(Foto: Wikimedia Commons)
Ignorando os apelos de defensores dos direitos dos animais para que denuncie as touradas e seus vínculos com o catolicismo espanhol, o Papa Leão XIV está se alinhando aos bispos do país, que continuam relutantes em condenar a crueldade desse popular e sangrento espetáculo.
Principais organizações de proteção animal, que reiteraram seus pedidos para que o papa desvincule o catolicismo das touradas, demonstraram frustração com sua hesitação em abordar a questão da justiça ecológica — apesar de sua ênfase teológica no cuidado com a criação, seguindo o exemplo do Papa Francisco.
Mimi Bekhechi, vice-presidente para a Europa da organização Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), declarou ao Religion Unplugged que estão renovando o apelo “ao Papa Leão XIV para que reconheça que há algo fundamentalmente anticristão em usar o nome da Igreja para torturar animais em um esporte sangrento e injusto”.
Foto: Papa Leão XIVBekhechi descreveu a prática como “uma tortura em que o touro literalmente luta pela vida, sem ter feito nada para merecer um ataque — muito menos por parte de um padre”, observando que há membros do clero “na plateia e, às vezes, na arena”.
“Pedimos ao Papa Leão XIV que faça o que o Papa Francisco nunca chegou a fazer — embora tenhamos certeza de que ele teria atendido favoravelmente ao nosso pedido, já que frequentemente falava sobre o respeito à vida animal, criação de Deus”, acrescentou.
Elisabetta Scuri, porta-voz da Humane World for Animals na Itália, afirmou acreditar que “o Papa Leão XIV, soberano do Estado da Cidade do Vaticano e líder da Igreja Católica, tem o poder de inspirar mudanças ao assumir uma posição clara contra essas práticas cruéis, frequentemente justificadas em nome da religião e da tradição”.
“Esses espetáculos ultrapassados perpetuam a ideia de que ferir e matar um animal por diversão é aceitável, contrastando fortemente com as palavras do Papa Francisco: ‘Todo ato de crueldade contra qualquer criatura é contrário à dignidade humana'”, disse Scuri.
Defensores dos direitos dos animais enfatizam a crueldade da prática sangrenta.
“Esses touros sofrem de maneiras quase inimagináveis: são esfaqueados até sangrarem até a morte, têm a medula espinhal cortada ou se afogam no próprio sangue”, disse o porta-voz da PETA. “É uma blasfêmia fazer isso em nome de um santo.”
Grupos de proteção animal também lembram o decreto histórico De Salute Gregis Dominici, promulgado por Papa Pio V em 1º de novembro de 1567, que excomungava automaticamente qualquer pessoa que apoiasse ou assistisse a uma tourada. As touradas na Espanha remontam ao ano 700.
O édito denunciava as touradas como “espetáculos cruéis e vis do diabo e não do homem” e negava sepultamento àqueles que morressem lutando contra touros.
Segundo o Routledge Handbook of Religion and Animal Ethics (Manual Routledge de Religião e Ética Animal, em tradução livre), embora o decreto nunca tenha sido formalmente revogado, o rei Filipe II, cedendo à pressão da nobreza espanhola favorável às touradas, impediu sua publicação, tornando-o praticamente ineficaz.
Nem a Sala de Imprensa da Santa Sé nem a Conferência Episcopal Espanhola responderam aos pedidos de comentário.
Bispos espanhóis permanecem em silêncio sobre as touradas
A Conferência Episcopal Espanhola, conhecida por “sua propensão a se intrometer em assuntos políticos” e por se manifestar abertamente sobre outras questões de justiça social, “optou por manter silêncio” sobre as touradas, escreveu a acadêmica Margarita Carretero-González no Routledge Handbook.
Os bispos “não atenderam aos apelos dos defensores católicos dos animais, que simplesmente pedem que a Igreja desaprove publicamente a tortura de animais até a morte em festividades religiosas”, lamenta ela, explicando que “a Igreja Católica na Espanha parece estar misteriosamente empenhada em uma cruzada sutil para equiparar ativistas dos direitos dos animais a defensores do aborto”.
Ativistas destacam os laços indissociáveis entre o catolicismo popular espanhol e as touradas. Um exemplo notável é o torneio Toro de la Vega, no qual um touro é perseguido e morto a golpes de lança como parte das festividades em honra à Virgen de la Peña.
As touradas ocorrem durante festas religiosas, com imagens sacras bordadas nas capas dos toureiros, medalhas católicas usadas por eles, visitas à capela da arena e o sinal da cruz antes de entrar. Padres frequentemente abençoam os espetáculos, e livros são publicados sobre a relação especial entre Deus e os toureiros.
“Além disso, centenas de festivais locais que envolvem o tormento e a morte de milhares de touros acontecem todos os anos na Espanha e em outros países”, confirmou Scuri. Ela observou que, embora países como a Itália tenham proibido as touradas, cerca de 180.000 touros ainda são mortos anualmente em Espanha, França, Portugal, Venezuela e outros países.
Em julho passado, a PETA e a AnimaNaturalis realizaram um protesto em frente à prefeitura de Pamplona, realizando uma reconstrução da Pietá de Michelangelo.
A performance retratava a Virgem Maria segurando em seus braços um ativista que representava um touro caído. Ao redor, dezenas de pessoas com roupas leves, chifres e corpos ensanguentados formavam um círculo de touros mortos, expondo a crueldade das touradas realizadas durante a festa de São Firmino, padroeiro de Navarra.
Segundo estudo da Fundação BBVA de 2025, cerca de 77% dos espanhóis apoiam a abolição das touradas — com desaprovação mais forte entre jovens e pessoas com formação universitária.
Dados do Ministério da Cultura da Espanha mostram que apenas 5,8% dos cidadãos já assistiram a uma tourada. Em 2024, o país aboliu o prêmio nacional para profissionais da tauromaquia.
Por Jules Gomes / Tradução de Shirlei Cioruci (com IA)
Fonte: Religion Unplugged
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