:Fotos: Reprodução | Social Media Animal Cruelty Coalition
A conservação da vida selvagem
enfrenta desafios contínuos, como a caça por esporte, a busca de itens para a
fabricação de remédios tradicionais, ou ainda o comércio de animais exóticos,
sem contar a prolongada expansão urbana – que há tempos causa conflitos entre
humanos e animais selvagens. Agora, com a ascensão das redes sociais, a
preservação da fauna enfrenta outra ameaça: influenciadores digitais que se
aproveitam de animais selvagens com alguma fragilidade para explorá-los em
busca de “likes”.
Uma simples pesquisa no Instagram,
por exemplo, sobre certas espécies (especialmente felinos e primatas) logo
mostra essa realidade. Os principais resultados para “#chimpanzé”, para citar
um caso bem comum, na segunda semana de abril, consistiam em um vídeo de um
chimpanzé correndo com uma fralda, outro bebendo iogurte de morango e um
terceiro sendo abraçado e beijado, sem oferecer qualquer resistência. Mais do
que as doenças zoonóticas em potencial, o manejo inadequado da vida selvagem
pode estar causando muito mais danos do que aparentam os vídeos “fofos”.
Os influenciadores de mídia social,
ou “digital influencers”, são, como o nome sugere, indivíduos que têm muitos
seguidores e cujas ações, crenças e comentários podem ter impacto sobre os
outros. Tem se tornando um problema crescente que a vida selvagem e os animais
exóticos sejam usados para construir tal influência – o que geralmente deturpa
a condição dos animais selvagens para um público amplo. Uma imagem, afinal,
pode valer mais que mil palavras e, nas mãos de influenciadores sem a
necessária consciência, ela pode ser prejudicial.
“Animais selvagens colocados em
ambientes humanos ou imitando ações humanas parecem chamar a atenção do público
facilmente. Um exemplo claro disso é o uso de animais exóticos em circos. Fora
do reino do circo, animais exóticos e selvagens estão sendo explorados em
ambientes humanos não naturais, como macacos em fraldas e dormindo em uma cama,
chimpanzés lavando o cabelo de seu tratador ou um leão sendo levado para
passear como um cachorro domesticado”, exemplifica Bruno Costa, professor da
PUC Minas e coordenador do Grupo de Estudos em Animais Selvagens (Geas) do
curso de Medicina Veterinária da universidade.
“Todas essas são ações humanas que
exploram os animais com o único objetivo de entretenimento. Os influenciadores
postam esses comportamentos nas mídias sociais para engajamento. Mas essas
plataformas sociais retratam apenas uma parte muito pequena da atividade diária
do animal. O que acontece na outra grande maioria do tempo quando eles não
estão sendo filmados?”, questiona.
Para o especialista, influenciadores
que publicam essas versões humanizadas dos animais estão deturpando o
comportamento das espécies, exibindo comportamentos não naturais e dando uma
falsa ideia sobre a segurança da presença de um humano com um animal selvagem.
Assim, ao retratar erroneamente essas fantasias, estão criando perigo também
para os humanos, além de estimular a retirada desses animais de seu habitat.
Um caso recente que levantou debate
sobre criação de animais silvestres no Brasil foi o da Capivara Filó, expostas
na internet pelo influenciador Agenor Tupinambá, autuado pelo Ibama por
“práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a
geração de conteúdo em redes sociais”. Paca, preguiça, arara-vermelha e
papagaio também estão na lista da disputa entre o tiktoker e o órgão ambiental.
Em sua defesa, o influenciador
destacou que não existe origem ilegal, se os animais citados estão presentes no
ecossistema em que ele habita, numa zona rural. O caso gerou debate e acabou
dividindo opiniões na internet entre quem defende o cumprimento das normas
ambientais e quem se sensibiliza com a relação entre o humano e a capivara. O
rapaz, que foi multado em R$ 17 mil, também seria suspeito pelas mortes de
outros animais.
