Foto: Ilustração | Freepik
Após a retomada de uma política de sacrifício de cães em situação de rua por parte das autoridades de Buriácia, uma república da Sibéria no Extremo Oriente da Rússia, protetores de animais se uniram para salvar centenas de cachorros.
Na semana passada, 18 cães que estavam em um abrigo do governo foram mortos, o que mobilizou um amplo movimento para encontrar lares e abrigos privados em outras partes do país, que até o momento já contemplou 600 animais. Eles embarcaram em trens para Moscou, São Petersburgo e Kazan, Khabarovsk e Vladivostok.
“Muitas pessoas de bom coração responderam”, disse a voluntária Stella Ovsoyan em entrevista à BBC da Rússia. “Eles nos pedem para enviar um cachorro, qualquer cachorro, um aleatório, não importa sua aparência. Seu objetivo é simplesmente salvar uma alma da morte”.
Nem a temperatura negativa na principal estação de trem da cidade de Ulan-Ude, na Buriácia, impediu uma dúzia de protetores de animais de ajudarem os animais. Sob cuidados do condutor do trem, os cães foram colocados em um vagão para serem enviados a um lugar seguro. Segundo os ativistas, que estão recebendo apoio financeiro para a operação, cerca de 2 mil cachorros ainda precisam ser resgatados.
Em Ulan-Ude, uma cidade de meio milhão de habitantes onde os 18 cães foram sacrificados com uma injeção letal na última semana, o número de cachorros abandonados se tornou um problema para a população. Relatos de pessoas que foram mordidas por animais de rua são frequentes, e por muitos anos o sacrifício de cães era uma prática comum.
As coisas mudaram em 2020, quando o Parlamento russo aprovou uma lei proibindo o sacrifício dos cães em situação de rua, exigindo que fossem capturados, esterilizados, vacinados e libertados em seguida. A legislação não foi bem recebida na Buriácia, onde os moradores temiam que os cachorros pudessem atacar em matilha.
No ano passado, porém, a lei foi revogada por deputados russos, que deram autonomia às regiões para decidirem a melhor política. Em Buriácia, isso significou a retomada da prática anterior. Mas os ativistas pelos direitos dos animais se uniram para salvar os cachorros. Para eles, a raiz do problema está na negligência das pessoas, que não sofrem nenhuma sanção pela legislação local por abandonarem os cães.
“As pessoas pegam um cão por um verão e depois o abandonam. Ou pegam a ninhada do cão e jogam os filhotes na rua”, disse Daria Zaytseva, diretora de uma fundação de animais na Buriácia, em entrevista à BBC.
Fonte: O Globo
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