Fernando Gomes / Agencia RBS
Todas as noites, o empresário Arlindo
Paludo, 71 anos, alimenta os cinco cachorros abandonados que perambulam pela
Avenida Severo Dullius, na zona norte de Porto Alegre. Com a chegada do
inverno, eles passaram a se abrigar embaixo da marquise da empresa que Paludo
administra.
Por isso, ele decidiu comprar uma
casinha de madeira para cada um dos cuscos, que, desde quinta-feira (12), têm
um lugar quentinho e aconchegante para passar a noite.
Os abrigos custaram R$ 800 ao todo e
foram colocados lado a lado na rótula da avenida, onde os animais costumam
brincar durante o dia. Além de terem um lugar novo para morar, eles continuam
perto da firma de Paludo, que se tornou uma espécie de “padrinho” dos
cãezinhos.
Fernando Gomes / Agencia RBS
“Eu via eles pelo prédio pedindo água
e ração, então, decidi encomendar umas casinhas. Eles são uns queridos. Tá
chovendo cachorro abandonado na cidade. Se continuar assim, vou ter que colocar
mais algumas casinhas por aqui”, diz o cachorreiro, que também é “pai” de dois
lhasa apsos: a Cacau e o Gordo.
Paludo não faz ideia de quem são os
tutores dos cães, que vagam pela região há alguns meses. O palpite é que eles
tenham sido abandonados durante a remoção das famílias da Vila Dique para as
obras de ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho – entre 2009 e 2012, 922
famílias foram transferidas para uma nova comunidade próximo ao Porto Seco,
chamada de Porto Novo.
A solidariedade aos animais faz parte
do dia a dia do empresário desde a juventude. No porta-malas do carro, sempre
há um pacote de ração para distribuir comida aos cachorros encontrados pelas
ruas. Todos os meses, ele também ajuda o Cãodomínio do aposentado Paulo Roberto
Giglio, 65 anos, mais conhecido como Paulinho da Filler, que abriga 141 cães em
Capão da Canoa.
“Seu Paludo é fantástico. Há uns bons
anos, ele parou do nada aqui e me deu um dinheiro pra ajudar a manter o sítio.
Só eu sei o tamanho do coração dele, virou meu anjo da guarda”, diz Paulinho.
Fernando Gomes / Agencia RBS
“Ajudar quem não tem condições faz
parte do DNA do ser humano. Se cada um fizesse a sua parte, o mundo ficaria tão
mais fácil. O que vale é ficar de bem com a vida”, acredita Paludo.
Fonte: Gaúcha ZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário