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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

A história do Cardeal de Richelieu e seu amor por gatos


 Nascido Armand Jean du Plessis, o Cardeal de Richelieu foi um conhecido político nascido em 1585 na França, que ficou eternizado após ser retratado na obra “Os Três Mosqueteiros” de Alexandre Dumas. Além disso, o religioso ficou muito conhecido por ser um amante de gatos em uma época em que acreditavam que eles eram a representação do demônio.

O Cardeal foi um feroz perseguidor de mulheres consideradas bruxas, mas, ao contrário de outros religiosos da época, ordenava a seus criados que recolhessem os gatos de rua com discrição e os levassem para um gatil construído a mando dele no Palácio de Versalhes.

Ao todo, Armand teve 14 gatos que levavam uma vida de luxo. Eles viviam no quarto ao lado do Cardeal e comiam somente o mais caro foie gras, servido duas vezes ao dia por dois criados, designados exclusivamente para servir e cuidar dos animais.

Existem diversos registros sobre os gatos, incluindo nomes, características físicas e de personalidade. O felino favorito do político era um gato laranja chamado Soumise, que foi o primeiro a ser adotado. Depois dele vieram:

  • Mounard le Fougueux, descrito como briguento e extravagante;
  • Gazette;
  • Ludovic le Cruel, que adorava caçar ratos;
  • Mimi-Paillon, uma dos primeiros exemplares da raça angorá, dada de presente pelo acadêmico Fabri de Peiresc;
  • Felimare, que era parecido com um tigre;
  • a gata polonesa, Ludoviska;
  • Rubis sur L’Ongle, uma gatinha delicada, que amava beber leite;
  • Serpolet, que adorava banhos de sol;
  • Pyrame e Thisbe, que receberam este nome em homenagem casal da obra de mesmo nome do poeta Ovídio, porque tinham o costume de dormir juntos;
  • Racan e Perruque (“Perruque” significa “peruca”, em francês). Eles receberam esses nomes pois dormiram dentro da peruca de um acadêmico chamado Racan, que colocou a peruca sem perceber que os filhotes estavam lá dentro e foi visitar o amante de gatos. Passado um certo tempo, começou a sentir arranhões na cabeça e, ao erguer a peruca, eles caíram aos pés do Cardeal. Ele ficou encantado com a surpresa e não permitiu que o acadêmico os levasse embora.
  • e por último, Lúcifer, um gato persa preto.

O Cardeal de Richelieu registrou em seu testamento que uma grande parte de seu dinheiro iria para os gatos e seus dois cuidadores quando ele morresse. Entretanto, após a sua morte, em 1642, os felinos foram assassinados pela Guarda Suíça, como vingança por todo o mau que o religioso causou apoiando guerras e perseguição.

Texto feito com informações de Diário de Lisboa.

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