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sexta-feira, 12 de maio de 2023

Cuidado com o que você acha fofo: animais explorados para gerar audiência em redes sociais são maltratados e privados da liberdade

 



:Fotos:  Reprodução | Social Media Animal Cruelty Coalition

A conservação da vida selvagem enfrenta desafios contínuos, como a caça por esporte, a busca de itens para a fabricação de remédios tradicionais, ou ainda o comércio de animais exóticos, sem contar a prolongada expansão urbana – que há tempos causa conflitos entre humanos e animais selvagens. Agora, com a ascensão das redes sociais, a preservação da fauna enfrenta outra ameaça: influenciadores digitais que se aproveitam de animais selvagens com alguma fragilidade para explorá-los em busca de “likes”.

Uma simples pesquisa no Instagram, por exemplo, sobre certas espécies (especialmente felinos e primatas) logo mostra essa realidade. Os principais resultados para “#chimpanzé”, para citar um caso bem comum, na segunda semana de abril, consistiam em um vídeo de um chimpanzé correndo com uma fralda, outro bebendo iogurte de morango e um terceiro sendo abraçado e beijado, sem oferecer qualquer resistência. Mais do que as doenças zoonóticas em potencial, o manejo inadequado da vida selvagem pode estar causando muito mais danos do que aparentam os vídeos “fofos”.

Os influenciadores de mídia social, ou “digital influencers”, são, como o nome sugere, indivíduos que têm muitos seguidores e cujas ações, crenças e comentários podem ter impacto sobre os outros. Tem se tornando um problema crescente que a vida selvagem e os animais exóticos sejam usados para construir tal influência – o que geralmente deturpa a condição dos animais selvagens para um público amplo. Uma imagem, afinal, pode valer mais que mil palavras e, nas mãos de influenciadores sem a necessária consciência, ela pode ser prejudicial.

“Animais selvagens colocados em ambientes humanos ou imitando ações humanas parecem chamar a atenção do público facilmente. Um exemplo claro disso é o uso de animais exóticos em circos. Fora do reino do circo, animais exóticos e selvagens estão sendo explorados em ambientes humanos não naturais, como macacos em fraldas e dormindo em uma cama, chimpanzés lavando o cabelo de seu tratador ou um leão sendo levado para passear como um cachorro domesticado”, exemplifica Bruno Costa, professor da PUC Minas e coordenador do Grupo de Estudos em Animais Selvagens (Geas) do curso de Medicina Veterinária da universidade.

“Todas essas são ações humanas que exploram os animais com o único objetivo de entretenimento. Os influenciadores postam esses comportamentos nas mídias sociais para engajamento. Mas essas plataformas sociais retratam apenas uma parte muito pequena da atividade diária do animal. O que acontece na outra grande maioria do tempo quando eles não estão sendo filmados?”, questiona.

Para o especialista, influenciadores que publicam essas versões humanizadas dos animais estão deturpando o comportamento das espécies, exibindo comportamentos não naturais e dando uma falsa ideia sobre a segurança da presença de um humano com um animal selvagem. Assim, ao retratar erroneamente essas fantasias, estão criando perigo também para os humanos, além de estimular a retirada desses animais de seu habitat.

Um caso recente que levantou debate sobre criação de animais silvestres no Brasil foi o da Capivara Filó, expostas na internet pelo influenciador Agenor Tupinambá, autuado pelo Ibama por “práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais”. Paca, preguiça, arara-vermelha e papagaio também estão na lista da disputa entre o tiktoker e o órgão ambiental.

Em sua defesa, o influenciador destacou que não existe origem ilegal, se os animais citados estão presentes no ecossistema em que ele habita, numa zona rural. O caso gerou debate e acabou dividindo opiniões na internet entre quem defende o cumprimento das normas ambientais e quem se sensibiliza com a relação entre o humano e a capivara. O rapaz, que foi multado em R$ 17 mil, também seria suspeito pelas mortes de outros animais.



