Até 2017, a retirada dos animais do
minizoológico do Parque 13 de Maio era um assunto que ia e vinha. Ao longo das
quase cinco décadas que o espaço existe, já foi alvo de defensores dos animais
e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Mas a Prefeitura do Recife, e os
vários prefeitos que passaram por ela desde 1976, quando o zoo foi inaugurado,
fizeram questão de manter as jaulas onde os animais ficam aprisionados. Já foi
bem mais cheio. Agora, há jaulas vazias e jaulas apenas com um único e solitário
animal.
E absolutamente nenhuma informação
para os visitantes sobre que animais estão ali ou seus hábitos, como ocorre em
um zoológico comum.
Há muitas aves e apenas uma espécie
de mamífero, que são 11 macacos-prego. Em uma das jaulas há um pavão sozinho –
perdeu a companheira há alguns anos. Em outra, pequenos patinhos, sem nenhuma
mãe à vista.
Já perto do lago, há um animal, no
mínimo, inusitado para um zoológico: várias galinhas – sim, galinhas –
amontoadas e trancadas com cadeado dentro de uma jaula. O defensor de animais
Marcelo Tabosa, da Associação de Defesa de Meio Ambiente de Pernambuco
(Adema-PE), chegou a cogitar que elas servissem para a alimentação de algum
outro animal do minizoo.
Mas as galinhas não estão ali para
virarem comida: segundo a Prefeitura do Recife é, também, um atrativo do
parque. “Em relação às galinhas – que não são fonte de alimento para qualquer
outra espécie – elas ficam em área restrita para não serem furtadas. Os
galináceos, da variedade Garnizé, também se tornaram atrativos do Parque”, diz
a nota da prefeitura à Marco Zero.
Além das galinhas que estão presas na
jaula, há dezenas de outras soltas pelo espaço, assim como patos e gansos.
Animais do Parque Treze de Maio:
11 macacos prego;
12 araras Canindé;
1 Maritaca;
1 Papagaio;
2 Seriemas;
1 Pavão;
Aviário com asas brancas, papa capim, canário da terra.
Soltos no parque há galinhas, gansos, patos, saguis, camaleão.
Quando
a Marco Zero visitou o minizoo, as jaulas estavam limpas e havia comida e água
nos comedouros. Há uma veterinária que trabalha diária e exclusivamente no
minizoo, que é administrado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do
Recife (Emlurb). É uma manutenção que custa caro.
De
acordo com a prefeitura, atualmente “não há qualquer diretriz no sentido de
retirar os animais do Parque, até mesmo porque o espaço é fiscalizado pela CPRH
e Promotoria do Meio Ambiente do MPPE”. Também não houve, segundo a prefeitura,
criatórios que se disponibilizassem a receber os animais, assumindo as despesas
da manutenção.
Para
Tabosa, não há sentido algum em manter animais confinados. “Não tem nenhuma
necessidade de manter aqueles animais no 13 de Maio. É uma crueldade.
Infelizmente, como ONG, não conseguimos alcançar o objetivo porque o poder
público insiste em manter aqueles animais lá. Dá trabalho, dá despesa, é
denunciado o tempo todo e seguem insistindo. Não conseguimos entender os
motivos”, afirma.
Os
visitantes também nem sempre se sentem confortáveis ao ver os animais
enjaulados. “Acho que cuidam direto da limpeza e é organizado, mas ninguém
gosta de estar preso. Esses animais deveriam estar na natureza, soltos. Fica
melhor pras crianças ver só os animais que ficam soltos, e para os animais
também, claro”, diz a dona de casa Meire Maria da Silva, moradora de Campo
Grande que levou os dois filhos para um passeio no parque.
MPPE considerou minizoo
adequado
O
Parque 13 de maio foi inaugurado em 1939, mas o minizoo foi incluído nas
reformas feitas entre 1973 e 1976, de acordo com pesquisa da professora Ana
Rita de Sá, do Laboratório da Paisagem do Departamento de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Nesses
quase 50 anos, a defesa pelos direitos animais foi ampliada e ganhou espaço. Um
caso emblemático foi o da peixe-boi Xica, que foi levada na década de 1970, a
mesma em que o minizoo do 13 de maio foi inaugurado, para um tanque pequeno e
raso em plena praça do Derby. Com deformações e cicatrizes pela espaço
inapropriado, ela foi transferida no início dos anos 1990 para o Centro de
Mamíferos Aquáticos (CMA), em Itamaracá, após uma década de luta da Associação
Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), que chegou a levar a questão até a
Justiça. Por conta dos muitos anos em cativeiro, Xica nunca voltou à natureza e
morreu em 2015, em um tanque – de tamanho apropriado – no CMA, na ilha de
Itamaracá.
Na
década passada, a Adema-PE foi atrás do Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
para retirar os animais do minizoo. A denúncia se baseava no fato do parque
ficar no centro da cidade, com animais expostos ao barulho, às luzes
artificiais à noite, ao contato muito próximo com visitantes – que não raro
oferecem comida aos animais – e ao tamanho diminuto das jaulas.
“São
animais silvestres obrigados a viver em uma área urbana, com grande
movimentação de ônibus, carros e pessoas. À noite, animais diurnos não
conseguem dormir por conta da claridade da luz dos postes, do barulho dos
carros. Há poluição sonora e ambiental. Estamos no século XXI, não há motivo
algum para manter animais silvestres presos”, denuncia o ambientalista.
O
MPPE acolheu a denúncia da Adema-PE e chegou a definir prazos, em 2014, para a
retirada dos animais. Mas tudo parou quando o MPPE considerou que os animais
estavam bem no minizoo e arquivou a denúncia.
Na
época, a vereadora Michelle Collins (PP) fez campanha para manter os animais no
13 de Maio. O então promotor de meio-ambiente da capital, Ricardo Coelho,
decidiu arquivar a denúncia depois de ouvir a Emlurb, que administra o minizoo,
o Ibama e a veterinária do espaço. “Todos foram favoráveis à permanência, por
que o MPPE seria contra? Só me curvei à vontade desses órgãos, que fizeram
vistorias minuciosas no local”, disse em entrevista ao Jornal do Commercio, em
2014.
A
Adema-PE ainda tentou novamente em 2017, quando uma lei municipal proibiu a
instalação de zoológicos em parques e praças. “E mais uma vez conseguiram tirar
o parque 13 de Maio, deixando ele de fora dessa lei”, reclama Tabosa.
Há
pouco tempo na promotoria de Meio Ambiente da capital, o promotor Sérgio Souto
ainda não chegou a vistoriar o minizoo, o que pretende fazer nos próximos dias.
“Houve um entendimento, na época (do arquivamento das denúncias), de que os animais
tinham um tratamento adequado, com alimentação correta. Hoje não se cabe mais
criar espaços como esses, mas se chegou à conclusão de que a retirada desses
animais poderia trazer problemas para os próprios animais, que já estavam
acostumados com aquela situação. A Emlurb me passou que são animais que até já
chegaram a procriar lá, o que é um indicativo, a princípio, de que não estão em
situação de muita vulnerabilidade”, afirmou o promotor, em entrevista à MZ.
A
falta de informação sobre os animais para os visitantes também é um dos focos
da vistoria que o promotor pretende fazer. “É importante que tenha as placas de
informação porque o zoológico está ali para que a população que visita o parque
de alguma maneira faça uma visita adequada, no sentido visual”, afirma.
Na
nota à MZ, a prefeitura do Recife diz, sem citar datas para execução, que
existe um projeto de requalificação do parque, com uma nova proposta de
sinalização no recinto do minizoo.
Ao
que tudo indica, não há animais novos chegando ao minizoo. Em 2020 uma matéria
do Diario de Pernambuco informava que havia 13 macacos-prego no local. Agora,
são 11. “Estão deixando os animais morrerem à míngua”, lamenta o defensor.
Tabosa
diz que os animais do minizoo passaram tempo demais – ou a vida toda – em
cativeiro e as chances de sobrevivência na natureza são escassas. “Ir para o
zoológico de Dois Irmãos é só trocar de ambiente, a situação de confinamento
vai permanecer a mesma. Hoje seria interessante levar para o Centro de Triagem
de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangará, gerido pela CPRH, do
governo estadual). Reabilitar e quem sabe até tentar devolver alguns desses
animais para a natureza. Isso não acontece porque a prefeitura do Recife
insiste em manter os animais ali”, afirma.
Já
faz algum tempo que a Adema-PE também não visita o minizoo. “Ficamos sem
acreditar muito na Justiça. Comemoramos muito em 2014 quando o promotor deu
seis meses de prazo para que os animais saíssem do local. Estava tudo muito bem
encaminhado quando ficamos sabemos pela imprensa que o MPPE tinha voltado
atrás. Foi uma decepção só”, lembra Tabosa, que também pretende visitar o
minizooo nos próximos dias. “Vamos ver se o prefeito João Campos se
sensibiliza. Talvez sendo provocado pela sociedade civil organizada, saia
alguma coisa. Sempre temos uma esperança”.
Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo
Fonte: Marco
Zero
Nota da Redação: o
minizoológico do Parque 13 de Maio, como muitos outros espaços semelhantes, tem
como objetivo oferecer entretenimento e diversão ao público. No entanto, é
importante questionar a moralidade dessa diversão quando ela se baseia na
exploração e no aprisionamento de animais.
Todas as espécies têm o direito de viverem em liberdade e não
devem ser exploradas para o entretenimento humano. Ao aprisionar animais em
espaços restritos, como gaiolas e jaulas, priva-se esses seres de sua liberdade
natural, causando-lhes sofrimento físico e emocional.
Além disso, é fundamental considerar as condições de vida e
bem-estar dos animais nesse minizoológico. Muitos desses espaços não oferecem
um ambiente adequado para as espécies, com áreas reduzidas, falta de
enriquecimento ambiental, estresse decorrente da exposição constante a visitantes
e até mesmo negligência na alimentação e cuidados veterinários.
Outro ponto crítico é o fato de que, muitas vezes, esses animais
são retirados de seu habitat para serem exibidos em cativeiro. Essa prática
contribui para a redução da diversidade biológica e pode ameaçar a
sobrevivência de espécies já em risco. Ao invés de incentivar a preservação e a
conservação da fauna, o minizoológico pode perpetuar uma mentalidade de
exploração e desvalorização da vida animal.
É importante ressaltar que a educação e a conscientização sobre a
importância da preservação da fauna podem ser promovidas de maneira ética, sem
a necessidade de manter animais em cativeiro. Existem alternativas, como
centros de educação ambiental, que oferecem informações e experiências interativas
com a natureza, sem a exploração direta de espécies.
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