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quinta-feira, 15 de junho de 2017

Cadela morre após agressão com chave inglesa dentro da universidade federal do Amazonas

Por Sophia Portes, ANDA

A cadela chamada de Pretinha pelos alunos, foi assassinada após agressão com uma chave inglesa por um funcionário que prestava serviço dentro do campus da universidade, na terça-feira (13).
A Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) iniciou o inquérito na quarta-feira (14), para investigar as circunstâncias do crime e poder responsabilizar o criminoso.
Até o momento, o agressor ainda não foi identificado e os alunos já estão organizando um protesto para conscientizar e alertar sobre os maus-tratos contra animais dentro do campus da Ufam.
O crime ocorreu dentro da Faculdade de Tecnologia da Universidade. Segundo Izaura Nogueira, 28 anos, uma estudante de mestrado, testemunhas disseram que Pretinha dormia perto do local onde dois funcionário da empresa AJL faziam um serviço de manutenção. A cadela teria acordado assustada com o barulho da obra e rosnado para um deles. Em seguida, um dos infratores teria pegado a ferramenta e desferido golpes contra o animal.
“Na hora ela gritou, obviamente. Deve ter doído muito. Ali ela já deve ter ficado machucada, não conseguindo andar direito, e foi se arrastando até próximo da biblioteca, e lá ela desmaiou”, conta Izaura. Ainda de acordo com a estudante, a cadela chegou a ser levada para receber atendimento em uma clínica, mas precisou ser transferida para outro consultório e acabou falecendo horas depois.
Alguns estudantes filmaram o agressor, que assumiu o crime em gravação. “Eles sabiam que estavam sendo filmados e riram. Um deles assumiu que tinham batido na cadela e que bateria de novo. Como eles não aguentaram a pressão (dos estudantes) e viram que o negócio não ia dar certo porque começou a lotar, eles pegaram as coisas deles e foram embora sem se identificar”, afirma.
Izaura, assim como outras estudantes, contaram como Pretinha era amorosa e que jamais havia mordido ou ferido ninguém. O corpo estudantil da universidade cobra um posicionamento da reitoria contra os maus-tratos e é por isso que estão organizando o protesto no dia 19 de junho. “Toda semana ficamos sabendo de casos de maus-tratos contra os animais na Ufam e a reitoria não faz nada”, denuncia.
De acordo com o delegado do Dema, Samir Freire, as investigações começaram na quarta-feira (14). Inicialmente, a PC vai pedir a identificação de todos os funcionários da empresa, denunciada pelos alunos, e vai ouvir todas as testemunhas do crime.
“As investigações estão sendo iniciadas e não posso tecer maiores detalhes, mas com certeza o infrator que cometeu essa barbaridade vai ser penalizado. Eles poderão responder por delito de maus-tratos com aumento de pena por conta da morte do animal, além de assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Recebemos provas testemunhais e também vamos aproveitar vídeos e filmagens para responsabilizar criminalmente”, afirma o delegado.
Em nota, a administração da Ufam lamentou o ocorrido e afirmou que está tomando as medidas necessárias.  “A UFAM lamenta profundamente o caso e não tolera ou concorda com quaisquer práticas de violência contra animais. A Universidade reitera o seu compromisso institucional de preservação do meio ambiente, respeito e convivência harmoniosa entre todos que habitam os seus espaços”, diz em nota.
A empresa AJL, onde os funcionários trabalham, se pronunciou sobre o crime nas redes sociais. Ela afirma que os funcionários foram afastados e aguarda a formalização da denúncia para agir contra os colaboradores.
“Estamos há mais de 25 anos no mercado e ao contrário de algumas acusações sem fundamento e sem nenhuma ligação com o fato em questão, nunca tivemos uma ocorrência do tipo. Esclarecemos também que para este caso nosso setor jurídico já esta tomando as providências e chamando as pessoas para se manifestarem quanto às acusações. Os técnicos envolvidos foram afastados de suas atividades até que tenhamos uma apuração mais concreta dos fatos”, afirmou a empresa.
Um vídeo foi entregue aos agentes policiais para ajudar no inquérito como prova do crime. Nas imagens é possível ver as alunas contestando os dois funcionários da empresa perguntando o motivo da agressão


Fonte: anda.jor.br ( foto: A Critica )

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