Uma cadela
foi morta a facadas dentro de uma casa na Metropolitana (Núcleo Bandeirante),
na noite de domingo (20/1). Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF) fazia a ronda no local quando encontrou o cão ensanguentado e, próximo a
ele, estava um homem, também sujo de sangue. Depois de ser abordado, ele entrou
em uma casa e foi acompanhado pelos policiais. Na
residência foi encontrada uma tigela com sangue e uma carta de oferenda para
conseguir uma promoção no trabalho. O companheiro do homem também é suspeito de
praticar o crime.
De acordo
com a ocorrência, registrada na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante),
o suspeito, de 27 anos, informou aos militares que o cão havia sido atropelado.
No entanto, a equipe desconfiou da versão ao ver um rastro de sangue de onde o
animal estava jogado até a casa em que o homem morava. A tigela de sangue
estava dentro da casinha da cadela, que era o animal de estimação da casa. A
residência também estava suja de sangue e, além da carta, uma faca foi
encontrada.
No texto,
dedicado a um senhor da umbanda, o homem pede para ser selecionado no processo
seletivo para ocupar nova função no trabalho e conseguir um aumento no salário,
justificando que a remuneração não é suficiente para bancar as dívidas. “Peço
que abra os nossos caminhos e tire qualquer obstáculo aos nossos projetos, que
possamos aumentar os nossos ganhos e superar a crise financeira”, escreve.
No entanto,
a carta teria sido escrita pelo companheiro, de 30 anos, servidor do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que confessou a
autoria. No depoimento, o servidor afirmou que estaria dormindo no momento do
crime e que, ao acordar, ver sangue pela casa e perceber a ausência do animal,
questionou o companheiro, que teria confessado matar a cadela como uma
oferenda, pois precisava de dinheiro.
Já o homem
de 27 anos disse ter encontrado o animal molhado dentro da casinha e, logo
depois, percebeu que era sangue. Os dois estavam juntos desde outubro de 2016,
sendo que a cadela, batizada de Laila, já pertencia ao suspeito mais novo.
Ambos assinaram um termo de compromisso e foram liberados.
A advogada e
defensora dos direitos dos animais Ana Paula de Vasconcelos afirmou que vai
conduzir o caso ao Judiciário. ” O crime bárbaro e repugnante não poderá ficar
impune. Além do processo criminal, serão buscadas as sanções administrativas,
com a multa prevista em 40 salários mínimos, conforme lei distrital”, disse.
O que diz a umbanda
Sacrificar
cães como forma de oferenda não é uma prática aceita nas religiões de matrizes
africanas e, no caso da umbanda, nenhum animal é apresentado desta forma. É o
que explica o representante Ògan Luiz Alves. “A umbanda não sacraliza animais,
assim como Exu Tiriri não pede cachorro. Enquanto afrorreligioso, desconheço
totalmente a prática. Se uma pessoa corta um cão, faz isso por conta e
responsabilidade dela. Até porque, nas religiões de matrizes africanas no
Brasil, apenas se sacraliza se o animal nos servir como alimento. Além disso, o
cachorro é respeitado por ser consagrado a Ogum e a Omolú.”
Por
Bruna Lima
Fonte e foto:
Correio Braziliense
Nota do
Olhar Animal: Para o
animal pouco importa se o motivo de ser assassinado é servir de oferenda para
agradecer um emprego ou se é para servir de alimento em um ritual, pouco
importa ser morto por praticantes de uma religião afro ou para celebrar o
Natal. Respeitar um animal não é agradecer o que ele “oferece”, pois ele não
oferece nada, tudo lhe é tirado à força, tudo lhe é roubado. Respeitar um
animal começa por não violar seu interesse mais básico, que é o interesse em
viver.
Sobre o que é a Umbanda, em
outras ocasiões umbandistas escreveram para o Olhar Animal para afirmar que na
Umbanda NÃO HÁ SACRIFÍCIO DE ANIMAIS, diferentemente do que diz o religioso na
reportagem. Esses internautas foram taxativos: “Se há matança de animais, não é
Umbanda”.
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