Kate Nash | Foto: Rubyjune
Para a cantora e compositora vegana britânica Kate
Nash, a última década foi intensa. A artista lançou seu hit “Foundations” em
2007, que alcançou o segundo lugar nas paradas do Reino Unido. No ano seguinte,
Nash foi indicada a três prêmios BRIT, levando para casa o título de melhor
artista solo britânica.
Mesmo vivendo em um ritmo frenético de composição e
gravação de singles (músicas de lançamento individual), Nash não mostra sinais
de desaceleração. A cantora nascida em Dublin, na Irlanda e criada em Londres
passou os últimos meses em turnê pelo Reino Unido, fazendo shows e embalando
festivais. Nesta semana, ela aparece em Los Angeles, nos Estados Unidos, na
Vegan Fashion Week. No próximo ano, ela fará vários shows na Alemanha.
Música com uma mensagem
A artista lançou recentemente uma faixa intitulada
“Trash”, que pode ser uma das músicas que se encaixam melhor com o ano de 2019.
A música gira em torno da poluição plástica e é um lembrete inequívoco de que,
uma vez produzido o plástico, ele permanece em nosso planeta por muito, muito
tempo. A música acontece em um mundo onde “é tarde demais” e “o plástico domina
a Terra”, diz Nash.
“Você pode me queimar, mas eu nunca vou embora.
Sim, eu só vou mudar. Apenas me transformo, sim, mas eu nunca irei embora”, canta
Nash na faixa, junto com letras visuais como “devoção tóxica e impura” e
“oceano de plástico”.
Nash escreveu a música depois que foi convidada a
participar de uma exposição de arte sobre o uso excessivo de plástico.
“Para ser sincera, o que me inspirou a fazer parte
de tudo isso é o desespero que sinto quando vejo a Amazônia queimando ou a ilha
de lixo que se forma constantemente no oceano e como isso é esmagador”, diz a
compositora. “Nós causamos muitos danos ao planeta e poder colocar meus
sentimentos sobre isso em minhas músicas é uma maneira de tentar espalhar uma
mensagem de conscientização”.
Ela une mensagens de apelo emocional às letras para
tornar sua música uma ferramenta de conscientização. “A maneira como tratamos o
planeta me lembrou maneiras pelas quais me deixei ser tratada nos
relacionamentos. Depois que você perceber o seu valor, poderá aceitar mais amor
e positividade em sua vida, espero que possamos entender o valor da Terra e
tratá-la com mais amor”, diz ela.
Ser vegano fornece um “senso de paz”
Esse foco no meio ambiente se alinha à alimentação
baseada em vegetais de Nash. Ela acredita que o veganismo é importante na luta
contra a crise climática, dado o impacto da criação de animais no planeta. A
produção animal gera mais emissões de gases de efeito estufa do que o setor de
transporte total do mundo e também requer grandes quantidades de terra e água.
“A pecuária e o que ela requer está danificando o
planeta. A alimentação e os grãos que esses animais consomem, as toxinas
provenientes desse atividade, o que isso está fazendo com a terra e o ar, e a
forma perigosa e irreversível como estamos mexendo com os habitats,
comportamentos, padrões, saúde e ecossistemas naturais desses animais precisam
ser levados a sério”, diz Nash , acrescentando que toda a produção em massa é
prejudicial ao planeta, “portanto, todos nós devemos reduzir nossa pegada de
carbono no geral”.
Nash se tornou vegana há dois anos e meio. Ela foi
vegetariana por oito anos antes disso. “Acho que ignorei o que sabia sobre a indústria
de laticínios por um tempo. Mas eu percebi que estava realmente me alienando o
sempre que tentava comer ovos ou laticínios, e estava começando a ver quem eu
era de verdade”, diz a artista.
O filme de 2017 “Okja” foi um catalisador para ela
se tornar vegana. O longa de animação conta a história de uma garota que cria
um super porco geneticamente modificado enquanto explora temas como a ganância
e a compaixão. “Eu estava chorando no sofá e olhando para as imagens no final
do filme, onde você vê milhares de super-porcos e lembro-me de dizer em voz
alta: “Ok, entendi o recado”. E sou vegana desde então”, Nash conta.
Ela explica que, embora haja “tantas razões” para
ser vegana, seu motivador inicial foi protestar contra a indústria agrícola. “A
indústria de criação de animais é tão nojenta para mim”, diz ela.
Para Nash, dar o salto para o veganismo impulsionou
seu estado mental de maneiras que ela não imaginava. “Minha coisa favorita
sobre ser vegano, honestamente, é que essa é a maneira mais gentil de viver.
Isso me dá uma sensação de paz e valor próprio. Sinto que tudo é melhor para
mim mentalmente”, explica ela.
Mas os benefícios vão além de seu estado mental.
“Fisicamente, me sinto mais forte e mais limpa por dentro, sem hormônios e
toxinas de um ser vivo processados pelo meu corpo, ele pode funcionar melhor de
várias maneiras. Eu me sinto tão saudável. Mais focada e energizada”, diz Nash.
“A ideia de comer um produto de origem animal
depois de cortá-lo parece errada e estranha, é como se você limpasse o seu
sistema internamente e depois o visse (o alimento) como ele realmente é: um ser
morto”, conclui ela.
Fonte: anda.jor.br

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