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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Cadela que teria sido baleada por PM no AP pode ter a pata amputada; tratamento custa R$ 2,5 mil


Uma cadela que foi baleada no dia 20 de abril, no bairro Jesus de Nazaré, Zona Norte de Macapá, poderá ter uma das patas amputada por causa dos ferimentos. O animal está em estado grave, sendo cuidado por voluntários de uma ONG. O principal suspeito de ter disparado contra a cachorra é um policial militar
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar do Amapá(PM), o caso já está sendo investigado pela corregedoria da instituição, através de uma sindicância. O policial teria alegado que o disparo foi feito para evitar lesões na equipe que, segundo ele, foi atacada ao passar perto da casa onde fica o animal.

Um vídeo gravado por câmeras do sistema de monitoramento de um comércio perto do local registrou o momento da agressão, que aconteceu próximo a uma região conhecida como “Ponte do Axé”. Nas imagens aparecem 3 policiais fardados andando pela rua e a viatura estacionada, quando surge a cadela, que teria se soltado de uma casa.
A cadela passa pelo policial suspeito do crime, que teria sacado uma arma de fogo e efetuado o disparo, além de chutar o animal. Em seguida, a guarnição segue o trajeto normalmente, enquanto a cachorra fica inquieta na rua. Segundo a PM, a equipe estava atendendo a uma ocorrência. Após conversar com alguns moradores, a equipe vai até a casa da família do cachorro.
O resgate do animal foi feito pelo vereador Victor Hugo Fernandes, voluntário da Unidade de Proteção ao Animal “Costelinha”, que tem dedicado cuidados a ela. De acordo com ele, o estado de saúde da cadela é grave porque o projétil entrou no ombro e saiu no peitoral do animal. A agressão teria fraturado 6 ossos dela.
“A gente está lutando para salvar ela. Salvando ela, vai ter que ter a pata amputada. Já gastamos R$ 1,6 mil. Vai precisar de pelo menos R$ 2,5 mil. Esse valor é para custear o tratamento com uso de morfina, remédios caros e fortes para evitar dor, hemorragia e alimentação diferenciada. A gente queria na verdade era que até o policial que não conheço, pelo menos prestasse auxílio e não fizesse o descaso que ele fez”, disse Fernandes.
A cadela responde a estímulos, consegue se alimentar e é dócil, segundo o voluntário da ONG. Apesar disso, por causa das múltiplas fraturas, ela permanece sedada para evitar dores maiores e traumas, informou. A ONG Costelinha faz campanha nas redes sociais em busca de doações para custear o tratamento, cirurgia e pós-cirurgia da cadela baleada.
As investigações na corregedoria foram iniciadas após denúncia formal de Fernandes na instituição. Segundo a PM, a sindicância vai apurar o caso levando em consideração as imagens gravadas, o relato de testemunhas e do policial envolvido.
“Nós vamos apurar os fatos para saber o que houve. Se for apurado que foi uso desproporcional, certamente nós teremos as medidas cabíveis. Se for, inclusive, detectado que é crime militar, vai ser encaminhado para o Ministério Público, que analisa o fato, e apresenta ou não a denúncia para que a 3ª vara criminal inicie toda a parte de julgamento, instrução, e os policiais terão ampla defesa”, informou o assessor da PM capitão Alex Sandro Chaves.
A sindicância, que apura se houve crime ou transgressão disciplinar, deve ser finalizada em 40 dias, podendo ser prorrogada por mais 20 dias.
Por Fabiana Figueiredo
Fonte: G1  (Foto: Victor Hugo Fernandes/Arquivo Pessoal)


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