Foto: reprodução
Quais são os desafios e
lutas diárias que as mulheres enfrentam perante à sociedade, na vida pessoal,
profissional, em qualquer área? Neste Dia Internacional da Mulher – que deveria
ser valorizada todo o ano -, focamos nas possíveis adversidades que mulheres
médicas-veterinárias encaram quando resolvem trilhar o caminho da pesquisa científica.
A
médica-veterinária mestra em Ciência Animal e pesquisadora doutoranda em
Políticas Públicas, Evelynne Hildegard Marque de Melo, compartilha que se
formou em Medicina Veterinária no ano de 2012, na Universidade Federal de
Alagoas (UFAL). “Embora eu sempre estivesse atraída pelas espécies caninos,
felinos e equinos, meu objetivo de carreira foi desenvolvido voltado aos
caninos e felinos domésticos, onde, desde a graduação, mantive olhar sensível e
atento às questões de impacto zoosanitário com estas espécies”, declara.
Foto: arquivo pessoal ( dra Evelynne Marques )
Ela
conta que sempre gostou muito de ler e escrever: “Durante a graduação, sempre
busquei me envolver com pesquisa e extensão universitária. Durante os cinco
anos do curso, me mantive em estágio extracurricular e, durante os estágios,
mantive o olhar atento aos casos raros, desafiadores e complexos que eu
acompanhava, de modo que alguns tornaram-se relatos de casos publicados em
eventos científicos ainda na graduação. Então, fui me descobrindo dividida
entre a prática com clínica e cirurgia, mas, também, com pesquisas e
publicações científicas. Ou seja, passaram a fazer parte de minha rotina estar
entre lidar com a ‘mão na massa’, em contato com os animais (consultando e
fazendo cirurgias), mas, também, com tabulação de dados, lendo e escrevendo
artigos”, relembra.
A
médica-veterinária, docente de Farmacologia aplicada a Medicina Veterinária, e
Diretora do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), Déborah Mara Costa de Oliveira, também escolheu percorrer os caminhos
da pesquisa e extensão. A profissional se formou em 2000 na UFRA, quando tinha
o desejo de ser docente e trabalhar na prevenção e tratamento de doenças de
cães e gatos.
“Foi um
processo natural ir para a área de pesquisa. Após concluir a residência,
comecei minha carreira como docente e logo percebi a necessidade de ampliar o
conhecimento e as habilidades para a área acadêmica, foi então que fui em busca
do mestrado e doutorado e, durante essa formação, intensivamente você já
incorpora a pesquisa”, afirma.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
O campo
de pesquisa que Déborah mais aprecia é a Farmacologia Clínica Veterinária e ela
explica que, não por acaso, esta foi a áre que escolheu para mergulhar no
processo de ensino-aprendizado-ensino.
Já a
área de pesquisa de Evelynne, hoje, é voltada a políticas públicas. “Ainda há
poucos veterinários com interesse neste sentido e mulheres menos ainda.
Acredito que isso possa aumentar a partir do recente reconhecimento, pelo CFMV,
a especialidade Medicina Veterinária do Coletivo, pois, nesta área, o foco é
manejo populacional de cães e gatos com atuações pontuais em Medicina de
Abrigos, Medicina Legal e Medicina de Desastres, onde, inevitavelmente, passa
pelo contexto político social”, analisa.
As
questões que mais a incomodavam na época de estágios, foram as questões por
onde Evelynne começou a se envolver profissionalmente. “O quanto isso agrega à
minha vida profissional está totalmente relativo à minha realização pessoal e
profissional, porque sou, naturalmente, inclinada a lidar com situações de
desafios, com resolução de problemas relativos ao ambiente organizacional e
social e que, coincidentemente, é onde há uma grande carência de veterinários”,
observa.
Déborah conta que gostou muito de ter trabalhando na linha de
pesquisa de Etnofarmacologia Veterinária com Plantas Medicinais, sobretudo,
porque está na Amazônia. Mas passou a vislumbrar o contato direto com a
sociedade por meio da pesquisa e extensão. “Embora todas as ações tenham sua
contribuição, seja em pesquisa básica ou avançada, aprecio muito o contato
direto com a comunidade e procuro fazer deste contato um campo de absorção de
conhecimento mútuo entre a universidade e a sociedade. O projeto que mais me
orgulho de ter instituído, junto com meus orientados, todos estudantes de
Medicina Veterinária, é a ‘Farmácia Veterinária Comunitária’, um banco de
remédios veterinários que expande o saber e a solidariedade”, menciona.
