Amanda Andrade | Redação
ANDA
O leilão da 17ª Rodada de Licitação de Blocos Marítimos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) fracassou. Dos 92 blocos marítimos ofertados na quinta-feira (07/10), apenas 5 blocos na Bacia de Santos foram arrematados por um consórcio das empresas petroleiras Shell e Ecopetrol.
O certame foi
alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pela Agência de Notícias de
Direitos Animais (ANDA), Associação Nacional de Advogados
Animalistas (ANAA) e Instituto
Internacional Arayara.
ambém nesta quinta-feira (07/10), cerca de 200 pessoas
protestaram na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, contra a exploração de
petróleo e gás natural. Ativistas da ANDA e do Instituto Arayara também
participaram do ato em defesa dos direitos animais e do planeta.
A arrecadação
foi de R$ 37,14 milhões, muito abaixo das expectativas do governo federal. Das
nove empresas habilitadas para participar, apenas o consórcio entre a Shell e
Ecopetrol realizou lances na bacia de Santos.
A exploração
na costa brasileira ameaça de extinção 90 espécies, incluindo a baleia-azul,
motivo o qual levou a ANDA a entrar na Justiça com uma ação para suspender o
leilão.
Mobilização
Com a falta de interesse, o leilão durou pouco mais de uma hora
e meia. As bacias de Pelotas, Campos e a Potiguar, que guarda santuários
ambientais, não receberam ofertas.
“O fracasso
do leilão é uma vitória da consciência da sociedade que entendeu que a venda
dessas áreas levaria a destruição de habitats e colocaria em risco também a
sobrevivência da nossa espécie”, afirmou Silvana Andrade, presidenta e
fundadora da ANDA, que há 13 anos atua na luta pelos direitos animais e do
planeta.
Para Nicole
Oliveira, diretora do Instituto Arayara, o resultado foi um fiasco para a
Agência Nacional de Petróleo. “Não houve nenhuma oferta para Pelotas e
Potiguar, que são as áreas mais sensíveis e que estávamos preocupados,
significa que estão protegidas por enquanto”.
Nicole
explica que ainda há risco dessas bacias voltarem para a Área de Oferta
Permanente e, por isso, a luta ainda não acabou.
“Acho que o
recado que fica aqui para a ANP é que eles retirem a expansão petrolífera da
18ª rodada, que parem de querer explorar novos territórios, áreas extremamente
sensíveis. Parem de falar que 30 mil blocos exploratórios é pouco. É
suficiente, é demais. Não precisamos de nenhum bloco novo. Pelos animais, pelo
clima, pelas pessoas, não precisamos de mais exploração”, concluiu a diretora
do Instituto Arayara.
“O leilão da
17ª Rodada e a arrematação de 5 blocos, aconteceu, pois a União, os Ministérios
envolvidos e o Poder Judiciário provocado deixaram de cumprir o dever
constitucional de preservar e proteger o meio ambiente e as espécies que
naqueles blocos habitam. O princípio que deve balizar toda ação humana que
afeta o meio ambiente é o da precaução, ignorado pelo julgador nas ACP’s
promovidas”, afirmou a advogada da ANDA, Evelyne Paludo.
A diretora da
Associação Nacional de Advogados Animalistas (ANAA), Waleska Cardoso, lembrou
que ainda há luta para impedir a exploração nas cinco áreas arrematadas na
Bacia de Santos.
“Deu-se
prioridade para realização inconstitucional de uma negociação em detrimento do
meio ambiente. Infelizmente, para os animais, o risco de destruição de suas
condições de vida e de violação de seus direitos permanece. Os princípios da
precaução e do desenvolvimento sustentável não foram observados. Agora é lutar
para que as áreas arrematadas não possam ser exploradas”, analisou a advogada.
A ANDA segue
mobilizada para impedir a venda e a exploração de áreas marítimas no Brasil que
ameaçam habitats e diversas espécies, na luta pelos direitos animais e pelo
planeta.
Foto::Reprodução/Priscila
Paeta
Fonte: anda.jor.br
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