Foto: PHILIPPE HUGUEN / AFP / RFI
Escalope de filhote, salsichão de pastor alemão, bife de labrador… Pode parecer absurdo, mas essa é a proposta da “Fazenda Bernier”, uma exploração canina fictícia criada para provocar reflexão sobre o consumo de carne e produtos de origem animal. Por trás da “brincadeira”, “há uma campanha séria de ativismo animal”, segundo informações do canal France 3.
A atriz e humorista francesa Laura Calu, vegetariana há mais de três anos, teve sua percepção desafiada durante uma viagem à região de Maine-et-Loire, no leste da França. Apesar de ter decidido retomar o consumo de carne, sua experiência despertou questionamentos profundos sobre a exploração animal.
Durante o passeio, Laura visitou a Fazenda Bernier, apresentada como uma exploração de “carne canina orgânica em Ombrée-d’Anjou”. Em suas redes sociais, ela elogia os “criadores” e destaca o cuidado com os animais. “No contato com os animais, pude perceber o bem-estar deles e minha visão sobre criação mudou”, escreveu a humorista no Facebook.
Mas toda a história é uma farsa. A Fazenda Bernier não existe, ou melhor, existe apenas virtualmente, por meio de um site e redes sociais, inspirada em uma pegadinha semelhante nos Estados Unidos.
O objetivo é provocar reflexão: é possível amar os animais e ao mesmo tempo aceitar sua exploração para consumo de carne, leite ou couro?
Humor como instrumento de denúncia
Laura Calu afirma que a iniciativa a fez rir, mas também refletir. “Achei essa ideia incrível. Dou muita risada com as publicações, que são muito impactantes. Mostra que é possível denunciar usando o humor”, declarou a artista ao canal regional francês.
Embora não consuma carne, a atriz passou a repensar o uso de produtos derivados do leite. O site da “fazenda” descreve em detalhes práticas cruéis semelhantes às da pecuária tradicional: filhotes separados das mães logo após o nascimento, inseminação constante das cadelas e abate quando envelhecem. Imagens de labradores na página reforçam o impacto emocional.
“A produção de leite e carne está diretamente ligada: bezerros machos e vacas mais velhas ou menos produtivas são enviados para o abate. Nossas cadelas leiteiras e seus filhotes teriam o mesmo destino”, explica Jonathan Bernier, nome fictício do ativista vegano responsável pela sátira.
Ele questiona: por que aceitamos matar vacas ou cabras, mas consideramos um crime matar um cachorro. “É uma questão cultural. Vivemos em uma sociedade que discrimina espécies, onde algumas têm prioridade sobre outras”, afirma Bernier.
Um alerta sobre consumo e bem-estar animal
A sátira também abre espaço para debates sobre o consumo excessivo de proteína de origem animal, chamando atenção para os impactos ambientais e éticos da indústria. Segundo dados da organização Green Farmer, o veganismo ainda é pouco comum na França. Enquanto isso, a produção animal movimentou cerca de 31,4 bilhões de euros em 2022, conforme o Instituto Nacional de Estatísticas.
Jonathan Bernier e seus parceiros reconhecem que enfrentar essa indústria é como lutar contra um gigante, mas acreditam que conscientizar sobre a realidade da exploração animal é essencial para promover mudanças concretas.
“Estamos abertos ao diálogo com produtores sobre suas práticas”, afirma Bernier, destacando que o objetivo não é atacar indivíduos, mas sim questionar todo um sistema.
“Mínimo de respeito”
Ele questiona por que nos chocamos com a exploração de cães, mas “aceitamos matar vacas e cabras para consumo”? A resposta, segundo Bernier, está na cultura e no especismo, conceito que descreve a hierarquia entre espécies na sociedade humana. “Não explorar animais não é um ato de bondade, é o mínimo de respeito que eles merecem”, afirma Bernier.
A sátira da Fazenda Bernier também traz um alerta sobre o tema relevante no Brasil, onde a carne é protagonista da alimentação. O consumo elevado está associado a problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, além de impactos ambientais significativos, incluindo desmatamento e emissão de gases do efeito estufa.
Fonte: Terra
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