(Foto: Arquivo
pessoal)
Em Campo Grande, é
possível notar uma quantidade elevada de animais abandonados nas ruas. Segundo
o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), não há números oficiais exatos de gatos
e cães em situação de rua, porém, o órgão recebe uma média de 200/250 animais
por mês, dentre eles, abandonados ou perdidos. Pensando nisso, o Light
trouxe a realidade de algumas Organizações não Governamentais (ONGs) de Campo
Grande, que ajudam no resgate desses animais.
A ONG Abrigo dos Bichos foi fundada em 2001,
pela médica veterinária Maria Lúcia, e um grupo de membros das entidades
classistas da Medicina Veterinária. “Conversando com colegas veterinários,
decidimos fundar o Abrigo dos Bichos, o que foi concretizado em solenidades
alusivas às comemorações da Semana Veterinária promovidas pelo Conselho
Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul – CRMV/MS e pela
Sociedade Sul-Mato-Grossense de Medicina Veterinária – SOMVET, em 10 de
setembro de 2001”, explica Maria Lúcia.
“A missão do Abrigo dos Bichos é: preservar a saúde
pública respeitando a vida animal. A visão é: ser referência no amparo aos
animais numa sociedade mais consciente da guarda responsável”, ressalta a
fundadora.
Atualmente, a ONG não possui canil e nem gatil, mas
conta com lares temporários para os animais, que são acolhidos pela população
campo-grandense, até o período da adoção. “Os animais são enviados para
recuperação em clínicas veterinárias e, após alta, encaminhados para lares
temporários onde ficam até serem adotados em alguma de nossas feiras de
adoção”, explica.
(Foto: Arquivo pessoal)
Em entrevista, Maria Lúcia enfatiza que a ONG é
mantida por meio de doações, sejam elas, por valores em dinheiro, produtos como
ração, medicamentos, materiais de limpeza e “vaquinhas” solidárias.
No entanto, a fundadora esclarece que estão
passando por um momento difícil ocasionado pela pandemia, e pelo resgate de
quarenta cães em estado de calamidade no ano de 2019. “Após a apreensão
conjunta da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de
Atendimento ao Turista (DECAT) e do CCZ, em 23/09/2019, do caso dos “40 Cães da
MS-040”, da raça Foxhound-americano, somado ao advento da pandemia, a ONG está
passando por um momento muito difícil. Inclusive, tivemos que suspender
resgates por conta dos débitos dos animais muito debilitados, apresentando
inúmeras doenças. Alguns morreram com problema hepático e outros com
comprometimento renal, apesar de toda assistência e comendo apenas ração
específicas (e caras). Dos cerca de R$100.000,00 gastos em clínicas, ainda
devemos cerca de R$20.000,00 na clínica Bourgelat. Estamos com resgates
suspensos até a quitação total dos débitos”.
(Foto: Arquivo pessoal)
O projeto de Lei nº 1.095/2019, obteve um avanço em
sua redação original, modificou-se para a Lei Federal n° 14.064/2020 (Lei
Sansão), incluindo além da Lei de crimes ambientais, uma parte para cães e
gatos. E além disso, aumentou o castigo para os maus tratos, onde a pena chega
a cinco anos de reclusão, perda do animal e multa. Dentre os exemplos de maus
tratos se enquadram o abandono de animais, moradias em locais inóspitos,
mutilação, entre outros.
Apesar da
penalização, diversos animais ainda são abandonados e estão em situação de rua.
A ONG Amicat´s, foi idealizada e fundada pela médica
dermatologista, doutora Ana Cristina, e é responsável pelo acolhimento de
felinos, tendo sua atenção e cuidados voltados aos gatos.
(Foto: Arquivo pessoal)
De acordo com a bióloga Flávia Yokoo, integrante da
diretoria da ONG, apesar da instituição ter o intuito inclinado aos gatos, não
se prende a isso, quando a questão é ajudar. “Mesmo que a ONG seja voltada para
gatos, é claro que não vamos fechar os olhos se acabarmos vendo um cachorro
numa situação difícil, como é o que a gente faz, sempre estamos postando
pedidos de ajuda para lar temporário ou lar definitivo para cachorro também”.
