Foto: Ilustração | Freepik
Seguindo os passos da Namíbia, o Zimbábue anunciou a decisão cruel de matar 200 elefantes sob o pretexto de fornecer carne à população em meio à seca. A autoridade de vida selvagem do país disse que essa também é uma medida para lidar com a crescente população da espécie.
A Ministra do Meio Ambiente, Sithembiso Nyoni, alegou no parlamento na quarta-feira (11/09) que Zimbábue tinha “mais elefantes do que precisava”, acrescentando que o governo instruiu a Autoridade de Parques e Vida Selvagem do Zimbábue (ZimParks) a iniciar a caça.
Os 200 elefantes seriam caçados em áreas invadidas por humanos, incluindo Hwange, o lar da maior reserva natural do Zimbábue, disse o diretor-geral da ZimParks, Fulton Mangwanya.
O Zimbábue abriga cerca de 100 mil elefantes – a segunda maior população do mundo, depois de Botsuana. Devido aos esforços de proteção, Hwange abriga 65 mil deles.
A vizinha Namíbia disse este mês que já havia matado 160 animais selvagens em um abate planejado de mais de 700, incluindo 83 elefantes, com a desculpa de alimentar a população.
A medida de caçar os elefantes para alimentação foi criticada por ONGs. “O governo deve ter métodos mais sustentáveis e ecologicamente corretos para lidar com a seca”, disse Farai Maguwu, diretor da ONG Centro de Governança de Recursos Naturais. “Mostramos que somos maus guardiões dos recursos naturais e nosso apetite por riqueza ilícita não conhece limites, por isso isso deve ser interrompido, porque é antiético.”
Nota da Redação: a decisão do Zimbábue levanta sérias preocupações do ponto de vista dos direitos animais. A caça de animais selvagens, especialmente espécies tão emblemáticas e inteligentes como os elefantes, é uma medida cruel e desnecessária, que ignora soluções mais éticas e sustentáveis.
Elefantes são seres altamente sociais e sensíveis, com estruturas familiares complexas, e matá-los provoca sofrimento extremo, não apenas para os indivíduos mortos, mas também para as manadas sobreviventes. Essa prática também mina os princípios básicos de proteção, que devem priorizar a coexistência harmoniosa entre humanos e animais, em vez de recorrer à violência e destruição.
Além disso, essa ação pode ser vista como uma solução simplista para problemas complexos, como a seca e a escassez de recursos, que poderiam ser abordados de maneiras que respeitem o bem-estar animal. A crítica de que a matança de elefantes é uma medida de curto prazo, ignorando os impactos de longo prazo sobre a biodiversidade, é válida. Em vez de promover a caça, o Zimbábue poderia explorar alternativas como o fortalecimento de políticas de proteção ambiental, a promoção de práticas agrícolas resilientes e o investimento em programas de educação e conscientização que incentivem o respeito à vida selvagem.
Júlia Zanluchi
Fonte: anda.jor.br
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