Desinformação perigosa

Considere um influenciador postando um vídeo que mostra um leão jovem pulando sobre ele para exibir um “abraço” com uma legenda ou diálogo sugerindo que o comportamento é por amor, prática comum entre milionários do Oriente Médio. Já existe um problema quando se trata de rotular esse animal selvagem com atitude antropomórfica, mas, além disso, retrata que os leões podem exibir essas ações aparentemente amorosas e interagir com os humanos.

Isso desinforma o público em geral, especialmente aquelas pessoas que não conhecem a história desse leão em particular, sua “domesticação” e as circunstâncias de cativeiro. Isso vale para todas as espécies de vida selvagem que estão sendo exploradas nas redes sociais, alertam especialistas. Para piorar a situação, uma vez que essa representação distorcida da verdadeira natureza desses animais é captada por uma conta viral, com amplo alcance de público, ela não está mais nas mãos do influenciador.

Independentemente do fato de que o influenciador pode ter tentado incluir um texto referenciando a conscientização sobre a conservação ou uma legenda relacionada à educação, uma vez que se torna viral, esse conteúdo geralmente é ignorado, alerta Sonia Zanini Cechin, diretora do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

“Frequentemente, essas postagens se espalham rapidamente e, em poucos dias, toda a chamada postagem educacional será retirada do contexto e espalhada para milhões. Eles podem aparecer em muitas páginas que nem mesmo são específicas para conservação ou vida selvagem, simplesmente porque são consideradas fofas ou divertidas. E isso é arriscado”, garante a especialista.

Essa disseminação, teme Sonia, alimenta o comércio de animais de estimação domésticos exóticos. “Ele retrata a vida selvagem como animais fofos que podem ter interações divertidas com um ser humano de maneira inofensiva. O exato oposto do que deve ser transmitido sobre a vida selvagem: animais selvagens são animais selvagens”, pontua.

De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), o tráfico de animais silvestres é considerado a terceira maior atividade ilícita do mundo e gera uma grande rede de pessoas envolvidas em negociações clandestinas, principalmente pela alta lucratividade.

Para os especialistas, conscientização sobre conservação, educação e arrecadação de fundos não precisam ter um custo para os animais. Do ponto de vista ético, esses mesmos objetivos podem ser alcançados sem privar os animais de comportamentos e ambientes naturais.

Isso se aplica, eles explicam, mesmo que os animais sejam “criados” por humanos desde o nascimento – o que não necessariamente deve resultar em que esse animal passe toda a sua vida em companhia e ambientes humanos. Apesar da inevitável afiliação do animal com os humanos durante o desenvolvimento, eles ainda possuem comportamentos de animais selvagens e devem ser encorajados, enquanto a interação humana desencorajada.

Para os especialistas, a influência deve ser usada para o bem, como conscientizar seguidores sobre questões climáticas mundiais que afetam animais selvagens, além dos humanos. Por exemplo, incêndios florestais devastadores na Austrália levaram influenciadores a pedir ajuda a seus seguidores com doações para comunidades e a fauna por meio de organizações confiáveis. Frequentemente, eles apresentavam fatos sobre a devastação para seu público internacional e, curiosamente, não precisavam explorar a natureza para espalhar sua mensagem.

Embora os “maus influenciadores” não possam ser parados de uma hora para outra, isso não significa que os esforços de conservação sejam inúteis. Os especialistas garantem: continue a apoiar os esforços de conservação que você sabe que são confiáveis. Se você vir uma postagem nas redes sociais sobre um animal silvestre sendo tratado de forma inadequada, pesquise e questione, faça suas opiniões serem ouvidas, crie uma discussão. Mostrar que determinado tipo de comportamento não é natural à espécie pode ser o tipo de mensagem que vai fazer a diferença entre um público informado e desinformado sobre a realidade da vida selvagem.

Fonte: Um Só Planeta 

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