Neste
projeto, Déborah diz que os estudantes aprendem sobre os medicamentos que irão
tratar ou prevenir doenças de cães e gatos, ao mesmo tempo em que realizam,
mediante apresentação de prescrição veterinária, a entrega gratuita de
medicamentos a tutores de cães e gatos que se encontram em situação de
hipossuficiência econômica. “Além de conscientizar a sociedade sobre o uso
responsável de medicamentos em animais, reduzir o desperdício, reduzir a
geração de resíduos químicos para o meio ambiente, contribuir para a saúde e
bem-estar animal e reduzir o abandono de animais por custo elevado de
tratamentos farmacológicos. Ao mesmo tempo, o estudante envolvido, aprende
sobre prescrição racional de medicamentos e coleta dados para pesquisa que
costumamos publicar em periódicos”, descreve.
Para
Evelynne, há duas pesquisas que a marcam até hoje. “A primeira é sobre
hiperplasia fibroepitelial mamária felina, onde pude mergulhar em algo muito
particular dos felinos e pelo significado que essa pesquisa trouxe, tanto para
ajudar aos clínicos a compreenderem melhor o fenômeno da persistência do crescimento
mamário nesta doença, mesmo após a castração que é o tratamento de eleição e
eficaz, contudo é o que ‘assusta’ aos clínicos que, constantemente, se deparam
com a estranheza de ‘castrei e parece que não foi o suficiente/não resolveu’.
Isso tem levado muitos veterinários a submeterem as gatas à mastectomia. Minha
pesquisa serve, justamente, para demonstrar que mastectomia é desnecessário e
que esclarecemos o quanto tempo leva a cura da doença após a castração e,
sobretudo, que o fenômeno da persistência no crescimento mamário após a
castração é autolimitante, ou seja, assusta, porém, declina e a cadeia mamária
acometida regride ao estado fisiológico”, explica.
A outra
pesquisa que marcou sua vida profissional foi sobre as iniciativas de políticas
públicas sobre cães e gatos no Estado de Alagoas. “Essa pesquisa, relativamente
simples, trouxe uma clareza para o entendimento do ineficaz envolvimento
político do Estado com o controle populacional destas espécies e notadamente
com o distanciamento existente entre as classes técnica ‘médicos veterinários’
com a classe política ‘legisladores’. A partir dessa pesquisa, constatamos que
Alagoas foi o último Estado da região Nordeste do País a instituir a política
de castração, iniciada em 2017, pelo Governo Federal e que somente veio a ser
abordada em meados de 2022 por aqui. Como contribuição, ficou o entendimento da
importância do ambiente legislativo do Estado de Alagoas em caminhar lado a
lado com a classe técnica veterinária, o que vem ocorrendo aos níveis municipal
(na capital Maceió), estadual e federal, onde contribuímos com as proposições
políticas mais alinhadas à realidade técnica”, detalha.
MULHERES À
FRENTE DE PESQUISAS
Na
ciência, de modo geral, Evelynne repara que a presença da mulher tem sido marcante,
embora a inclinação profissional, aparentemente, seja maior para a área técnica
de atuação ao nível de empresas, clínicas e pet shops. “Na área de políticas
públicas, somos pouquíssimas. Inclusive, aqui em Alagoas, sou a única
veterinária fazendo doutorado em políticas públicas. Participando de debates
técnicos, observamos como ainda é muito mais ocupado por homens. O ambiente
exige lidar com a complexidade de gestões públicas carentes de compressão
técnica e há espaço para ser ocupado por nós mulheres”, relata.
Por sua
vez, Déborah acredita que todas as médicas-veterinárias conseguem obter espaço
onde quiserem: “Basta estarmos preparadas, focadas no objetivo, ter planos, se
preparar, caso tenha que mudar de planos, e, quando a oportunidade chegar, estar
pronta para agarrar”, aconselha.
Mas,
ela também destaca o fato de ainda vivermos em uma sociedade machista:
“Inclusive, no meio científico! E acabamos, por muitas vezes, tendo que nos
esforçar muito mais para mostrar que, mesmo sendo mãe, dona de casa e dona de
si, podemos, sim, ser pesquisadores, professoras, orientadoras e o que mais for
necessário para conseguirmos nossos objetivos e sermos valorizadas pela nossa
produtividade”, destaca.
Evelynne
adiciona que foi a própria sociedade que trouxe essas dificuldades às mulheres
em todas as áreas: “Desde a vida cotidiana, até o ambiente de pesquisa. Então,
sempre consideramos que estamos vencendo barreiras, mesmo diante da
igualitariedade conquistada em várias áreas. Ainda é forte, nas faculdades, os
estudantes ‘segregados’, o conceito de que homens lidam com grandes animais e
mulheres ficam com os pequenos animais. E a vivência vai mostrando que ambos
podem ocupar muito bem os cenários de atuação, tanto homens em laboratórios,
quanto mulheres sendo clínicas de bovinos e equinos. A mulher traz leveza ao
ambiente de pesquisa e há muito espaço a ser ocupado”, argumenta.
Fonte: Cláudia Guimarães
(www.caesegatos.com.br)
COLABORADORES(AS):
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