Solitário,
ele é ícone da vegetação retorcida do cerrado. Seu pelo dourado-avermelhado, as
patas negras e o olhar tímido revelam a identidade deste animal, que, de acordo
com o Ministério do Meio Ambiente, é uma das maiores vítimas dos atropelamentos
nas rodovias brasileiras. Nas estradas da região, mais um caso reforça esta
constatação. Às vésperas do Dia do Lobo-Guará, celebrado no sábado (12), mais
um animal da espécie foi achado morto.
O corpo
foi encontrado à beira da rodovia Cezário José de Castilho (Bauru-Iacanga), no
início da manhã de quinta-feira (10), perto de Arealva.
De acordo
com o diretor de Divisão do Zoológico de Bauru, Astélio Ferreira de Moura, este
é o terceiro lobo-guará vítima de atropelamento que se tem conhecimento nos
últimos meses. “Algumas concessionárias nos trazem os animais e outras os
enterram. Por isso, não chegam até nós. Recebemos um lobo-guará morto em junho
e outro gravemente ferido em agosto, que ainda está recebendo tratamento”,
afirma.
O
zootecnista Luiz Pires, que recebeu a fotografia deste último animal morto,
acredita que faltam iniciativas para diminuição desse tipo de ocorrência nesta
rodovia. “Nos últimos trinta dias, uma jaguatirica também foi atropelada por
ali”, complementa.
RISCOS
O
lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul e está na lista dos ameaçados de
extinção, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Por serem
animais de hábitos noturnos e saírem para caçar, acabam se aproximando de
locais de risco, o que facilitam as ocorrências. “São animais solitários. Andam
um perímetro muito grande da região e, como estamos cercados de muitas
rodovias, acabam encontrando com elas e podem ser atropelados”, afirma Astélio
de Moura, do Zoológico.
Além disso, ele destaca que
incêndios e até as máquinas que cortam cana-de-açúcar colaboram para que eles
busquem áreas de refúgio. “Dependendo da região em que estiver, eles também
podem sair em busca de água, às vezes com dificuldade de encontrar alimentos e
podem se aproximar das pistas, onde tem pequenos animais atropelados”, explica.
“Esse animal procura áreas limpas, sem muita vegetação. Isso, geralmente,
ocorre perto das rodovias”, finaliza.
Por Ana
Beatriz Garcia
Fonte e foto: JCNET


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