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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Moradores se unem e salvam cão com bicheira em SP

O cachorro Dread, que vivia nas ruas de Mogi das Cruzes (SP), ganhou outro tipo de liberdade quando veterinários de uma clínica e uma ONG que atua na cidade se uniram e livraram o animal dos vermes e pelos que estavam acabando com a sua saúde. Ele teve um ferimento no olho e contraiu uma doença conhecida como ‘bicheira’, que é causada por moscas varejeiras. Somente durante a tosa, foram retiradas do animal dezenas larvas, mas ele teve que ser anestesiado e internado, porque outras larvas ainda devem ser expelidas durante o tratamento. Uma mobilização de moradores, de veterinários e da ONG Fera (Frente por Educação e Responsabilidade Animal) buscava pelo cão nas ruas do Distrito de Jundiapeba. A bancária Fernanda Moreno, de 32 anos, que é vice-presidente da Fera, ajudou no salvamento do animal ao divulgar nas redes sociais a foto do poodle abandonado. “Uma amiga que trabalha em uma clínica veterinária estava indo para casa e viu esse cachorro andando pelas ruas de Jundiapeba na quinta-feira passada. Ela me ligou e nós combinamos de sair para procurá-lo no sábado, mas nesse dia não o encontramos mais”, conta. A procura pelo cachorro envolveu também uma campanha que Fernanda fez em uma rede social, que teve mais de 180 compartilhamentos. Segundo ela, o acaso ajudou no salvamento do cachorro na quarta-feira (7). “Uma senhora viu ele nas ruas de Jundiapeba e ficou com dó, então foi comprar um remédio para dar para ele. Por coincidência, ela foi até a clínica veterinária que a minha amiga trabalha. E ao relatar as condições em que ele estava, minha amiga se lembrou dele e foi até lá”. O cachorro, que recebeu o nome de Dread, por causa da situação do seu pelo, foi levado para a clínica. “Ele tinha piorado bastante e por pouco não perde o olho. Na clínica ele já foi anestesiado e começaram a limpeza dele. Foi quando tiraram esse copinho de larvas”, conta. Fernanda diz que o processo de recuperação está indo bem. “Ele está se alimentando bem, abana o rabinho e parece mais bem disposto. Só que por orientação veterinária ficará ate sabado (10) internado. Seu exame deu apenas um pouco de anemia e alterações leves por conta da infecção no olho. Não perdeu o olho mas os vermes estavam alcançando o cérebro. Foi realmente bem fundo. Mas a veterinária descarta alto risco, pelos exames ele logo ficará bem”, conta animada. A boa notícia é que Dread não voltará para as ruas. “Conseguimos uma vaga em um lar temporário para ele. Lá ele vai ser cuidado, tratado, e quando ele estiver reestabelecido, ele será vacinado e depois vai para adoção”, diz. Fernanda conta também que o processo de espera pela adoção não deve demorar. “Não vai ser difícil de arrumar um tutor para ele. A gente não sabe se vai ficar alguma sequela, mas acho que não”, diz. Fernanda conta que a bicheira, que Dread contraiu, é comum entre os animais. “Infelizmente esse tipo de coisa é muito comum. Quando o animal é ferido e ninguém cuida, rapidamente ele pode ser consumido pelos vermes. A doença é conhecida como bicheira. A mosca coloca um ovo, nascem as larvas e é muito rápida a multiplicação”, explica. Segundo ela, o animal pode acabar morrendo. “É muito rápido, em menos de 15 dias o animal morre na rua porque atinge o cérebro. Teve um caso com um pitbull que ele também estava machucado no olho. Nós pegamos para tratar dele, mas infelizmente ele não resistiu e morreu depois de dois dias”, lamenta. A integrante da ONG explica que a doença é fácil de ser curada se for identificada no início. “É simples de cuidar no começo, com remédios e se for algo mais grave é com antibiótico. É só procurar se informar. Mas às vezes o animal tem tutor mas a pessoa não sabe o que fazer e tem casos que a pessoa joga até óleo queimado! Ou então as pessoas vão deixando, deixando e chega em um estado deplorável”, conta. Fernanda pede que as pessoas não ignorem os animais na rua. “Quando a pessoa ver o animal nessa situação não enxota, tenta entrar em contato com o veterinário ou com um pet shop para saber como ajudar. Não precisa levar para a casa se não puder, mas ajude a salvar. Vamos ter um pouco mais de atitude e procurar saber um pouco mais a respeito, né?” diz. Segundo ela, nem todos os tratamento são caros. “Nem tudo é um custo alto. O custo fica alto quando chega em uma situação dessas que o Dread chegou, mas no início não. Acho que se as pessoas pudessem cada uma fazer um pouquinho já seria melhor”, afirma. Fonte: G1 ( foto: Fernanda Moreno )

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