Quando
ainda moravam na região do ABC Paulista, Sérgio Medeiros e Eleni Alvejan faziam
trabalho voluntário com pessoas em situação de rua.
Neste
meio tempo, aproveitavam para alimentar cachorros que acompanhavam os
desabrigados ou apareciam pelo caminho. Ao planejarem a mudança de vida para
cair na estrada, o amor pelos animais foi o mote para a criação do projeto
Mundo Cão.
Juntos
há quase três décadas, Sérgio, 49 anos, era vendedor técnico, e Eleni, 50,
comandava o próprio negócio de transporte escolar.
Em
2013, o casal adquiriu uma Land Rover Defender 110, idealizando rodar pelo
globo com o veículo.
À
época, eles viajaram para a região da Patagônia, na Argentina e no Chile, por
30 dias, numa espécie de “test drive” para experimentar o estilo de vida e,
literalmente, morar sobre rodas.
Depois
da vivência, nada mais foi igual.
Foi
só questão de tempo — no caso, cerca de dois anos — para caírem na estrada de
vez. Com os salários que ganhavam antes de partirem, quitaram as poucas dívidas
que tinham e pouparam todas as economias possíveis.
Assim,
em fevereiro de 2015, entraram na Defender e seguiram o desejo que
compartilhavam: serem felizes, mundo afora, numa grande mudança de vida, como
explicou Sergio.
Sair do trabalho, vender tudo, alugar
o apartamento, deixar a família e os amigos, mergulhar na incerteza e enfrentar
o desconhecido, aprender a lidar com o tempo — tentamos tratar todo esse
processo com simplicidade.
A princípio, o período sabático seria
de um ano, que foi prolongado para três. Até que Sergio e Eleni desistiram de
pontuar uma data de retorno e se entregaram de vez ao estilo nômade — aliás,
não há desejo de voltar tão logo. Segundo eles, ainda “há muito para viverem,
muitos amigos para fazerem e muitas experiências para aproveitarem”.
“Sempre tivemos certeza de que existe
tanta coisa maravilhosa fora da bolha que construímos durante a vida. Hoje,
mais que nunca, temos a clareza de que a vida passa muito rápido e geralmente
não a aproveitamos bem. É impressionante como a vida pode ser tão diferente e
mais feliz. São as escolhas que fazemos que nos levam a isso”, opina o marido.
Em memória de Big
O amor pelos animais não nasceu
apenas do serviço voluntário. Alguns cães já haviam passado pela vida do casal,
como o Big — o último cachorro da família e que quase foi junto na jornada
viajante, mas morreu meses antes.
Eleni e Sérgio afirmam que aprenderam
muito com Big e acreditam que todos os cachorros conseguem ensinar às pessoas
com as quais convivem, diariamente. Não é à toa que alimentar animais em
situação de rua seja hábito de muita gente.
No caso deles, porém, essa vontade de
ajudar virou motivo para também percorrer o mundo. “Colocamos um roteiro e
demos um nome ao projeto que resume nossa intenção em dar um pouco de ‘voz’ a
esse tipo de iniciativa”, diz Eleni.
A (quase) mexicana “Chamaca”
Nos oito anos que estão na estrada,
os dois percorreram bastante trechos das Américas. O México, especialmente, se
tornou a segunda casa para os brasileiros. Tanto que a Defender 110, antes
chamada de Mundrunga, foi rebatizada de “Chamaca” (“garota”, na tradução livre)
em homenagem ao País.
O veículo é o mesmo, desde que
deixaram o Brasil. Ou melhor, foi ganhando melhorias e passou por adaptações
conforme a quilometragem aumentava. “Vamos aprendendo pelo caminho. Nossas
necessidades vão mudando e o carro tem de se adaptar a isso. É um processo
frequente”, argumenta Sergio.
De acordo com ele, “Chamaca” está
totalmente diferente e melhorada, se comparada com o que era alguns anos atrás.
Praticamente tudo que o 4×4 tem hoje foi desenhado, adaptado, montado e
modificado por eles. Embora não saibam números exatos, os viajantes estimam ter
rodado em torno de 250 mil quilômetros.