Desinformação perigosa
Considere
um influenciador postando um vídeo que mostra um leão jovem pulando sobre ele
para exibir um “abraço” com uma legenda ou diálogo sugerindo que o
comportamento é por amor, prática comum entre milionários do Oriente Médio. Já
existe um problema quando se trata de rotular esse animal selvagem com atitude
antropomórfica, mas, além disso, retrata que os leões podem exibir essas ações
aparentemente amorosas e interagir com os humanos.
Isso
desinforma o público em geral, especialmente aquelas pessoas que não conhecem a
história desse leão em particular, sua “domesticação” e as circunstâncias de
cativeiro. Isso vale para todas as espécies de vida selvagem que estão sendo
exploradas nas redes sociais, alertam especialistas. Para piorar a situação,
uma vez que essa representação distorcida da verdadeira natureza desses animais
é captada por uma conta viral, com amplo alcance de público, ela não está mais
nas mãos do influenciador.
Independentemente
do fato de que o influenciador pode ter tentado incluir um texto referenciando
a conscientização sobre a conservação ou uma legenda relacionada à educação,
uma vez que se torna viral, esse conteúdo geralmente é ignorado, alerta Sonia
Zanini Cechin, diretora do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
“Frequentemente,
essas postagens se espalham rapidamente e, em poucos dias, toda a chamada
postagem educacional será retirada do contexto e espalhada para milhões. Eles
podem aparecer em muitas páginas que nem mesmo são específicas para conservação
ou vida selvagem, simplesmente porque são consideradas fofas ou divertidas. E
isso é arriscado”, garante a especialista.
Essa
disseminação, teme Sonia, alimenta o comércio de animais de estimação
domésticos exóticos. “Ele retrata a vida selvagem como animais fofos que podem
ter interações divertidas com um ser humano de maneira inofensiva. O exato
oposto do que deve ser transmitido sobre a vida selvagem: animais selvagens são
animais selvagens”, pontua.
De
acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres
(Renctas), o tráfico de animais silvestres é considerado a terceira maior
atividade ilícita do mundo e gera uma grande rede de pessoas envolvidas em
negociações clandestinas, principalmente pela alta lucratividade.
Para
os especialistas, conscientização sobre conservação, educação e arrecadação de
fundos não precisam ter um custo para os animais. Do ponto de vista ético,
esses mesmos objetivos podem ser alcançados sem privar os animais de
comportamentos e ambientes naturais.
Isso
se aplica, eles explicam, mesmo que os animais sejam “criados” por humanos
desde o nascimento – o que não necessariamente deve resultar em que esse animal
passe toda a sua vida em companhia e ambientes humanos. Apesar da inevitável
afiliação do animal com os humanos durante o desenvolvimento, eles ainda
possuem comportamentos de animais selvagens e devem ser encorajados, enquanto a
interação humana desencorajada.
Para
os especialistas, a influência deve ser usada para o bem, como conscientizar
seguidores sobre questões climáticas mundiais que afetam animais selvagens,
além dos humanos. Por exemplo, incêndios florestais devastadores na Austrália
levaram influenciadores a pedir ajuda a seus seguidores com doações para
comunidades e a fauna por meio de organizações confiáveis. Frequentemente, eles
apresentavam fatos sobre a devastação para seu público internacional e,
curiosamente, não precisavam explorar a natureza para espalhar sua mensagem.
Embora
os “maus influenciadores” não possam ser parados de uma hora para outra, isso
não significa que os esforços de conservação sejam inúteis. Os especialistas
garantem: continue a apoiar os esforços de conservação que você sabe que são
confiáveis. Se você vir uma postagem nas redes sociais sobre um animal
silvestre sendo tratado de forma inadequada, pesquise e questione, faça suas
opiniões serem ouvidas, crie uma discussão. Mostrar que determinado tipo de
comportamento não é natural à espécie pode ser o tipo de mensagem que vai fazer
a diferença entre um público informado e desinformado sobre a realidade da vida
selvagem.
Fonte: Um Só Planeta
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