Foto: Zoo Leipzig/Facebook
Uma decisão de um zoológico alemão de eutanasiar (sic) três filhotes de tigre depois que eles foram rejeitados por sua mãe gerou reações mistas entre o público.
O Zoológico de Leigzig, no leste da Alemanha, anunciou no dia 10 de agosto em suas contas nas redes sociais que os filhotes de tigre-de-Amur,com apenas três dias de vida, foram sacrificados por estarem enfraquecidos após não receberem leite nem cuidados maternos. Segundo o comunicado, a medida foi tomada para “poupá-los de maior sofrimento”.
O zoológico afirmou que criar os filhotes estava “fora de questão”, pois entraria em conflito com os princípios de gestão da vida selvagem apropriados a cada espécie.
“A criação dos filhotes pela mãe e o aprendizado com ela são essenciais para o desenvolvimento de comportamentos naturais e instintivos”, acrescentou a instituição.
Os filhotes nasceram de Yuska, uma mãe de primeira viagem, na noite de 6 de agosto.
As primeiras horas depois do nascimento foram promissoras, disse o zoológico, uma vez que Yushka instintivamente cuidou dos filhotes.
Mas na tarde de 7 de agosto, seu interesse tinha diminuído.
“Como uma mãe inexperiente, ela infelizmente abandonou o processo de criação – um comportamento que pode ocorrer em mães de primeira viagem no reino animal”, disse o zoológico.
Nos próximos dois dias, os filhotes ficaram fracos.
Dra. Andreas Bernhard, a veterinária do zoológico, disse à agência de imprensa alemã dpa, que os filhotes não conseguiram mostrar um comportamento ativo, uma indicação de que eles não estavam recebendo leite ou cuidado materno.
Por isso, o zoológico disse que não teve escolha a não ser sacrificá-los, para poupá-los do sofrimento.
Apesar da explicação, a decisão do zoológico gerou clamor.
“Vocês não podem estar falando sério”, escreveu um internauta na conta do Instagram do Zoológico de Leipzig, enquanto outro denunciou a crueldade.
“Parem de reproduzir (os tigres) se você não quer assumir a responsabilidade pelos filhotes… isso é cruel!”, disse o internauta com o pseudônimo paravain9.
Na página do Facebook do zoológico, o sr. Dalino Equs disse: “A criação manual não teria sido uma opção para essa espécie animal ameaçada de extinção? Sacrificar os três filhotes é triste. Nós humanos interferimos na natureza com tanta frequência que talvez fosse possível deixá-los viver”.
Os tigres-de-Amur, também conhecidos como tigres-siberianos, são a maior espécie de felinos do mundo e são classificados como ameaçados de extinção pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN).
Apenas cerca de 500 deles permanecem na natureza – no Nordeste da China, no Extremo Oeste da Rússia e, possivelmente, na Coreia do Norte.
No entanto, houve alguns que apoiaram a decisão do zoológico.
“Eu sinto muito por vocês. Mas, a natureza às vezes é cruel. Parabéns por sua honestidade. Dedos cruzados para que dê tudo certo na próxima vez”, escreveu Ricarda Kissgen no Facebook.
Outro, com o perfil @mondschattenelfe_sara no Instagram, expressou condolências e observou que a inexperiência da mãe não é a culpada.
“É assim que funciona no reino animal. Eu espero que ela aprenda com isso e possa ter melhor cuidado dos seus próximos filhotes! Muito conforto e força para os tratadores. Eu sei que uma decisão como esta nunca é fácil”.
O zoológico disse que pretende continuar o programa de reprodução de tigres-de-Amur com Yushka.
Nota do Olhar Animal: Os zoológicos, aquários e seus assemelhados são sistemas prisionais para animais quase sempre inseguros, tanto para os bichos quanto para os visitantes e funcionários. Não há vigilância satisfatória para impedir que os animais sofram agressões, tão pouco para impedir o acesso do público aos recintos. Os visitantes e os próprios funcionários acabam vitimados pela negligência com os aspectos de segurança, sendo atacados por animais estressados e confinados em seus cativeiros. Para o bem dos animais, aquários devem ser convertidos em centros de triagem de animais aquáticos, que fazem o resgate e dão os cuidados necessários e que não recebem visitação do público. Os animais exóticos devem ser enviados para santuários e os aquários que não puderem ser adaptados como centros de triagem devem ser extintos.
E, de forma alguma, o assassinato que ocorreu no zoológico pode ser chamado de “eutanásia”. Eutanásia é um ato de caráter misericordioso e que deve atender aos interesses de quem o sofre, e não aos interesses de quem o pratica. Só pode ser chamado de “eutanásia” o ato de abreviar a vida de um animal com doença incurável e em estado irreversível de sofrimento. Os órgãos públicos de saúde e os exploradores de animais disseminaram o entendimento errado do termo “eutanásia” a fim de tentar minimizar a IMORALIDADE de suas ações de extermínio. Infelizmente, até mesmo protetores usam erradamente esta terminologia. Esse especismo é imoral e fatal.

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