Uma viagem de rotina se tornou um pesadelo para o analista de relações internacionais David Canuto, de 28 anos. Em dezembro do ano passado, durante um voo de Guarulhos para Vitória, o cachorro dele, Tom, morreu ao ser transportado no porão da aeronave. A necropsia, segundo o dono, apontou que o calor foi a causa da morte.
O caso ganhou repercussão na internet nesta semana, após David
divulgar a proposta de acordo enviada pela companhia aérea, quase oito meses
depois. Nela, a Gol Linhas Aéreas oferece duas passagens para destinos dentro
do país. Em nota, a Gol disse apenas que não vai comentar porque o caso está
sendo resolvido em um processo judicial.
Capixaba, David conta que ganhou Tom como um presente de um
amigo, quando morava do Rio de Janeiro. Desde então, o animal passou a ser um
grande companheiro, e raramente ficava sozinho. Depois, a dupla passou a morar
na capital paulista.
“Quando me mudei para São
Paulo, não conhecia ninguém e ele foi a minha principal companhia. Decidi pelo
apartamento com varanda, que tivesse área para ele. Ele era meu porto seguro
ali e mudei várias coisas da minha vida para ficar com ele”, contou, em
entrevista ao G1.
O cachorro já tinha o costume de fazer a ponte aérea Galeão x
Vitória com David, sem nunca ter passado por problemas. Mas, após a mudança, em
uma viagem de São Paulo para o Espírito Santo, o animal chegou morto ao
aeroporto de Vitória, após o voo atrasar.
Na ocasião, David desembarcava para passar o Natal com a
família. Ele esperou cerca de 40 minutos no aeroporto até receber a informação
sobre a morte do animal.
“A funcionária que me avisou estava emocionada também e foi o
único momento que recebi empatia. Depois, me orientaram enterrar ele em um
terreno. Eu fiquei desesperado. A minha mãe, minha tia, minha irmã e minha
cunhada estavam comigo no aeroporto e disseram para eu ir para casa porque eu
não tinha condições de ficar lá”, lembrou.
Segundo ele, a sugestão da equipe da Gol era colocar o animal
“no freezer de casa e enterrar em algum terreno”.
Depois disso, o analista de relações internacionais diz que
tentou entrar em contato com a Gol várias vezes, que nunca respondeu.
“Se não tivesse feito a necropsia que mostrou que ele morreu de
calor, porque ele já estava com a mucosa seca e falência renal, eu nunca
saberia o que aconteceu”, disse.
Em janeiro, ele entrou com um processo na Justiça contra a Gol.
Além da revolta por ter perdido um animal de estimação querido, ele também
questiona o posicionamento da empresa, que só entrou em contato neste mês,
oferecendo duas passagens aéreas como acordo.
“Essa história está me fazendo
muito mal. Ele era meu amigo, meu filho. Eu não quero o mal de ninguém, mas
quero que se retratem, mudem as atitudes. Não tem como estimar o valor dele com
passagem aérea cheia de limitação. A passagem para transportar um cachorro é
paga e não é barata. Se eles não podem garantir o serviço, eles não deveriam
fazer. O Tom não foi o primeiro cachorro que morreu no transporte, mas gostaria
que fosse o último a passar por isso”, disse.
Fotos: Reprodução/Instagram
Por Luiza Marcondes e Naiara Arpini
Fonte: G1
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