Uma cadela que foi baleada no dia 20
de abril, no bairro Jesus de Nazaré, Zona Norte de Macapá, poderá ter uma das
patas amputada por causa dos ferimentos. O animal está em estado grave, sendo
cuidado por voluntários de uma ONG. O principal suspeito de ter disparado
contra a cachorra é um policial militar
De acordo
com a assessoria de comunicação da Polícia Militar do Amapá(PM), o caso já está
sendo investigado pela corregedoria da instituição, através de uma sindicância.
O policial teria alegado que o disparo foi feito para evitar lesões na equipe
que, segundo ele, foi atacada ao passar perto da casa onde fica o animal.
Um vídeo
gravado por câmeras do sistema de monitoramento de um comércio perto do local
registrou o momento da agressão, que aconteceu próximo a uma região conhecida
como “Ponte do Axé”. Nas imagens aparecem 3 policiais fardados andando pela rua
e a viatura estacionada, quando surge a cadela, que teria se soltado de uma
casa.
A cadela
passa pelo policial suspeito do crime, que teria sacado uma arma de fogo e
efetuado o disparo, além de chutar o animal. Em seguida, a guarnição segue o
trajeto normalmente, enquanto a cachorra fica inquieta na rua. Segundo a PM, a
equipe estava atendendo a uma ocorrência. Após conversar com alguns moradores,
a equipe vai até a casa da família do cachorro.
O resgate
do animal foi feito pelo vereador Victor Hugo Fernandes, voluntário da Unidade
de Proteção ao Animal “Costelinha”, que tem dedicado cuidados a ela. De acordo
com ele, o estado de saúde da cadela é grave porque o projétil entrou no ombro
e saiu no peitoral do animal. A agressão teria fraturado 6 ossos dela.
“A gente
está lutando para salvar ela. Salvando ela, vai ter que ter a pata amputada. Já
gastamos R$ 1,6 mil. Vai precisar de pelo menos R$ 2,5 mil. Esse valor é para custear
o tratamento com uso de morfina, remédios caros e fortes para evitar dor,
hemorragia e alimentação diferenciada. A gente queria na verdade era que até o
policial que não conheço, pelo menos prestasse auxílio e não fizesse o descaso
que ele fez”, disse Fernandes.
A cadela
responde a estímulos, consegue se alimentar e é dócil, segundo o voluntário da
ONG. Apesar disso, por causa das múltiplas fraturas, ela permanece sedada para
evitar dores maiores e traumas, informou. A ONG Costelinha faz campanha nas
redes sociais em busca de doações para custear o tratamento, cirurgia e
pós-cirurgia da cadela baleada.
As
investigações na corregedoria foram iniciadas após denúncia formal de Fernandes
na instituição. Segundo a PM, a sindicância vai apurar o caso levando em
consideração as imagens gravadas, o relato de testemunhas e do policial
envolvido.
“Nós vamos
apurar os fatos para saber o que houve. Se for apurado que foi uso desproporcional,
certamente nós teremos as medidas cabíveis. Se for, inclusive, detectado que é
crime militar, vai ser encaminhado para o Ministério Público, que analisa o
fato, e apresenta ou não a denúncia para que a 3ª vara criminal inicie toda a
parte de julgamento, instrução, e os policiais terão ampla defesa”, informou o
assessor da PM capitão Alex Sandro Chaves.
A
sindicância, que apura se houve crime ou transgressão disciplinar, deve ser
finalizada em 40 dias, podendo ser prorrogada por mais 20 dias.
Por Fabiana
Figueiredo
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