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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Crianças maltratam animais e participam de sacrifícios em festival no Paquistão


O sacrifício de animais é a principal atração de um festival celebrado no Paquistão, conhecido como “Eidul-Adha”, expressão em árabe que significa “Festa do Sacrifício”. Segundo a tradição, o festival consiste na comemoração do comando dado por Alá para “Hazrat Ibrahim” (profeta Abraão) para que sacrificasse o seu filho em homenagem a ele. Conforme a história, Alá teria visto o que se passava no coração de Abraão e por isso lhe foi permitido que uma ovelha fosse sacrificada no lugar de seu filho. Baseando-se nessa lenda, os muçulmanos afirmam “obedecer as ordens de Alá”, sacrificando animais no prestigiado evento, que acontece anualmente e tem a duração de quatro dias.

Como reportagem do The Nation, do Paquistão, hoje em dia é mais comum se ver no país animais sendo maltratados nas ruas do que sendo amados e respeitados. E baseando-se nesse contexto, o jornal publicou um artigo chamado “For the love of sacrificial animals” (“Pelo amor dos animais sacrificiais”).

O texto relata o modo como as crianças participam desses rituais, contando que é muito frequente haver crianças cometendo crueldades como andar nas costas de cabras, provocá-las com paus, atirar pedras nelas e arrastá-las à força. Todas essas atividades são comumente executadas por crianças que criam os animais “de sacrifícios” como animais domésticos, e mesmo assim os maltratam.
Adolescentes são vistos assediando um animal ao puxá-lo pelo chifre, o que configura um ato abusivo para com qualquer animal.
Muitas crianças de idades entre 10 e 12 anos são encorajadas a segurar facas para atuarem como açougueiros amadores no momento de cortar o pescoço do animal, que é o momento mais doloroso para o animal. Algumas crianças também são vistas causando sofrimento ao animal que será sacrificado, ao não lhe prover comida ou provocando-o ao arrancar o alimento de sua boca.
Conforme a reportagem, faz parte da cultura do país incentivar as crianças a puxar esses inocentes animais por apertadas cordas amarradas em seus pescoços, arrastando-os pelas ruas em um comportamento desumano. É ensinado às crianças que, se elas querem “brincar” com os animais “sacrificiais”, elas têm que tratá-los “com cuidado” – o que, via de regra, não corresponde ao que acontece.
Ainda segundo o veículo, a crueldade para com os animais destinados ao sacrifício é tão comum em toda parte que ninguém nota, apesar de ser um claro sintoma de profundos problemas comportamentais. Tornou-se muito comum as crianças abusarem dos animais, como se não bastasse a injustiça e a dor que os mesmos vão sofrer ao perderem as suas vidas em nome de fúteis e descabidos caprichos religiosos.
Assine as petições da Care2 e do Thepetitionsite pelo fim desse festival cruel.
Nota da Redação: Sem querer isentar as crianças e adolescentes das responsabilidades e do arbítrio que lhes cabem nesses atos cruéis, pode-se dizer que elas não cometem nada além do que aprendem ao observar a cultura na qual são criadas. Explorar animais para transporte e consumo, e matar animais de forma tão cruel sob o pretexto de tradição religiosa, são práticas que só tendem a levar ao exercício da crueldade desde cedo.

Fonte: anda.jor.br ( fotos: Care2)

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