Por Sophia
Portes, ANDA
A Universidade Federal do Amazonas
(Ufam) pode ser responsabilizada pelo crime de maus-tratos, caso fique
comprovado que houve envolvimento da instituição nos crimes cometidos contra
animais dentro do campus universitário.
Segundo o delegado, as investigações do caso da cadela Pretinha, assassinada na
semana passada após ser agredida com uma chave inglesa por um funcionário que
prestava serviço na instituição, estão avançadas e os envolvidos já
foram identificados. “Primeiramente estão sendo ouvidas as testemunhas do
caso e posteriormente os agressores serão acionados para comparecer na unidade
policial”, disse.
Na segunda-feira (19), membros
da Comissão Especial de Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB-AM), da ONG ComPaixão e alunos da
universidade movimentaram uma protesto para chamar atenção, pedir
justiça e demandar o fim dos casos de agressões de animais dentro do campus.
Segundo a estudante de mestrado da Ufam, Izaura Nogueira, 28 anos, os crimes de
maus-tratos contra animais são frequentes na universidade, mas até agora nada
foi feito para garantir direitos a esses animais. “Não aguentamos mais. O
que aconteceu com a ‘Pretinha’ foi muita maldade. Queremos que a Ufam tome
providências. Por isso organizamos essa manifestação para chamar a atenção de
toda a comunidade acadêmica que maus-tratos de animais e abandono são crimes”,
critica.
No último sábado (17), houve duas novas
denúncias de maus-tratos a cães dentro da Ufam. Um dos cães foi
envenenado por uma substância tóxica e o outro teve uma das patas fraturadas. O
cãozinho vítima de envenenamento é chamado carinhosamente de Cachaça pelo
alunos da instituição. Ele segue internado em estado grave em uma clínica
veterinário, no bairro de Adrianópolis. Os alunos criaram uma campanha virtual
para conseguir custear o tratamento do cãozinho.
Posição da Ufam
Diante do surgimento de diversos
casos de maus-tratos sendo registrados, além da insatisfação do corpo
estudantil, a administração da universidade informou, em nota, que condena
veemente qualquer violência contra animais. “A universidade está apurando
os dois casos recentemente ocorridos e está adotando as providências cabíveis
em relação a ambos”, afirmou.
Além disso, a instituição pediu o
apoio dos alunos para registrar os casos de abandono e maus-tratos no campus da
universidade, para que tais crimes possam ser punidos, além de garantir o
bem-estar dos animais que lá vivem.
A presidente da Comissão
Especial de Proteção Animal da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas
(Cepa/OAB-AM), Ana Lúcia Nogueira, afirmou que vai protocolar um ofício junto à
universidade pedindo que haja uma reunião com a diretoria e a prefeitura do
campus. “Queremos saber qual é o posicionamento da Ufam sobre essas
denúncias para poder tomar as providências”, diz.
Ainda nesta semana, a comissão da OAB
estará no antigo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) recebendo provas
e relatos de maus-tratos contra animais que ocorreram dentro da Ufam. Ana
Lúcia, advogada, pede que todos os alunos que tenham prints, fotos e filmagens,
levem esses materiais para servirem como provas das agressões, o que irá ajudar
a formalizar as denúncias e fazer uma representação junto ao Ministério
Público Federal do Amazonas (MPF-AM), contra a Ufam.
Abandonos no campus
Cerca de dez cães estão em situação
de abandono dentro do campus da Ufam. A estudante Izaura Nogueira afirma que a
instituição não possui a estrutura adequada para cuidar desses animais, que,
segundo ela, dependendo dos esforço dos alunos para sobreviver, inclusive na
compra de alimentos.
Fonte: anda.jor.br ( foto: A Critica )
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