebedado de vinho.
As notícias são tão absurdas que qualquer leitor
atento e com o mínimo de discernimento só poderia rir delas. Mas existe um
grupo de crédulos que não apenas acredita em fake news como as compartilha em
suas redes sociais.
O
mundo precisava respirar: golfinhos e cisnes aparecerem nos canais de Veneza,
após a quarentena na Itália
Desde o
fechamento de Veneza, sem a poluição dos barcos, a água começou a clarear e um
golfinho foi visto no canal pela primeira vez em quase 60 anos.
Mas não foram só
os golfinhos a reaparecer nos canais. Os cisnes voltaram também, após muitos
anos sem serem vistos pelas redondezas.
Os cisnes aparecem regularmente nos canais de
Burano, uma pequena ilha na área metropolitana de Veneza, onde as fotos foram
tiradas, e os golfinhos “venezianos” foram filmados em um porto na Sardenha, no
mar Mediterrâneo, a centenas de quilômetros de distância, segundo informa a
National Geographic.
A origem das fotos dos elefantes bêbados é, ainda,
desconhecida, mas uma reportagem chinesa desmentiu as postagens virais. Embora
os elefantes tenham passado recentemente pela tal vila, eles não ficaram
bêbados nem desmaiaram em um campo de chá.
Os
rumores e a mentira se propagam tão facilmente como um vírus, o que pode causar
enormes prejuízos em tempos de crise como estes em que estamos vivendo,
sobretudo, quando se referem a receitas e curas milagrosas.
Fica a
dica: procure ler veículos de comunicação que fazem jornalismo sério e que
checam as fontes consultadas. Evite disseminar notícias falsas e mais
ansiedade, sobretudo agora, quando ninguém está precisando disso.
Fonte e
foto: GreenMe
Nota do Olhar Animal: Infelizmente também
reproduzimos esta fake, amplamente divulgada nas redes sociais e veículos de
imprensa. Fica registrado aqui o reparo.
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