Por Sophia
Portes, ANDA
A cadela chamada de Pretinha pelos
alunos, foi assassinada após agressão com uma chave inglesa por um funcionário
que prestava serviço dentro do campus da universidade, na terça-feira (13).
A Delegacia Especializada em
Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) iniciou o inquérito na quarta-feira (14),
para investigar as circunstâncias do crime e poder responsabilizar o criminoso.
Até o momento, o agressor ainda não
foi identificado e os alunos já estão organizando um protesto para
conscientizar e alertar sobre os maus-tratos
contra animais dentro do campus da Ufam.
O crime ocorreu dentro da Faculdade
de Tecnologia da Universidade. Segundo Izaura Nogueira, 28 anos, uma estudante
de mestrado, testemunhas disseram que Pretinha dormia perto do local onde dois
funcionário da empresa AJL faziam um serviço de manutenção. A cadela teria
acordado assustada com o barulho da obra e rosnado para um deles. Em seguida,
um dos infratores teria pegado a ferramenta e desferido golpes contra o animal.
“Na hora ela gritou, obviamente. Deve
ter doído muito. Ali ela já deve ter ficado machucada, não conseguindo andar
direito, e foi se arrastando até próximo da biblioteca, e lá ela desmaiou”,
conta Izaura. Ainda de acordo com a estudante, a cadela chegou a ser levada
para receber atendimento em uma clínica, mas precisou ser transferida para
outro consultório e acabou falecendo horas depois.
Alguns estudantes filmaram o
agressor, que assumiu o crime em gravação. “Eles sabiam que estavam sendo
filmados e riram. Um deles assumiu que tinham batido na cadela e que bateria de
novo. Como eles não aguentaram a pressão (dos estudantes) e viram que o negócio
não ia dar certo porque começou a lotar, eles pegaram as coisas deles e foram
embora sem se identificar”, afirma.
Izaura, assim como outras estudantes,
contaram como Pretinha era amorosa e que jamais havia mordido ou ferido
ninguém. O corpo estudantil da universidade cobra um posicionamento da reitoria
contra os maus-tratos e é por isso que estão organizando o protesto no dia 19
de junho. “Toda semana ficamos sabendo de casos de maus-tratos contra os
animais na Ufam e a reitoria não faz nada”, denuncia.
De acordo com o delegado do Dema,
Samir Freire, as investigações começaram na quarta-feira (14). Inicialmente, a
PC vai pedir a identificação de todos os funcionários da empresa, denunciada
pelos alunos, e vai ouvir todas as testemunhas do crime.
“As investigações estão sendo
iniciadas e não posso tecer maiores detalhes, mas com certeza o infrator que
cometeu essa barbaridade vai ser penalizado. Eles poderão responder por delito
de maus-tratos com aumento de pena por conta da morte do animal, além de
assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Recebemos provas
testemunhais e também vamos aproveitar vídeos e filmagens para responsabilizar
criminalmente”, afirma o delegado.
Em nota, a administração da Ufam
lamentou o ocorrido e afirmou que está tomando as medidas necessárias. “A
UFAM lamenta profundamente o caso e não tolera ou concorda com quaisquer
práticas de violência contra animais. A Universidade reitera o seu compromisso
institucional de preservação do meio ambiente, respeito e convivência
harmoniosa entre todos que habitam os seus espaços”, diz em nota.
A empresa AJL, onde os funcionários
trabalham, se pronunciou sobre o crime nas redes sociais. Ela afirma que os
funcionários foram afastados e aguarda a formalização da denúncia para agir
contra os colaboradores.
“Estamos há mais de 25 anos no
mercado e ao contrário de algumas acusações sem fundamento e sem nenhuma
ligação com o fato em questão, nunca tivemos uma ocorrência do tipo.
Esclarecemos também que para este caso nosso setor jurídico já esta tomando as
providências e chamando as pessoas para se manifestarem quanto às acusações. Os
técnicos envolvidos foram afastados de suas atividades até que tenhamos uma
apuração mais concreta dos fatos”, afirmou a empresa.
Um vídeo foi entregue aos
agentes policiais para ajudar no inquérito como prova do crime. Nas imagens é
possível ver as alunas contestando os dois funcionários da empresa perguntando
o motivo da agressão
Fonte: anda.jor.br ( foto: A Critica )
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