Moradores da zona rural de Teixeira Soares, Fernanda Lara e Brendo Bueno viveram uma experiência inusitada com a chegada de um novo membro na família. O filhote de gato, Tadeu, adotado após ser encontrado pelo marido de Fernanda em uma chácara vizinha, acabou recebendo cuidados de sua nova amiga, a cachorrinha Pelúcia.
Pelúcia, que ainda não teve filhotes e é bastante pequena, surpreendeu seus donos ao começar a produzir leite e amamentar o recém-chegado Tadeu. A família nunca imaginou que a cadela fosse tomar tal atitude, e Fernanda compartilhou sua surpresa. “Nunca imaginamos que poderia acontecer algo assim. Eu já tinha visto casos de cadela amamentar gato, mas normalmente essas cadelas já tinham filhotes. No caso da Pelúcia, ficamos realmente surpresos”, conta Fernanda.
A história começou quando o marido de Fernanda encontrou Tadeu, um gatinho recém-desmamado, perdido no mato e sem a mãe. A família, preocupada com a alimentação do pequeno felino, iniciou a alimentação com leite de vaca, mas logo percebeu que Pelúcia se aproximava do gato e começou a cuidar dele. “No início, o Tadeu mamava bastante, mas não havia leite. Até que, um dia, percebi que ele não estava mais chorando de fome. Fui verificar e descobri que Pelúcia estava produzindo leite”, relata Fernanda, ainda surpresa com o fato.
Embora a família continue a alimentar o filhote com leite de vaca, Fernanda acredita que a produção de leite de Pelúcia é estimulada pela persistência do gatinho em mamar. “Acho que quanto mais o Tadeu suga, mais leite vem”, acrescenta.
O comportamento de Pelúcia tem gerado muita curiosidade entre os vizinhos, e Fernanda compartilhou o fato com muitos deles. “Quando conto, ninguém acredita. Só acreditam quando mostro o vídeo”, afirma Fernanda, referindo-se ao momento em que filmou a cachorrinha amamentando o gato.
O veterinário Alberto Fagner Junior, que foi consultado sobre o caso, explicou que o comportamento da cadela pode ser explicado por um fenômeno clínico conhecido como pseudociese ou gravidez psicológica. “Durante o ciclo reprodutivo, quando a cadela passa por uma fase hormonal, ela pode desenvolver um instinto materno. Isso é muito comum em cadelas não castradas e pode levar à produção de leite, mesmo que a cadela não tenha filhotes”, esclarece Fagner.
O veterinário destaca que, embora o fenômeno seja comum, é importante ficar atento às possíveis complicações a longo prazo, como infecção mamária, câncer de mama ou problemas hormonais. “A melhor forma de evitar complicações é a castração da cadela. No entanto, o caso de Pelúcia não deve causar grandes problemas a princípio”, conclui Fagner.
O que começou como uma surpresa para a família de Teixeira Soares se transformou em uma história curiosa, que agora circula pela região, mostrando a empatia e o instinto materno de Pelúcia, que, de forma inesperada, se tornou mãe adotiva de um gatinho.
Por Emerson Teixeira
Fonte e foto: Página 1 News
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