Atualmente, a ONG é mantida por doações, tanto dos
voluntários quanto da população. Os custos com remédios, sacos de ração,
atendimentos e todas as necessidades dos animais são supridos por meio de
“vaquinhas” solidárias através das redes sociais. Contudo, Flávia afirma que o
retorno acaba não suprindo toda a demanda gerada pela ONG. “A gente não tem
muito retorno, só em casos assim que promovem muita comoção. Gatos que foram
maltratados, resgates de gatos que estão numa situação deplorável, esses casos
que são pontuais, a gente acaba tendo um retorno maior. Mas, geralmente o custo
em sua grande maioria é a doutora Ana que acaba tendo”, explica.
Os pedidos de ajuda que a ONG recebe são inúmeros,
Flávia comenta que estão passando por um momento de dificuldade atualmente, em
sua maioria ocasionados pela Covid-19. “A gente está passando por um momento
bem complicado, de estar praticamente zerado o estoque de ração. E, por conta
da pandemia também, as doações caíram muito, e os pedidos de ajuda só aumentam.
Se formos colocar na probabilidade para cada cem pedidos de ajuda, nós temos um
ou dois de doações. São muito mais pedidos de ajuda do que doações para a ONG,
e nós estamos passando por um momento muito crítico de não poder mais resgatar
animais, por exemplo, porque não temos condições financeiras mais”.
Pensando em
colaborar com algo em nível social, durante a pandemia, quatro amigos, dentre
eles João Otávio, Letícia Vismara, Lorena Albuquerque e Guilherme Ribeiro,
fundaram um projeto nomeado LivrAUria,
onde todo valor arrecadado com a venda de livros é designado para ONGs e
protetores individuais da Capital. “A LivrAUria ela surgiu em julho de 2020,
foi logo no começo da pandemia, com a ideia de ocupar um pouco nossa cabeça, de
poder colaborar algo em nível social. Então, resolvemos criar um projeto 100%
voluntário que vende livros usados por um preço bacana e mais acessível, no
qual todo valor é destinado a ONGs, instituições e protetores individuais que
cuidam de animais abandonados e vítimas de maus tratos”.
(Foto: Arquivo pessoal)
Um dos fundadores, João Otávio explica que a cada
mês são estipuladas ONGs diferentes para ajudarem. “Nós ajudamos de acordo com
os meses, a cada mês escolhemos uma ONG ou um protetor individual específico
para fazer as vendas destinadas a eles. Então, por exemplo, no mês de julho de
2020, que foi nosso primeiro mês, nós escolhemos o Instituto Guarda Animal, e
todo valor foi destinado para eles. Nós também já ajudamos aí a Proteção
Felina, Amicat´s, Abrigo dos Bichos, Cão Feliz, Pedacinho do Céu, e outras ONGs
também. Esses valores, não entrega em dinheiro, a gente pede para que por
exemplo, qual a necessidade do momento de cada um, se é pagamento em dívida de
clínica, se é ração, se é remédio, alguma conta, e a gente exerce esse pagamento
para poder beneficiá-las também”.
O projeto possui pontos de coleta em diversas
regiões da capital, e recebe doações de todos os livros, onde após higienização
e triagem, são vendidos os que estão em condição de uso, e os que não estão,
passam pela reciclagem e o valor retirado também é destinado à causa animal.
“Os livros de venda proibida e alguns outros livros nós destinamos para esses
projetos como caráter de doação mesmo. Os livros que não estão em condições de
uso, as vezes por estar faltando página, apostilas rabiscadas, nós destinamos a
reciclagem, e todo valor que é vendido na reciclagem, nós destinamos a causa
animal. Então é um projeto consciente, é um projeto que busca não apenas a
venda de livros, mas também a questão da reciclagem, de uma segunda chance,
para os livros e também uma segunda chance para os animais”, afirma João
Otávio.
As vendas dos livros acontecem por meio da rede
social Instagram, e de um espaço compartilhado cedido pela Dog & Friends,
onde estão algumas unidades de livros. Ademais, são realizadas feiras de
exposição de livros e campanhas em escolas para a movimentação do projeto.
(Foto: Arquivo pessoal)
Se você se interessou por algum dos projetos e
deseja doar com alguma quantia ou produto, entre em contato com o telefone das
instituições referidas, ou envie um direct no perfil do Instagram e faça sua
doação.
ONG Abrigo dos
Bichos – (67) 9 8406 – 2288
ONG Amicat’s – (67) 9 9335 – 5676
Projeto LivrAUria – (67) 9 9205 – 6609
Por Nathalia
Alcântara
Fonte: A Crítica de Campo Grande






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