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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O atentado na França representa perda para os direitos animais

O mundo todo recebeu com grande tristeza as duras notícias vindas da França, quando no último 7 de janeiro atiradores invadiram a sede do jornal Charlie Hebdo em Paris, deixando 12 mortos, entre eles, os cartunistas John Cabut (Cabu), Stéphane Charbonnier (Carb), Bernard (Tignous) e Georges Wolinski Verlhac, 4 grandes ativistas e colaboradores da causa animal. Poucas horas depois da tragédia, o fundador, ativista e Capitão da ONG Sea Shephard, Paul Watson, declarou nas redes sociais: “A perda da Charlie Hebdo é também um golpe para os direitos dos animais”, destacando os importantes trabalhos dedicados ao movimento animalista. “Ainda na terça-feira, dia do ataque, Charlie Hebdo tinha contribuído com um de seus cartoons para a organização ativista L214 que faz campanha na França pelos direitos animais. Conhecendo o povo francês, eu duvido que eles agora irão deixar Charlie Hebdo morrer. A liberdade de expressão se tornará mais forte. A liberdade nunca deve submeter-se à tirania da intolerância religiosa fanática. Além de não existir nenhuma justificativa para este ataque violento, ele terá consequências muito negativas para os muçulmanos na França e na Europa. Esses assassinos são bandidos intolerantes simplesmente ignorantes que fizeram um desserviço para os muçulmanos franceses”, completa ainda o Capitão. Ricamente ilustrado, o jornalismo de Charlie Hebdo se diferencia das outras publicações francesas precisamente pela sua forma corajosa de satirizar e fazer humor. Desde a sua fundação na década 1970, o editorial se define como libertário e publica crônicas e relatórios sobre política, economia e a sociedade francesa, além de reportagens estrangeiras sobre a extrema-direita, o Catolicismo, Islamismo, Judaísmo, cultura e etc. Temas que atraíram a fúria do radicalismo religioso. O atentado que chocou o mundo logo nos primeiros dias de 2015 levou além de seus colegas, Jean Cabut, um protetor dos animais e vegetariano. Entre os seus trabalhos estavam assuntos sobre causas de justiça social, incluindo a dificil situação que vivem os animais. É importante lembrar que o Charlie Hebdo é o único jornal francês que dedica uma coluna semanal para os direitos animais, abordando questões como as touradas e foie gras. Na sua página oficial do facebook, a ONG Francesa Code Animal prestou homenagem aos jornalistas mortos escrevendo: “Pensamentos e apoio aos nossos amigos de Charlie Hebdo, que sempre nos apoiaram em nossas campanhas contra animais em cativeiro”. Poucos minutos depois ainda em agradecimento, a ONG posta um dos desenhos oferecidos pelo jornal, produzido por Charb onde um personagem Elefante diz em francês “Não somos palhaços”, uma denúncia que convida à reflexão sobre o confinamento animal pela espécie humana. A organização ativista francesa L214 também postou um comunicado: “Acabamos de ouvir a terrível notícia do ataque que ocorreu nas instalações da Charlie Hebdo. Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo artistas como Wolinski, Charb, Tignous e Cabu que tinha feito de presente um desenho ao L214 ontem. Luce Lapin, uma jornalista e ativista pelos animais, colega dos cartunistas assassinados está em choque, mas sem ferimentos. Nós não temos palavras para expressar nossa consternação e tristeza. Nada pode justificar o ódio e os atos de tal violência, Charlie Hebdo é o único jornal francês que dedica uma de suas colunas a cada semana para os direitos dos animais.” Sobre o trabalho da equipe é possível facilmente observar o posicionamento referente à liberdade dos animais. Vivissecção, touradas, cativeiro, testes em animais e o uso de peles são alguns dos mais abordados. Sua relação com os grupos locais é uma forte evidência disto, e mostra que mais do que desenhos, representa toda sua contribuição para o movimento animalista mundial. Eles eram profissionais que encontravam no lápis sua forma de educar. Após o ataque, François Hollande, presidente da França, decretou a quinta-feira “dia de luto nacional” e renovou seu pedido de união ao país. “Nossa melhor arma é nossa união. Nada pode nos dividir, nada deve nos separar”, declarou o chefe de Estado, durante discurso curto e solene à Nação, transmitido por emissoras de televisão. É inaceitável a violência sofrida pelo jornal francês, a liberdade de opinião não se discute. As notícias que somos obrigados a assistir na França nesta semana é um sério ataque à liberdade de expressão e nós, equipe de jornalismo da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA), prestamos toda a nossa solidariedade às doze pessoas mortas e as outras 11 que ficaram feridas na sede da publicação, onde homens armados realizaram o ataque, antes de fugir. Aos colegas jornalistas oferecemos nossos sentimentos, neste momento gostaríamos dizer a todos que sim, certamente, #EuSouCharlie, #JeSuisCharlie ! Fonte: anda.jor.br - Por Alex Avancini (da Redação)

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