As autoridades estão convocando as populações em
todo o mundo para o isolamento social como medida contra o avanço do
coronavírus. No campo, as recomendações não deixam de ser diferentes. Veja as
principais dúvidas e recomendações:
Animais podem
pegar o coronavírus?
O médico veterinário José Joffre Martins Bayeux,
especializado em animais de grande porte, diz que é muito difícil que a
contaminação atinja os animais. O procedimento para lidar com eles deve seguir
o padrão: lavar as mãos antes do trato e ao manuseá-los, além de garantir
alimentação e água.
É preciso suspender os
trabalhos no campo?
Não é preciso paralisar os trabalhos, a não ser que
as autoridades determinem. Mas evite trabalhar perto de outras pessoas e
prefira ambientes ao ar livre. Se houver funcionários que apresentem os
sintomas da doença (febre persistente e falta de ar), notifique a autoridade
sanitária.
É preciso seguir os
procedimentos até mesmo em Estados em que não há casos de coronavírus?
Sim. Mesmo nas cidades que não registraram nenhum
caso de coronavírus, as pessoas precisam se conscientizar e seguir as regras
básicas de higienização das mãos, evitar aglomerações e eventos públicos.
O consumo de alimentos naturais pode curar
o coronavírus?
O Ministério da Saúde ressalta que não há
tratamento caseiro ou alternativo para a doença. Aos primeiros sinais, a
indicação é a medicação para controle de febre, por exemplo. Se a febre alta
persistir, procure um hospital. O órgão recomenda que ninguém procure o hospital
sem a real necessidade de emergência.
O transporte rural –
ônibus, vans ou carros – precisa de cuidados especiais?
As autoridades recomendam evitar a superlotação dos
veículos e que todas as janelas estejam abertas durante o transporte, para
auxiliar na circulação de ar no interior do veículo. O interior do veículo deve
ser higienizado constantemente.
Como os médicos veterinários devem proceder
durante a crise do coronavírus? É perigoso realizar atendimentos?
A orientação para este caso é do Conselho Federal
de Medicina Veterinária, que diz que “os médicos-veterinários estão autorizados
pelos governos estaduais a manter o atendimento normal em clínicas, hospitais
veterinários e propriedades rurais. Isso pode variar de uma região para outra
do país e os profissionais devem sempre observar e respeitar as restrições
determinadas pelas autoridades locais”.
Nas clínicas e em propriedades rurais, o
atendimento tem restrições?
Não tem restrições, mas o CFMV estimula que os
atendimentos sejam feitos com a presença de apenas um tutor, evitando a
aglomeração de pessoas.
Quais produtos devem ser
usados para higienizar recintos, baias e salas onde há atendimento veterinário?
De acordo com o CFMV, a higienização dos ambientes
deve ser severa. O recinto de atendimento deve ser higienizado a cada
atendimento. Deve-se limpar mobiliário, utensílios que tiveram contato direto
com os animais e com os tutores e proprietários. Devem usar água sanitária ou
amônia quaternária, desinfetantes clássicos utilizados na limpeza rotineira. A
vigilância sanitária indica o uso de álcool 70% no atendimento clínico dos
animais.
É verdade que em locais onde faz muito
calor o coronavírus não se manifesta?
Não é possível afirmar. O Ministério da Saúde ainda
está avaliando o comportamento do coronavírus em diferentes regiões
brasileiras. Por isso, todos precisam se prevenir, não importa se mora em uma
região que faz muito ou pouco calor.
Existe algum tipo de relação entre o
coronavírus e os outros tipos de vírus que atingem aves, como o H5N1?
Não há nenhuma relação, explica o professor da
Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, Edir Nepomuceno. Segundo ele,
existe uma grande variedade de coronavírus circulando no mundo, e o tipo que
atinge as aves é do gênero gama, distantes dos tipos que afetam o homem
(coronavirus19, alfa ou beta) e não há qualquer risco para as granjas de aves.
O H5N1 é um vírus diferente, da influenza, e também não tem nenhuma relação com
o coronavírus.
Compartilhar copos, talheres e toalhas é
perigoso?
Sim. Não compartilhe nenhum item em refeitórios e
banheiros, mesmo em locais onde não há contaminados ou suspeitos. As gotículas
de saliva podem estar nesses objetos. Lave bem estes objetos após o uso e
separe-os para uso pessoal.
Cuidados básicos
– Lavar as mãos com frequência –
usar água e sabão, lavar a palma da mão, entre os dedos e as costas das mãos e
punhos.
– Uso de álcool em gel – lançar
mão do produto, com concentração de 70%, sempre que necessário.
– Evitar aglomerações – não
vá a lugares com muitas pessoas. O vírus se propaga através de gotículas de
saliva e o contato com pessoas infectadas.
– Isolamento social – pessoas
com mais de 60 anos, que tenham algum fator de risco (doenças preexistentes, em
tratamento) devem se isolar do contato com outras pessoas.
– Evitar contato próximo –
não cumprimente com abraços, aperto de mão ou beijo. Ninguém ficará chateado!
Quando for conversar com outras pessoas, mantenha uma distância de pelo menos
um metro do outro.
– Uso de máscara – é
recomendado apenas às pessoas que apresentam algum sintoma. As pessoas sem
sintomas não precisam usar. O uso de lenços descartáveis e toalhas umedecidas
antissépticas deve ser feito ao espirrar e tossir. Os materiais devem ser
descartados no lixo.
– Alimente-se bem – o
coronavírus oferece um risco maior a pessoas com mais de 60 anos e pessoas
imunodepressivas. Para fortalecer o sistema imunológico, tome água com bastante
frequência e alimente-se de forma saudável, com alimentos frescos, sucos
naturais e refeições equilibradas.
Por Viviane Taguchi
Fonte e fotos: Revista Globo Rural
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