Um influenciador vegano há dez anos revelou ter comido carne durante um mês em uma aldeia indígena, alegando não haver acesso fácil a alimentos vegetais. Ele afirmou que a base da dieta local era mandioca, banana, peixe e caça, e que decidiu “abrir mão do veganismo” para não destoar da comunidade.
O caso gerou debate: não se tratava de sobrevivência, mas de uma escolha — ele foi à aldeia por turismo e poderia ter cozinhado sua própria comida ou deixado o local. Em muitas comunidades há alimentos vegetais como arroz, feijão e farinha, o que torna a justificativa insustentável.
O influenciador também defendeu que comer peixe e caça seria “mais ecológico” do que consumir produtos vindos da agropecuária. Essa visão, porém, ignora o aspecto central do veganismo: o direito dos animais de não serem explorados. A preocupação ambiental é válida, mas não substitui a ética.
O episódio expõe uma confusão comum entre alimentação vegetal e veganismo. Ser vegano não é apenas uma escolha de dieta sustentável, e sim uma postura ética de não usar animais como recursos, mesmo em contextos culturais diferentes.
Diante disso, a atitude do “vegano careca” parece menos sobre empatia e mais sobre conveniência. O respeito às culturas indígenas é essencial, mas não deve servir de justificativa para a morte de outros seres.
Fonte: vista-se.com.br
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