Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma mulher armada atirando em uma onça-parda jovem que estava acuada no topo de uma árvore. Após o disparo, o animal cai no chão e é brutalmente atacado por cães, enquanto um homem idoso o agride com um pedaço de madeira. A mulher, por sua vez, celebra o feito, o que gerou uma onda de indignação entre internautas e pressões por punições rigorosas.
A repercussão foi imediata, e milhares de pessoas passaram a cobrar das autoridades uma punição exemplar. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a infratora foi identificada, mas ainda não há informações sobre as medidas legais que serão tomadas.
O crime reacendeu o debate sobre a caça ilegal de animais silvestres no Brasil, um problema que persiste mesmo com a existência de leis específicas, como a Lei nº 5.197/1967, que protege a fauna brasileira. De acordo com a legislação, caçar animais da fauna silvestre sem permissão é crime, com pena de detenção e multa. No caso de espécies ameaçadas, como a onça-parda, a punição pode ser agravada.
É importante ressaltar que o agronegócio brasileiro tem um papel fundamental na preservação da fauna e flora do país, promovendo práticas sustentáveis e de conservação ambiental. A maioria dos produtores rurais entende a importância da biodiversidade para o equilíbrio dos ecossistemas e investe em ações de preservação.
Casos como este são isolados e não representam o comportamento da grande maioria dos envolvidos no setor, que seguem as legislações ambientais e contribuem para a proteção da vida silvestre.
Além disso, é essencial diferenciar a caça ilegal de práticas de caça autorizada, que são regulamentadas e desempenham um papel importante no controle populacional de algumas espécies, contribuindo para o equilíbrio ecológico e a segurança das comunidades rurais. As pessoas envolvidas neste caso, no entanto, não podem ser consideradas caçadores, mas sim criminosos que agiram de forma cruel e irresponsável, desrespeitando as leis ambientais vigentes.
O caso segue sendo investigado, e a sociedade aguarda um posicionamento das autoridades sobre a punição da responsável.
A onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino das Américas, ficando atrás apenas da onça-pintada. No Brasil, sua presença se estende por quase todos os biomas, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa, demonstrando sua incrível capacidade de adaptação a diferentes tipos de ambiente, desde florestas densas até áreas de cerrado e campos abertos.
Esse felino possui um corpo esguio e musculoso, com patas traseiras potentes que permitem saltos impressionantes, sendo um excelente caçador. Sua coloração varia do marrom-claro ao acinzentado, o que facilita a camuflagem em meio à vegetação. A onça-parda pode atingir até 1,5 metro de comprimento, além da cauda longa, que pode medir até 90 centímetros, e pesar entre 30 e 70 quilos, dependendo da região e do sexo. Diferentemente da onça-pintada, não possui manchas no corpo, o que a torna facilmente identificável.
Seu habitat é bastante diversificado, podendo ser encontrada em montanhas, florestas tropicais, campos e até regiões áridas. A onça-parda é um predador ágil e solitário, que se alimenta de uma variedade de presas, como veados, tatus, capivaras e pequenos mamíferos, contribuindo para o controle populacional dessas espécies e o equilíbrio ecológico.
Embora tenha uma ampla distribuição, a onça-parda enfrenta ameaças significativas, como a perda de habitat, conflitos com pecuaristas, caça ilegal e atropelamentos em rodovias. Apesar disso, a espécie é altamente adaptável e demonstra resiliência em áreas fragmentadas, desde que haja disponibilidade de alimento e refúgio.
A conservação da onça-parda é essencial para manter o equilíbrio dos ecossistemas brasileiros, e sua presença indica a saúde ambiental das regiões onde vive.
Fonte: Compre Rural Notícias
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