Nesse tempo todo, a Defender parou
algumas vezes. Eleni e Sérgio precisaram esperar peças de reposição na
Guatemala, no México, nos Estados Unidos e na Argentina. Geralmente, uma semana
é o tempo suficiente para o veículo voltar à ativa, mas já houve espera de
aproximadamente um mês.
23 países visitados
“O foco do projeto sempre foi ir da
Argentina ao Alasca alimentando os animais em situação de rua, para dar um
pouco mais de visibilidade a esse tipo de ação”, destaca a dupla de
aventureiros.
A lista de lugares visitados é
grande: além do Brasil, estiveram em: Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru,
Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras,
Belize, México, Estados Unidos, Canadá, Portugal, Espanha, Marrocos, China,
Tailândia e Vietnã – alguns países, por enquanto, foram acessados de avião.
De todos os destinos, Baja
California, estado mexicano na divisa com a Califórnia americana, foi o lugar
que mais encantou os viajantes. A paixão foi tanta que eles tiraram até a
residência temporária de lá para facilitar a entrada e saída do país.
Em segundo lugar, o casal destaca o
Vietnã, um local que trouxe encantamento não só pela beleza, mas também pela
simplicidade das pessoas.
Coleção de histórias
Com vários países na conta e um
propósito altruísta, a lista de histórias e memórias é grande – das boas e,
obviamente, algumas ruins. Além da alimentação que oferecem aos animais que
encontram – eles mantêm pacote de ração e água para distribuir —, já tentaram
salvar animais. Alguns não resistiram e morreram dentro do próprio veículo,
infelizmente.
Apesar dos momentos tristes, há
animais que marcaram a fase itinerante de Eleni e Sérgio. Uma delas é
“Mochila”, cadelinha de porte médio e apenas três perninhas, que era carregada
na bolsa pelas pessoas em refúgio – daí seu nome. Houve ainda a Susie, com
deficiência visual, que se parecia com um pastor-alemão.
“O que é mais marcante não são
experiências em particular, mas o olhar de agradecimento de um cão, sua alegria
de ter o que comer e receber amor e carinho”, aponta a mulher.
O casal revela que é frequente os
cães alimentados passarem a noite embaixo do veículo, quando coincidem de
estarem acampados. “Nos protegem durante a noite, como uma troca. E, quando
acordamos, já estão sentados na porta, abanando o rabo e esperando carinho”,
relata Eleni.
Cachorros pelo mundo
Para o casal, dentre os países
visitados, a grande surpresa foi a Argentina, devido à quantidade de animais na
rua. Do Chile, os viajantes destacam o tamanho dos animais sem tutores, que
costumam ser maiores e parecem de raça e sadios.
“Já na Costa Rica, encontramos cães
em piores situações, um cenário parecido com o que vimos no México, onde há
muitos animais doentes. Nos Estados Unidos e Canadá, obviamente, quase não
existem animais na rua por causa cultura de adoção”, comenta Sergio.
Próxima parada: Europa
Depois
de oito anos apenas nas Américas, é hora de avançar para outro continente.
Atualmente o casal está no Texas, nos Estados Unidos, esperando despachar o
carro para a Inglaterra, agora em março. Depois de rodarem bastante por lá,
eles preveem seguir para a África e, depois, Ásia, sem tempo certo para cumprir
os planos.
Atualmente,
Sergio e Eleni têm três fontes de renda: o aluguel do imóvel no Brasil, a
fabricação e venda de bandanas ao longo do caminho e a disposição para agarrar
quaisquer oportunidades que surgem pela frente.
A
intenção deles segue bem clara. “Queremos seguir sendo felizes, fazendo novas
amizades, deixando o melhor de nós nos lugares por onde passamos, vivendo uma
vida feliz – apenas isso! Não importa onde, nem como”, resume Sergio.
Apesar
de a Defender customizada não ter espaço adequado para acomodar um cãozinho,
eles não descartam a possibilidade de, no futuro, adaptar o veículo para ter um
animal para viajar com eles.
Fotos:
arquivo pessoal
Fonte: UOL
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